sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Volbeat - Rewind, Replay, Rebound (CD-2019)



Fragmentado
Por Trevas

O sétimo trabalho de estúdio dos dinamarqueses do Volbeat chega à um mundo bem diferente daquele que encarou com certa indiferença a estreia da banda, em 2005: o combo liderado pelo obstinado Michael Poulsen agora é simplesmente o recordista de público em seu país natal, tendo colocado 48.000 pessoas no Telia Parken. E a cada lançamento estende tentáculos grudentos para dentro das rádios estadunidenses, geralmente pouco afeitas ao Hard/Metal do velho continente. E o que impressiona é que Poulsen e sua trupe tenham conseguido tamanho estardalhaço fazendo um som bastante idiossincrático: uma mistura de Heavy Metal com Rockabilly, Punk e até mesmo Country. E a moral dos caras é tamanha que seu discos sempre contam com participações especialíssimas de baluartes do panteão metálico – King Diamond, Mille Pretrozza, Barney Greenway... Repetindo aqui a parceria com o produtor Jacob Hansen, vamos ver o que os dinamarqueses tem a dizer.


Nobres fascínoras

Last Day Under The Sun tem riff simples, toneladas de reverb e um refrão grudento feito chiclete no asfalto de verão. Parece saída de algum filme oitentista daqueles que passavam ad nauseum na Sessão Da Tarde. E cara, funciona pacas.



Pelvis On Fire já lembra bem mais o material pelo qual a banda se destacou em seus primeiros discos, aquela mistura única de Metal com elementos de Rockabilly. Não é dos melhores exemplares que a banda já fez, mas tá valendo.



A faixa título chega com harmonias nas guitarras que evocam Thin Lizzy, para então cair em uma Power Ballad daquelas que também tem povoado cada vez mais os discos do quarteto. Para nossa sorte essa é das boas. Mas já fica evidente que há um certo tom esquizofrênico no desenrolar da bolachinha. O que fica mais evidente quando somos repentinamente arremessados em seguida para um rockão fodido como Die To Live, contando com a voz indefectível de Neil Fallon – do Clutch – só para seguir caminho com a melecosa When We Were Kids e então com a deliciosamente macabra Sorry Sack Of Bones.



E nessa montanha russa que dura quatorze faixas e quase uma hora de duração, ainda temos tempo para a participação de Gary Holt em Cheapside Sloggers, além de números que farão a alegria das rádios – como Cloud 9-  e também dos fãs antigos – como Leviathan e Parasite.



Definitivamente o ouvinte precisa ter bastante gosto por todas as facetas que o Volbeat já demonstrou anteriormente, pois aqui elas se digladiam a cada minuto por um minuto ao sol. Para grande mérito de Poulsen e sua trupe, não há um segundo sequer aqui que não soe exatamente como Volbeat, e se falta coesão ao disco, sobra diversidade e há garantia de um pouco de diversão para todos.(NOTA: 8,27)



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