Airbourne
– Boneshaker (CD-2019)
Guerra
Dos Clones
Por Trevas
Os australianos do Airbourne surgiram como postulantes ao
posto de melhor clone do AC/DC da
história. Após uma eletrizante estreia, moldaram razoavelmente seu som,
inserindo pitadas de um Hard Rock algo radiofônico que por vezes
lembra os melhores dias do Def Leppard, além de alguma modernidade na
produção. Essa “diversificação” rendeu bons frutos e confesso que fosse ouvir
em Boneshaker a banda se
distanciando ainda mais da proposta original. Cara, como eu estava errado.
Não existe um segundo sequer nas dez canções do novo trabalho que não
soem exatamente como AC/DC. Ao ponto
de ser bastante plausível que até um ouvinte mais escolado possa inadvertidamente
acreditar ter esbarrado com algum disco perdido da fase Bon Scott caso escute
essas músicas em algum canto. E é claramente essa a intenção, já que a produção
de Dave Cobb cuidadosamente deixou todos os timbres absolutamente iguais
aos dos veteranos em seu passado. E Joel
O’Keeffe nunca soou tanto como Bon quanto aqui. E convenhamos, até o
nome de músicas como Boneshaker, Backseat Boogie e Switchblade Angel parecem saídas de belezuras passadas
de Angus e companhia. Se a falta de
criatividade pode render merecidos comentários rabugentos aqui e acolá, uma
coisa é inegável: o Airbourne
conseguiu fazer uma cópia das boas de um bom disco do AC/DC! Ótimos riffs, músicas curtas e grudentas e muita, muita
diversão. (NOTA: 8,00)
______________________________________________________________
Saxon
– The Eagle Has Landed:40 (3 CDs-2019)
Overdose
Saxônica
Por Trevas
Poucas bandas são
mais prolíficas em lançamentos ao vivo do que esses veteranos da NWOBHM. Reconhecidamente uma das bandas
mais legais da cena metálica em cima de um palco, o quinteto tem como trunfo
saber pinçar bem lados B em seus repertórios. Ou seja, de uma turnê para outra,
sempre teremos mudanças substanciais no set
list, com faixas raras entremeadas
por clássicos obrigatórios. Ainda com todos os predicados citados, o lançamento
dessa quarta parte da série The Eagle Has Landed, em um pacote
triplo de CDs, poderia muito bem parecer um tremendo exagero.
Mas basta colocar a bolachinha para rodar e qualquer crítica vai por
terra. Como habitual na série, o repertório é montado numa colagem de
apresentações de turnês diferentes. Essa estratégia poderia significar
diferenças perceptíveis na qualidade sonora entre os shows, mas a pós-produção
tratou de minimizar esse problema. O som é sempre bom, o vigor da banda mantido
intacto, com pequenas falhas presentes aqui e acolá (o que mostra que
provavelmente não foram realizados overdubs).
Outro possível problema do formato escolhido seria a falta de continuidade no
repertório do disco. E ela realmente acontece, apesar da “colagem” do público
não nos deixar no meio da maldição de Fade
Ins e fade Outs entre as
apresentações, fica a clara sensação de que estamos diante de uma coletânea, e
não de um show inteiro com princípio meio e fim. Mas é pouco a se reclamar
quando temos a possibilidade de conferir enfim belezuras pouco usuais como Red Star Falling, Attila The Hun, Battalions Of Steel e Hammer Of The Gods em ótimas rendições. Ah, e a banda ainda nos reservou algumas
surpresas, com participações especiais de Phil
Campbell, Andy Sneap e Fast Eddie Clarke. Enfim,
mais um belo ao vivo de uma banda que envelheceu melhor que suas
contemporâneas. (NOTA: 9,00)
___________________________________________________________________
Riot
City – Burn The Night (CD-2019)
Macaca
Chita Metal
Por Trevas
Quando Warrior Of Time, faixa de
abertura de Burn The Night, primeiro full length do combo canadense da NWOTHM toma de assalto nossos ouvidos,
parece a princípio ser impossível não estarmos diante de uma pérola. Riffs certeiros que fazem uma ponte
entre Judas Priest e Accept, bateria
e baixo cavalares. Jogo ganho, claro. Ehr, não. Cale Savy (que também
divide as ótimas guitarras com Roldan
Reimer) abre o bico e a merda está
feita. Não, o cara não tem um timbre ruim não, até tem algo próprio com toques bem-vindos
de Halford e Steve Grimmett. A
desgraça é que o maluco termina praticamente toda e qualquer frase com um
gritinho capaz de estourar as bolas de um orangotango budista.
O que é uma pena. Burn The Night tem produção certeira e oito faixas que bem poderiam fazer a
felicidade de qualquer humano tarado pelo Metal
da primeira metade dos anos 1980. Mas por mais que eu tenha vibrado com cada
parte instrumental dos 37 parcos (e geralmente velozes) minutos desse disco,
sobreviver aos incessantes ataques de macaca Chita de Cale Savy exauriu
sobremaneira qualquer chance deu ter vontade de passar pela experiência de
escutar Burn the Night novamente. Quando
trocarem de vocalista ou mudarem a medicação do Savy, tento de novo. A “boa” nota é justificada única e
exclusivamente pelo esforço na parte instrumental. Vade-retro! (NOTA: 5,04)
________________________________________________________________________
Mob
Rules – Beast Over Europe (CD-2019)
Golaço
Na Segundona Alemã
Por Trevas
Beast Over
Europe é apenas o segundo disco ao
vivo dos 25 anos de carreira do combo teutônico de Power Metal. Contendo 14
faixas registradas ao longo da perna europeia da turnê do bom Beast Reborn, o trabalho é um testamento do quão eficiente os veteranos
soam nos palcos. E é também um ótimo lembrete de que talvez o sexteto merecesse
mais crédito do que tem na cena. Raramente lembrados aqui no Brasil, e geralmente
estigmatizados como uma banda de segundo escalão, surgida no infame boom do Metal
Melódico da década de 1990, o Mob Rules mostra aqui ter um repertório
para lá de cativante. Seja em números recentes (a deliciosa Ghost Of A Chance, Dykemaster’s Tale e My Kingdom
Come), seja nas velharias mais
conhecidas como Black Rain e Hollowed Be Thy Name.
As execuções são todas muito boas, em especial nas canções mais antigas,
que soam com mais pegada e peso que nos discos originais. A qualidade sonora é
bacana, embora a participação do público fique quase restrita ao intervalo
entre as músicas na mixagem. De ponto negativo, apenas aquela falha de
continuidade entre faixas gravadas em shows diferentes. Ao contrário do que
escolheu o Saxon ali em cima, eles
optaram por não realizar emendas no som da plateia, deixando um ou outro vazio
desnecessário. Um disco ao vivo honesto e para lá de divertido, que pode bem
servir de uma bela coletânea àqueles interessados pela banda, mas não o
suficiente para buscar a discografia completa. (NOTA: 8,50)
Saxon = <3
ResponderExcluirAirbourne = _|_
Mininu bipolar
ExcluirBjundis
T