segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Saint Vitus – Saint Vitus (CD-2019)



Scott is Dead, Long Live Scott
Por Trevas

Sete anos após o decepcionante retorno do Saint Vitus aos trabalhos em estúdio (então vindos de um hiato de 17 longos anos), de maneira absolutamente inesperada me deparo com a notícia de que a banda soltaria um novo rebento. Homônima, a bolachinha marca o retorno de Scott Reagers ao microfone, posto que ocupou na estreia da banda, também com um disco homônimo, 35 anos atrás. Scott substitui seu xará, Scott Wino Weinrich, que abandonou o SV para reativar o The Obsessed mais uma vez. O Saint Vitus atualmente é praticamente a banda de Dave Chandler, o outro membro original na formação. O restante do bando é composto por Henry Vasquez na bateria e o estreante Pat Bruders (Down, Crowbar) no baixo. Um disco homônimo a essa altura da carreira geralmente gera a expectativa de reinício ou reinvenção. A forte e simples arte gráfica também parece pressagio de que um novo Saint Vitus nos espera. Será que o som acompanha a expectativa? 

Rostinhos bonitos? Saint Vitus 2019
Sujeira e fuzz sempre fizeram parte do cardápio em se tratando dos veteranos do Doom estadunidense, e elas dão as caras logo na abertura, com a Sabbathesca e soturna Remains. Doom até a medula, a faixa é um bom cartão de visitas da banda e serve também para mostrar que a voz de Reagers está vívida como da última vez em que a ouvimos, mais precisamente em Die Healing, de 1995. A produção de Tony Reed é consideravelmente mais Old School do que a do disco anterior, e essa possivelmente foi a intenção. Casa bastante bem com a proposta e nos faz pensar no título do disco como uma referência aos primórdios da banda. Um reinício e não uma reinvenção, enfim. 


A climática e quase The Doors A Prelude To... soa exatamente como prelúdio para um algo que nunca chega a acontecer. Mas ainda assim funciona. Principalmente por anteceder a fúria Punk da visceral Bloodshed. Nela Chandler mostra que seu repertório vai desde os riffs monolíticos de um Iommy até uma urgência quase Motörheadiana. A trauletada seguinte, 12 Years In The Tomb, é o tipo de belezura que esperávamos encontrar no mal-acabado Lillie: F-65.


Wormhole é outra faixa que faria sentido realocada em qualquer bom disco do passado da banda. Hourglass, inteiramente composta pelo baterista Vasquez, parece um tributo ao primeiro disco do Black Sabbath: o perfeito elo perdido entre um Blues sujo e o Heavy Metal primitivo. Como nem tudo são flores, City Park não contribui com nada além de 4 intermináveis minutos de sons aleatórios, fuzz e falação. Para nossa sorte o disco volta aos eixos com o quase Funeral Doom de Last Breath, com ótima interpretação por parte de Reagers, terminando com a curta e feroz Useless. Enfim o Saint Vitus está de volta, e dessa vez com um disco que faz justiça a seu legado - que não tenhamos que esperar tanto pelo próximo disco! (NOTA: 8,21)

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Gravadora: Urubuz Records (nacional)
Prós: Um retorno digno do legado do Saint VItus
Contras: City Park é inexplicável
Classifique como: Doom Metal
Para Fãs de: Black Sabbath, Trouble

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