Fênix Errática
Por Trevas
Wings é o disco de estúdio comemorativo dos 40 anos
de existência do Picture, banda considerada
uma das pioneiras do metal na Holanda. O Picture
viveu um breve momento de sucesso no início dos anos 1980, excursionando com
alguns grandes nomes da cena e causando um certo impacto em alguns mercados
pela Europa até o encerramento de suas atividades, em 1987. Com o passar das
décadas, o Picture acabou sendo
catapultado aos status de banda Cult,
tendo voltado em 2007, excursionando e gravando com alguma regularidade com uma
formação que incluía a cozinha original e o vocalista britânico Pete Lovell (famoso pelo disco Eternal
Dark). Em 2016, após dois discos de
estúdio bacaninhas e inúmeras turnês, Lovell
decidiu sair para montar o Lovell’s Blade, levando dois membros do Picture com ele. Os remanescentes Rinus (baixo) e Bakker (bateria) resolveram então remontar a formação original da
banda, que gravara os dois primeiros discos. Na voz, Ronald Van Prooijen. Nas guitarras, o original Jan Bechtum soma forças a uma nova adição: Appie De Gelder. Com essa nova velha formação,
fizeram uma turnê comemorativa antecipando os 40 anos (que rendeu um ao vivo
ok). Como ninguém matou ninguém durante a turnê, o quinteto resolveu entrar em
estúdio e cá estamos diante do rebento, o décimo trabalho de inéditas da
carreira. Com a produção do desconhecido Jonathan
Merrelaar e lançamento nacional em
caprichado silpcase, vamos à Wings.
Senhores holandeses do barulho |
Line Of Life abre o trabalho,
com clara demonstração de que a sonoridade segue à risca a ideia da nostalgia –
parece que estamos ouvindo um disco de 1978/1979. Boas guitarras se revezam e
logo chega a voz de Ronald. O cara
soa atualmente mais como o Dave Lee Roth do que o próprio Diamond
Dave. E isso não é exatamente um
elogio. Honestamente, a formação original do Picture nunca foi minha favorita, justamente por conta de Ronald, um vocalista muito menos
interessante do que seus sucessores, Avigal
e Lovell. Mas ele até faz um
trabalho digno aqui, pena que Line Of Life,
a algo irritante faixa título (que parece um Uriah Heep sem
inspiração) e Little Annie introduzam o novo disco de
maneira cansativa e nada empolgante.
Mas a coisa realmente emplaca nas ferozes, curtas e matadoras Is It
Real e Blown Away (de longe a
melhor do bando). Aqui realmente ouvimos o Picture
cheio de energia que faz um dos shows mais legais que um fã de Metal Tradicional
pode assistir. No Place To Hide e Empty Room diminuem o ritmo, mas essa última consegue extrair ótimas
linhas melódicas aliadas a grandes solos e mudanças de andamento. Ótima música.
Mas infelizmente a empolgação dura muito pouco. Never Enough é quase um bizarro
remake de We’re An American Band do Grand Funk Railroad. E a “paradinha
para a galera cantar junto” no refrão surrupiado não melhora a vergonha alheia. Still Standing não consegue levantar muito a bola com sua letra
comemorativa. Já a épica Stroke cita
a empolgação da banda com o Brasil e encerra de maneira digna, mas não tão
empolgante assim, um disco para lá de irregular. (NOTA: 6,75)
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Gravadora: Classic Metal Records
(nacional)
Prós: o meio do disco tem ótimas músicas
Contras: Um início murcho e Never Enough
Classifique como: Heavy Metal
Para Fãs de: Ostrogoth, Saxon, The Rods
Lovell faz falta...
ResponderExcluirkrill
ExcluirCertamente fez falta, mas o material não ajuda muito
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