Uma
Curta e Viciante Viagem Aos Anos 1980
Por Trevas
Tocar com o Azul Limão em Assunção no Metal
Feria Fest foi uma delícia. Uma horda de headbangers se divertindo em harmonia, estrutura de show excelente,
pessoas receptivas e conhecedoras da nossa cena. Vi muitos jovens que sabiam
mais de nossas bandas antigas (e novas) do Underground
do que a média dos nossos jovens bangers.
Um fato curioso e bacana, mas que não deixa de entristecer um pouco quando
notamos o quão pouco conhecemos da prolífica cena de nossos vizinhos. Tentei corrigir
essa falha em meu currículo, adquiri alguns CDs (e ganhei outros) de um punhado de bandas paraguaias. Pude testemunhar
algumas dessas ótimas bandas locais no próprio festival, e uma delas é essa
aqui, a Nightbound. Formada em 2018,
o núcleo da Nightbound é formado
pelo veterano guitarrista Mike Martinez (The Force, Overlord) e pela vocalista/baixista Arianna Cuenca. No show que assisti fechava o trio a jovem (e talentosa) baterista
Mel. O EP, autointitulado, é o primeiro trabalho em maior escala da banda,
que em 2018 havia lançado uma Demo em cassete com tiragem para lá de limitada,
só para casar com a ideia sonora: um resgate ao Hard/Heavy do final dos anos 1970, início dos anos 1980.
Nightbound 2019: Mel, Mike e Arianna |
Nightbound, a banda, abre Nightbound, o disco, com...Nightbound...a música. Produção bem
oitentista, Riff que conjura Scorpions, Judas Priest e Saxon. Os solos de Mike são matadores e a voz de Arianna
(que aqui não toca o baixo, nas mãos de Katz
Leiv) se encaixa perfeitamente na
era que os paraguaios tentam (com sucesso) resgatar. Basta escutar a delícia
que é o grudento refrão de Time Is On
Your Side, que une Thin Lizzy à Warlock com maestria.
No Mercy é mais violenta, uma belezura NWOTHM, com rápidas palhetadas, bateria caprichada (por Miky Doldán) e letra daquelas de rebeldia rocker típicas de tempos mais
ingênuos. A faixa seguinte, The Fighting
Never Ends, foi gravada num ensaio em 2019 (o restante do disco foi gravado
em estúdio no ano anterior), com a qualidade do som mais crua. Mais uma faixa
legal que poderia bem ser alguma gravação perdida de alguma banda efêmera lá de
1983.
Os curtos 18 minutos do EP
se encerram com uma versão bonitinha para Soldier
Of Fortune do Deep Purple. Um curto, belo e certeiro
cartão de visitas de uma banda que deixou o brasuca aqui curioso com o primeiro
Full Length, a sair em 2020. Uma viciante estreia! (NOTA: 9,02)
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Gravadora: Awakening Records (importado)
Prós: realmente nos transporta para o
início dos anos 1980
Contras: são apenas 18 minutos
Classifique como: NWOTHM
Para Fãs de: Saxon, Rock Goddes, Warlock, Thin
Lizzy
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