De
Alma Negra Lavada
Por Trevas
Difícil acreditar,
mas os italianos do Lacuna Coil já estão comemorando 20 anos desde
o lançamento de In A Reverie.
Outra das bandas a explorar um território bem mais moderno após figurar entre
as trocentas promessas do Gothic Metal no fim dos anos 1990, transição
que operou com surpreendente sucesso, mas não sem dividir opiniões entre os
fãs, chegam enfim ao seu 9º trabalho de estúdio em um recente espiral crescente
de peso. O disco, novamente conceitual, traz o trio principal de fundadores Andrea Ferro (voz), Cristina Scabbia (voz) e Marco Coti-Zelati (baixo e teclados) agora
amparados por Diego Cavalotti (guitarra) e Richard Meiz (bateria). A produção ficou ao encargo de Marco, e a temática parece lidar com a dualidade luz/sombra que
permeia nossa existência. Na verdade, não muito diferente do mergulho na
loucura contido em Delirium, apenas
um pouco mais abstrato.
Cris e suas assombrações de estimação |
Anima Nera é uma introdução climática, onde Scabbia soa como uma versão sombria da Lady Gaga, preparando o
terreno para a pesadíssima Sword Of Anger.
Chama a atenção a versatilidade nas vozes da banda: Scabbia cada vez migrando para uma pegada entre o Pop e o Rock e Andrea crescendo consideravelmente de
produção, o cara está melhor que nunca, em especial nos guturais. Esse casamento
funciona às mil maravilhas aqui, como podemos comprovar na acachapante faixa de
trabalho, Reckless.
Primeira das músicas do novo trabalho a ser apresentada, e postulante a
clássico imediato, Layers Of Time
é das coisas mais pesadas que o Lacuna
Coil já fez. Possivelmente o ouvinte
casual só vai conseguir identificar a banda no refrão, quando Cristina deposita pitadas de doçura
numa trauletada de fazer inveja a muita banda Troozona por aí. Apocalypse baixa um pouco a poeira, mas
sem baixar a qualidade.
Now Or Never sobe o tom
novamente, pesada e com um riff
cortante. Nunca os italianos soaram tão raivosos, em alguns momentos temos a
impressão de estar ouvindo os discos mais recentes do Paradise Lost, uma das
maiores influências da banda, diga-se. Under
The Surface parece querer resgatar um pouco o espírito do Lacuna Coil dos primeiros discos, mas com a nova roupagem, e funciona bem.
Outra novidade é o resgate dos solos de guitarra, sempre curtos, mas bonitos, e
presentes em maior número que o usual. Veneficium
é um espetáculo à parte, unindo o peso atual a um então inédito viés sinfônico.
A melhor faixa do disco e uma das mais impressionantes da carreira do quinteto.
Chegamos à reta final do disco e fica claro que o mesmo perde um pouco
de fôlego, as três últimas canções soando bem mais calmas que o restante do
material. Mas até nisso o Lacuna Coil acerta dessa vez, o trabalho não se estende por tempo demais
(como em alguns CDs deles no passado) e quando a faixa título termina, ficamos
com a certeza de estar diante do disco mais forte da carreira dos italianos.
Surpreendente. (NOTA: 9,27)
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Gravadora: Shinigami Records (nacional)
Prós: ainda mais pesado que Delirium,
possivelmente o disco mais inspirado da carreira
Contras: apenas continua não recomendável
a quem não curte metal moderno
Classifique como: Modern Metal, Gothic
Metal, Metal Industrial
Para Fãs de: Paradise Lost, Disturbed
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