sábado, 23 de novembro de 2019

Crobot – Motherbrain (CD-2019)



As Novas Aventuras de Crobot  
Por Trevas

Quem acompanha a Cripta deve se lembrar que nosso chimpanzé adestrado escreveu em janeiro de 2015 uma empolgada resenha sobre o primeiro Full Length dos estadunidenses do Crobot: Something Supernatural (ler aqui). Pois então, os caras tiveram um impacto considerável com aquele disco, mas o trabalho seguinte, Welcome To Fat City (2016) falhou em manter o Hype. Eis que o single recém lançado Low Life volta os holofotes novamente para os maconheiros, agora oficialmente um trio, comandado criativamente pelo tresloucado vocalista Brandon Yeagley e pelo riffeiro Chris Bishop. Com produção de Corey Lowery (Seether, Stuck Mojo) e surpreendente lançamento nacional (pela Hellion), vamos à Motherbrain!

Brandon: "tens seda?"
Burn de cara mostra que o som dos malucos mudou um bocado, o Stoner/Southern Metal ganhou um upgrade no Groove e uma pegada mais metalizada do que psicodélica. Mas longe de ficar exatamente previsível, vide o solo de harmônica em meio à paulada. Algumas resenhas para a banda chegam a citar referências ao Funk Metal, muito popular na década de 1990, e definitivamente não estão viajando não, só escutar a faixa de trabalho Keep Me Down, engrandecida, como se faz repete por todo o disco por um refrão grudento, baixo pulsante (em estúdio nas mãos do guitarrista e do produtor) e guitarra com efeitos bacanas.


A versatilidade comanda aqui, e Drown pode agradar tanto aos fãs do rock Alternativo da era grunge quanto os adeptos de um Hard Rock como nos momentos mais encorpados de um Skid Row. E as tantas influências e referências não ficam perdidas não, graças a uma maior maturidade da banda e das mãos certeiras do produtor. Tudo aqui é muito bem tocado, mas o destaque dos destaques fica com o gogó privilegiado de Brandon Yeagley, que além de cantar demais tem fama de excelente frontman.  É chegada a hora da música que reativou o interesse do grande público no som do Crobot: Low Life é uma delícia funkeada com refrão viciante.



A banda pode ter quase extinguido seu lado mais Occult Rock/Psicodélico, mas o senso de humor permanece intacto, como pode ser visto na letra da matadora Alpha Dawg. Stoning The Devil tem um que de Soundgarden (e dos bons momentos) e arriscaria a colocar a mesma como um dos pontos altos de um disco bem homogêneo.


E o disco não dá descanso nem em sua reta final: Gasoline, Destroyer (reativando as letras de filme de ficção Z), Blackout, Afterlife e The Hive estão todas infestadas de grandes momentos e refrães viciantes até a medula. Em suma, coloque Motherbrain para rodar e corra o risco de não conseguir tirar a bolachinha de seu som por um bom tempo. (NOTA: 9,08)

Visite o The Metal Club
Gravadora: Hellion Records (nacional)
Prós: uma miscelânea de referências sonoras que toma uma bela cara própria
Contras: absolutamente nada a declarar
Classifique como: Southern Metal, Hard Rock, Stoner
Para Fãs de: Clutch, Skid Row

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