Luz
No Fim Do Túnel
Por Trevas
Com 43 anos de carreira,
estamos apenas no quinto disco de estúdio da lenda Cult da NWOBHM chamada Angel Witch. Na verdade, a
carreira da banda só não é mais prolífica em “idas e vindas” do que em mudanças
de formação. Praticamente um veículo para a criatividade do errático vocalista/guitarrista
Kevin Heybourne, o Angel Witch não lançava um disco de inéditas
desde 2012, quando o razoável As Above, So Below quebrou um
silêncio de 26 anos. Para bem da verdade, os bangers mais puristas podem xingar à vontade, mas os caras são
praticamente uma versão Heavy Metal para o termo “One Hit Wonder”, muito usado
no mundo Pop. Então, afora a belíssima
arte de capa de Adam Burke, confesso que não esperava encontrar
nada fenomenal aqui.
Kevin e seus figurantes de filme de pirata |
Mas como eu estava enganado. Don’t
Turn Your Back parece saída
diretamente do clássico disco homônimo do quarteto. Com a diferença que a
produção de James Atkinson (responsável pela belezura Sojourn, do Wytch Hazel) encontrou
um belo meio do caminho entre o respeito à sonoridade da NWOBHM com um punch mais
moderno.
Death From Adromeda reitera a impressão
e que a banda está fervilhando em relação aos riffs e solos (cortesia do patrão e de Jimmy Martin). Outra faixa
que não faria feio em um hipotético sucessor do trabalho de estreia. Mas também
há de se salientar dois fatos: o primeiro, Kevin
Heybourne está com a voz titubeante
e chorosa, parecendo que vai desafinar a qualquer momento. O segundo fato é que
Kevin sempre foi um vocalista
muquirana, então se você é fã da banda, provavelmente não irá se importar com
isso. A favor? As melodias são bem legais, com ótimos refrães que grudam de imediato,
como na ótima We Are Damned, por exemplo.
Como diferencial do Angel Witch em relação a seus contemporâneos,
há sempre um forte toque melancólico permeando todo o disco. Como ápice dessa
melancolia, temos a quase Doom
balada The Night Is Calling, que ainda conta com
reviravolta instrumental que remete aos bons tempos do Black Sabbath, com ótima
sonoridade na bateria de Fredrik Jansson-Punkka. Condemned segue
o baile, e tem uma pegada bem enérgica, algo que faltou ao disco de retorno,
mantendo uma impressionante sequência de ótimas faixas.
A reta final perde um pouco do poder de fogo do disco, não que as faixas
soem mais calmas, apenas não tem aquele “algo a mais” que sobrou no assalto
inicial. Direto e certeiro, Angel Of Light
pode ser a luz (oops) que faltava para o Angel
Witch enfim engrenar e, quem sabe, construir
uma reputação que faça justiça ao status
de lenda que o quarteto ganhou exclusivamente por conta de seu excelente debut. Imperdível (NOTA: 9,03)
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Gravadora: Hellion Records (nacional)
Prós: ótimos riffs e solos, aura NWOBHM
intacta mas com toques modernos
Contras: Kevin continua um vocalista
murcho
Classifique como: Heavy Metal
Para Fãs de: Qualquer banda da NWOBHM
Um disco bem bom. Tem suas bolas fora mas, no geral, agradou.
ResponderExcluirKrill
ExcluirCurti muito, e não curto nada deles fora o clássico da estreia
Abraço
T