sábado, 4 de janeiro de 2020

Gloryhammer - Legends from Beyond the Galactic Terrorvortex (CD-2019)



O Poder Intergaláctico Dos Unicórnios De Aço Ou Sei Lá O Que...
Por Trevas

Que o Power Metal é a vertente do Heavy Metal que mais exagera todos os clichês do estilo, beirando o brega e o ridículo com frequência, até os fãs sabem. E coisas absurdas e bregas costumam funcionar melhor justamente quando elaboradas para não se levar muito à sério. E essa é a posta do quinteto Anglo-suíço Gloryhammer. Capitaneado pelo vocalista de outra banda galhofa, Christopher Bowes, dos piratas do Alestorm, o Gloryhammer lança seu terceiro disco, com um nome tão absurdo quanto a história conceitual, que envolve reinos escoceses em outras dimensões, planetas de unicórnios e martelos gigantes celestiais. Cada membro da banda é um personagem dessa estranha história, Bowes (que se limita a assinar os teclados), por exemplo aqui é Zargothrax, Dark Emperor of Dundee. Cara, nem tente entender. Para mim soa como uma imensa zoação com as histórias retardadas de bandas horrendas como Rhapsody. Mas por que diabos eu estou resenhando isso? Bom, vi um pouco deles em ação no Graspop 2019, e são realmente muito bons ao vivo (apesar das armaduras e do martelo gigante...ou seria justamente por isso?). Então, vamos lá...

Village People do espaço?
Into the Terrorvortex of Kor-Virliath é a introdução que nos mostra bem o caráter cinemático do disco. The Siege of Dunkeld (In Hoots We Trust) segue e outras duas coisas ficam claras: os refrães são grudentos ao extremo! E a voz do suíço Thomas Winkler (ou seria Angus McFife XIII, Crown Prince of Fife?) é melhor que 90% do que se escuta no estilo. O instrumental, impecavelmente produzido, é tipicamente Power Metal sinfônico, com um equilíbrio legal que não deixa o disco soar como as xaropagens de Nightwish e afins... 



Os refrães absurdos seguem em profusão: impossível não sair cantando Masters of the Galaxy de primeira. E The Land of Unicorns nos faz lembrar que o principal compositor aqui é o cara do divertido Alestorm. Ou seja, tirando a roupagem espacial, é uma música de pirata que bem poderia ser gravada pelo Running Wild.


Claro que só vale a pena embarcar na viagem dos caras armado de algum senso de humor. Só assim para sobreviver a letras bizarras como Legendary Enchanted Jetpack ou Power of the Laser Dragon Fire. Mas mesmo o mais sisudo dos fãs há de admitir que o inegável apelo de canções como Gloryhammer e Hootsforce. E eis que da mais pura galhofa surge um dos discos mais legais desse gênero ingrato que escutei nos últimos anos (NOTA: 8,71) 


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Gravadora: Napalm Records (importado)
Prós: cada refrão mais grudento que o outro, não esquece do Metal em meio à sinfonia
Contras: demanda algum senso de humor, vide os títulos
Classifique como: Power Metal, Metal Sinfônico
Para Fãs de: Alestorm, Hammerfall, Helloween, Dream Evil


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