terça-feira, 12 de novembro de 2019

Death Angel – Humanicide (CD-2019)



Menudos Em Fúria
Por Trevas

Os outrora Menudos da Bay Area não descansam! Desde o retorno da banda, contam-se 18 anos, com uma avalanche de shows, discos de estúdio e trabalhos ao vivo. E sem nunca errar o alvo. Humanicide, o nono trabalho a contar da primeira encarnação do quinteto, repete a parceria com o produtor Jason Suecof, trazendo de volta o “lobo-em-pele-de-cordeiro” na bela arte gráfica. A repetição não se faz presente somente na arte e produção, não. Pela primeira vez o Death Angel consegue manter sua formação intacta por três discos seguidos. Vejamos se o entrosamento da equipe se reflete no campo de jogo.

E os Menudos envelheceram, muito bem, obrigado
De duas coisas os estadunidenses não podem ser acuados. A primeira é de  amansar seu som - a faixa título é um petardo de descomunal ferocidade. A segunda é de se deitar nos louros do saudosismo exagerado que costuma contaminar a cena Thrasher: como sempre o Death Angel mantém um pé fincado nas raízes e outro na modernidade. A agressividade quase Death da excelente Divine Agressor tem em seu instrumental passagens que podem tanto fazer a felicidade dos Zé-Coletinhos quanto de fãs de titãs da atualidade como Mastodon e Gojira.


E se o dedilhado de Agressor te fez pensar que o som enfim acalmaria, és um tolo. Outra pedrada vem, dessa vez com maiores arroubos melódicos, mas ainda assim ornada em violência e velocidade. Sempre considerei Mark Osegueda um frontman raro na cena Thrasher. Com voz que vai além da costumeira onda gritada comum ao gênero, bem poderia se enquadrar em algo mais calcado no Sleaze. E assim prova a grudenta I Came For Blood, com seu baixo destacado, e que não ficaria nem um pouco estranha se convertida para um Hard sujismundo.


Falando sobre o restante da matilha, é realmente impressionante a capacidade de Rob Cavestany e Ted Aguilar de verter riffs viciantes e virulentos, mas a cozinha rolo compressor formada por Damien Sisson (baixo) e Will Carroll consegue ainda assim ser o grande destaque no disco. Chega a dar taquicardia a pancadaria! Por sorte, Immortal Behated diminui um pouquinho a octanagem, uma faixa que bem poderia estar em um hipotético elo perdido musical situado entre o Rust In Peace e Youthanasia do Megadeth. Alive And Screaming mantém a toada, enquanto The Pack reflete sua letra e vigor tipicamente Punks em Gang Vocals que tem tudo para funcionar muito bem ao vivo, obrigado.


The Ghost Of Me talvez seja uma das faixas mais Slayer que a banda já fez, e é seguida da melódica e moderna Revelation Song, mais “leve” e que representa um certo alívio sonoro que bem poderia estar posicionado mais para o meio da bolachinha. O encerramento do repertório oficial se dá com a ácida Of Rats And Men, mas a edição nacional traz ainda a boa (e diferente) bônus The Day I Walked Away. Humanicide é definitivamente um dos discos mais poderosos dos californianos, audição obrigatória para qualquer fã de Thrash, de qualquer era. (NOTA: 9,02)

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Gravadora: Shinigami Records (nacional)
Prós: ferocidade ao máximo, não dá descanso aos ouvidos
Contras: os ouvidos podem sangrar
Classifique como: Thrash Metal
Para Fãs de: Overkill, Megadeth

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