segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Insomnium – Heart Like A Grave (CD-2019)



No Coração das Trevas
Por Trevas

O oitavo trabalho dos finlandeses traz a banda de volta a um formato mais tradicional de composição, tendo em vista que o ambicioso (e excelente) Winter’s Gate foi um disco conceitual constituído de apenas uma longa canção, dividida em várias partes. Mas essa não é a única novidade aqui. Heart Like A Grave marca também a estreia em estúdio de Jani Liimatainen (um dos fundadores do Sonata Arctica, que Odin o perdoe), guitarrista que já vinha acompanhando a banda ao vivo. Na produção, os finlandeses repetem pela terceira vez a dobradinha com Teemu Aaalto, que também assina os Backing Vocals. O disco ganhou uma caprichada versão nacional, pela Mutilation Records, que conseguiu reproduzir a belíssima arte do encarte com perfeição. Vamos ao conteúdo musical...

Olhem para o nada, rapazes, olhem para o nada...
Logo descobrimos que não é por que decidiu abraçar um formato normal de disco que o Insomnium não trouxe surpresas para os fãs: Wail Of the North começa com piano, evolui para um Riff calcado em sintetizadores para então cair num curto ataque Black/Death. E tão rápido a música atinge seu ápice, logo desaparece em uma torrente de belos temas de guitarras, preparando terreno para Valediction. Novamente temos novidades, com as vozes limpas de ViIlle Friman e Jani fazendo um ótimo contraponto com os urros de Niilo Sevänen. Some-se esse trio vocal, um senso melódico absurdo nas guitarras e timbres, os teclados de Aleksi Munter (que assina como músico convidado) e temos uma curiosa mistura que parece um híbrido entre o Amorphis atual e o Amon Amarth. E soa bom demais!


Neverlast é um petardo MeloDeath irrepreensível, o tipo de som para fazer feliz o fã que não curtiu o formato do trabalho anterior. A escolha de uma formação com 3 guitarras fez com que cada parte instrumental do disco seja um deleite, com camadas e camadas de melodias inspiradas entre os riffs furiosos. Pale Morning Star, um espetacular número épico de quase 9 minutos, é um claro exemplo do sucesso da nova formação.


And Bells They Toll novamente surpreende, com fortes toques de Gothic Metal funcionando perfeitamente junto ao MeloDeath típico do Insomnium. A partir daí o disco perde um pouco, mas só um pouco, a força: The Offering, Mute Is My Sorrow e Twilight Trails soam mais diretas, carregando nas guitarras à lá Maiden. Boas músicas, apenas não tão impressionantes quanto resto do material, como nos provam a já clássica faixa título e a belíssima instrumental Karelia, que encerram com beleza e extrema melancolia um dos melhores discos de 2019. (NOTA: 9,40)


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Gravadora: Mutilation Records (nacional)
Prós: pesado e diverso
Contras: um pouco longo demais
Classifique como: Melodic Death Metal
Para Fãs de: Amon Amarth, At The Gates, Amorphis


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