The TROO Within
Por Trevas
O RAM surgiu na Suécia, em 1999, com o
intuito de reviver o Heavy Metal em seu estado mais puro,
justamente em um país com cena prolífica em misturas e modernidade. Só que o
lançamento do primeiro EP, Forced Entry, coincidiu com o nascimento de uma onda de revivalismo
mundial do Metal Tradicional, e o que era para ser um projeto sem grandes
ambições virou uma das bandas mais cultuadas do tal movimento, com vendagens
expressivas (para os padrões do Underground,
claro) e boas críticas. The Throne Within é o sexto rebento da trupe, novamente seguindo o padrão Do-it-Yourself, com o vocalista Oscar assinando a produção e mixagem,
além da arte gráfica. Vejamos o que os troozões escandinavos nos apresentam
nesse trabalho, que possui surpreendente lançamento nacional pela Urubuz Records!
Troozões Suecos à serviço do chifrudo |
The Shadowwork pode ter a ferocidade que se
espera de uma faixa de abertura de um bom disco de Metal, mas falta algo aqui
para que ela se torne efetivamente memorável. E é exatamente esse algo a mais
que Blades Of Betrayal tem de
sobra! Que os macacos alados de Odin
(se ele tiver algum) me mordam se essa não for um dos hinos do Metal desse ano!
O RAM mantém a mesma formação
dos últimos dois trabalhos e temos aqui uma banda afiada. Uma dupla de guitarristas
capaz de produzir bons riffs e solos
empolgantes (Harry Granroth e Martin Jonsson), um
baterista Old School até a medula (Morgan
Petterson) e um baixista que
consegue achar seu espaço de forma interessante em um mundo recheado de temas
de guitarras (Tobias Petterson). Já Oscar Carlqvist parece
ter sido forjado exatamente nos anos 1980, um vocalista com voz esquisita, mas
marcante. Me faz lembrar de longe os melhores dias do David Wayne. A troozice
contamina até o sotaque, propositadamente macarrônico, coisa comum nas
produções de bandas de países que não falam inglês em tempos passados, mas que
costuma sofrer correções sistemáticas nos lançamentos atuais. A produção, tem
aquela cara vintage, mas com uma bem-vinda
sujeira extra e um peso que costuma faltar em outros produtos da NWOTHM.
Além da formação, a fórmula da
banda continua inalterada, as glórias ou insucessos de seus discos geralmente
estando intimamente atreladas à inspiração na hora de escrever canções talhadas
a serem favoritas no set de um show que se preze. Quando conseguem, o resultado
é brilhante e simples, como na irresistivelmente idiota Fang And Fur ou em The
Trap, duas belezuras que conjuram o espírito do Accept de seus melhores
momentos.
No Refuge trilha o caminho entre o épico e
a velocidade, com muito de Judas Priest, e certamente será uma das mais
comemoradas pelos fãs. Já para quem gosta de vociferar pela imprensa um furioso
antagonismo à cena metálica atual, Spirit
Reaper soa um bocado próxima demais
ao que o Ghost vem fazendo. Para não
ficar feio, os caras provavelmente dirão que se inspiraram no Blue Öyster Cult. Tudo bem, a
faixa é uma delícia e não acredito que muitos venham a reclamar à sério.
O final do disco tem duas canções épicas que batem na trave na hora de
impressionar. You All Leave me lembrou em intenção Gods
Of Wrath do Metal Church, mas sem conseguir ser tão
memorável, enquanto Ravnfell
desperdiça grandes momentos e a presença do inconfundível Allan Averill (o irlandês
Neamthanga do Primordial) em uma sucessão de linhas vocais parecidas demais. Mas nada
que torne a audição desse The Throne Within menos empolgante. Certamente um dos melhores discos de Metal
Tradicional de 2019! (NOTA: 9,07)
Prós: Troo Bagarai
Contras: Melhor deixar as letras de lado...
Classifique como: Heavy Metal, NWOTHM
Para Fãs de: Judas Priest, Accept
Nenhum comentário:
Postar um comentário