quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

RAM – The Throne Within (CD-2019)



The TROO Within
Por Trevas

O RAM surgiu na Suécia, em 1999, com o intuito de reviver o Heavy Metal em seu estado mais puro, justamente em um país com cena prolífica em misturas e modernidade. Só que o lançamento do primeiro EP, Forced Entry, coincidiu com o nascimento de uma onda de revivalismo mundial do Metal Tradicional, e o que era para ser um projeto sem grandes ambições virou uma das bandas mais cultuadas do tal movimento, com vendagens expressivas (para os padrões do Underground, claro) e boas críticas. The Throne Within é o sexto rebento da trupe, novamente seguindo o padrão Do-it-Yourself, com o vocalista Oscar assinando a produção e mixagem, além da arte gráfica. Vejamos o que os troozões escandinavos nos apresentam nesse trabalho, que possui surpreendente lançamento nacional pela Urubuz Records!



Troozões Suecos à serviço do chifrudo

The Shadowwork pode ter a ferocidade que se espera de uma faixa de abertura de um bom disco de Metal, mas falta algo aqui para que ela se torne efetivamente memorável. E é exatamente esse algo a mais que Blades Of Betrayal tem de sobra! Que os macacos alados de Odin (se ele tiver algum) me mordam se essa não for um dos hinos do Metal desse ano!



O RAM mantém a mesma formação dos últimos dois trabalhos e temos aqui uma banda afiada. Uma dupla de guitarristas capaz de produzir bons riffs e solos empolgantes (Harry Granroth e Martin Jonsson), um baterista Old School até a medula (Morgan Petterson) e um baixista que consegue achar seu espaço de forma interessante em um mundo recheado de temas de guitarras (Tobias Petterson). Já Oscar Carlqvist parece ter sido forjado exatamente nos anos 1980, um vocalista com voz esquisita, mas marcante. Me faz lembrar de longe os melhores dias do David Wayne. A troozice contamina até o sotaque, propositadamente macarrônico, coisa comum nas produções de bandas de países que não falam inglês em tempos passados, mas que costuma sofrer correções sistemáticas nos lançamentos atuais. A produção, tem aquela cara vintage, mas com uma bem-vinda sujeira extra e um peso que costuma faltar em outros produtos da NWOTHM.



Além da formação, a fórmula da banda continua inalterada, as glórias ou insucessos de seus discos geralmente estando intimamente atreladas à inspiração na hora de escrever canções talhadas a serem favoritas no set de um show que se preze. Quando conseguem, o resultado é brilhante e simples, como na irresistivelmente idiota Fang And Fur ou em The Trap, duas belezuras que conjuram o espírito do Accept de seus melhores momentos.


No Refuge trilha o caminho entre o épico e a velocidade, com muito de Judas Priest, e certamente será uma das mais comemoradas pelos fãs. Já para quem gosta de vociferar pela imprensa um furioso antagonismo à cena metálica atual, Spirit Reaper soa um bocado próxima demais ao que o Ghost vem fazendo. Para não ficar feio, os caras provavelmente dirão que se inspiraram no Blue Öyster Cult. Tudo bem, a faixa é uma delícia e não acredito que muitos venham a reclamar à sério. 



O final do disco tem duas canções épicas que batem na trave na hora de impressionar. You All Leave me lembrou em intenção Gods Of Wrath do Metal Church, mas sem conseguir ser tão memorável, enquanto Ravnfell desperdiça grandes momentos e a presença do inconfundível Allan Averill (o irlandês Neamthanga do Primordial) em uma sucessão de linhas vocais parecidas demais. Mas nada que torne a audição desse The Throne Within menos empolgante. Certamente um dos melhores discos de Metal Tradicional de 2019! (NOTA: 9,07)

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Gravadora: Urubuz Records (nacional)
Prós: Troo Bagarai
Contras: Melhor deixar as letras de lado...
Classifique como: Heavy Metal, NWOTHM
Para Fãs de: Judas Priest, Accept

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