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Eclipse Of Farofa
Por Trevas
O sétimo trabalho de estúdio dos suecos do Eclipse vem envolto em algumas dúvidas quanto ao futuro do projeto. Outrora principal válvula de escape criativa do multi-homem Erik Martensson (vocalista, produtor, baixista, compositor), atualmente a banda disputa a atenção com outros trocentos projetos do músico, um dos xodós da Frontiers Records, que coloca o rapaz para compor músicas para um monte daqueles combos repletos de artistas decadentes que o selo italiano adora abraçar. O próprio Erik andou dizendo em entrevistas que era hora do Eclipse evoluir, já que ele sentia a fonte aos poucos secando para o estilo antigo da banda. Mas se a preocupação é
com a qualidade das composições, o início desse Paradigm se mostra para lá de promissor.
Impossível não sair cantarolando Viva La
Victoria logo após a primeira audição. Não por acaso, foi escolhida como
faixa de abertura e primeira a ser trabalhada na divulgação do novo disco. Mary Leigh pode ser de uma xaropagem lírica assustadora, mas é igualmente
grudenta e viciante.
Erik e sua trupe de vikings farofentos |
Blood
Wants Blood nos faz perceber um cuidado constante com a
inserção de violões e temas celtas ao longo do disco, o que dá ao trabalho uma
cara de Gary Moore de sua fase Hard. Particularmente acho uma inclinação para lá
de agradável. Shelter Me é uma balada bonita pacas, Jon Bon Jovi mataria por uma
dessas nesses tempos de vacas magras.
Por falar em Bon Jovi, United definitivamente não ficaria nem um pouco desencontrada
naquele disco da trilha sonora de Young
Guns II. A produção de Martensson
é impecável e dá espaço para os arranjos mais trabalhados da carreira dos
suecos, sem descaracterizar a acessibilidade necessária a um estilo imediatista
como o Arena Rock/Hard Rock/AOR
praticado. Individualmente, todos cumprem suas funções com maestria, mas quem
já conhece a banda nunca duvidou disso. Delirious
enfim baixa um pouco (só um pouco) o nível, lembrando demais trabalhos
anteriores da banda. When The Winter
Ends é a Power Ballad que todo farofeiro sonha em
compor enquanto passa laquê no cabelo de poodle.
Em termos de letras, Erik
costuma até tentar se afastar vez ou outra do padrão dor de corno comum ao
estilo. Em .38 or .44 por exemplo,
faz seu protesto à cultura armamentista estadunidense, mais uma música bacana,
com belos solos e temas de guitarra. Em um disco que já beirava a perfeição,
ainda somos confrontados com duas das melhores composições do pacote já na reta
final: Never Gonna Be Like You e a
metálica e celta The Masquerade (a
despeito das acusações de plágio do nada confiável larápio Timo Tolkki) disputam
palmo a palmo com qualquer coisa que a banda já tenha feito anteriormente. E arrisco
dizer, Paradigm pode não ter
exatamente quebrado nenhum paradigma do Hard/AOR,
mas é facilmente um dos melhores trabalhos do estilo que escuto em anos, e
provavelmente o melhor disco da carreira dos suecos (NOTA: 9,48)
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Gravadora: Hellion Records (nacional)
Prós: um pacote irresistivelmente grudento
de canções
Contras: não, não quebra nenhum paradigma
Classifique como: Hard Rock, AOR
Para Fãs de: Whitesnake, Blue Murder, Gary Moore
(fase Hard)
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