As
Novas Aventuras de Crobot
Por Trevas
Quem acompanha a
Cripta deve se lembrar que nosso chimpanzé adestrado escreveu em janeiro de
2015 uma empolgada resenha sobre o primeiro Full Length dos
estadunidenses do Crobot: Something Supernatural (ler aqui). Pois então, os caras tiveram um impacto
considerável com aquele disco, mas o trabalho seguinte, Welcome To Fat City (2016) falhou em manter o Hype.
Eis que o single recém lançado Low Life volta os holofotes novamente para
os maconheiros, agora oficialmente um trio, comandado criativamente pelo tresloucado
vocalista Brandon Yeagley e pelo riffeiro Chris Bishop. Com produção de Corey
Lowery (Seether, Stuck Mojo) e surpreendente lançamento
nacional (pela Hellion), vamos à Motherbrain!
Brandon: "tens seda?" |
Burn de cara mostra que o
som dos malucos mudou um bocado, o Stoner/Southern Metal ganhou um upgrade no Groove
e uma pegada mais metalizada do que psicodélica. Mas longe de ficar exatamente previsível,
vide o solo de harmônica em meio à paulada. Algumas resenhas para a banda
chegam a citar referências ao Funk Metal, muito popular na década de 1990,
e definitivamente não estão viajando não, só escutar a faixa de trabalho Keep Me Down, engrandecida,
como se faz repete por todo o disco por um refrão grudento, baixo pulsante (em
estúdio nas mãos do guitarrista e do produtor) e guitarra com efeitos bacanas.
A versatilidade comanda aqui, e Drown
pode agradar tanto aos fãs do rock Alternativo da era grunge quanto os adeptos
de um Hard Rock como nos momentos mais encorpados de um Skid Row. E as tantas
influências e referências não ficam perdidas não, graças a uma maior maturidade
da banda e das mãos certeiras do produtor. Tudo aqui é muito bem tocado, mas o destaque
dos destaques fica com o gogó privilegiado de Brandon Yeagley, que
além de cantar demais tem fama de excelente frontman. É chegada a hora
da música que reativou o interesse do grande público no som do Crobot: Low Life é uma delícia
funkeada com refrão viciante.
A banda pode ter quase extinguido seu lado mais Occult Rock/Psicodélico,
mas o senso de humor permanece intacto, como pode ser visto na letra da
matadora Alpha Dawg. Stoning The Devil tem um que de Soundgarden
(e dos bons momentos) e arriscaria a colocar a mesma como um dos pontos altos
de um disco bem homogêneo.
E o disco não dá descanso nem em sua reta final: Gasoline, Destroyer (reativando
as letras de filme de ficção Z), Blackout,
Afterlife e The Hive estão todas
infestadas de grandes momentos e refrães viciantes até a medula. Em suma, coloque
Motherbrain para rodar e corra o
risco de não conseguir tirar a bolachinha de seu som por um bom tempo. (NOTA: 9,08)
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Gravadora: Hellion Records (nacional)
Prós: uma miscelânea de referências
sonoras que toma uma bela cara própria
Contras: absolutamente nada a declarar
Classifique como: Southern Metal, Hard
Rock, Stoner
Para Fãs de: Clutch, Skid Row
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