Scott
is Dead, Long Live Scott
Por Trevas
Sete anos após o
decepcionante retorno do Saint Vitus aos trabalhos em estúdio (então
vindos de um hiato de 17 longos anos), de maneira absolutamente inesperada me
deparo com a notícia de que a banda soltaria um novo rebento. Homônima, a
bolachinha marca o retorno de Scott Reagers ao microfone, posto que ocupou
na estreia da banda, também com um disco homônimo, 35 anos atrás. Scott substitui seu xará, Scott Wino Weinrich, que abandonou
o SV para reativar o The Obsessed mais uma vez. O Saint
Vitus atualmente é praticamente a
banda de Dave Chandler, o outro membro original na formação. O restante do bando
é composto por Henry Vasquez na bateria e o estreante Pat Bruders (Down, Crowbar) no baixo. Um disco homônimo a
essa altura da carreira geralmente gera a expectativa de reinício ou
reinvenção. A forte e simples arte gráfica também parece pressagio de que um
novo Saint Vitus nos espera. Será que o som acompanha a expectativa?
Rostinhos bonitos? Saint Vitus 2019 |
Sujeira e fuzz sempre fizeram parte do cardápio em se tratando dos veteranos
do Doom estadunidense, e elas dão as
caras logo na abertura, com a Sabbathesca
e soturna Remains. Doom até a medula, a faixa é um bom
cartão de visitas da banda e serve também para mostrar que a voz de Reagers está vívida como da última vez
em que a ouvimos, mais precisamente em Die
Healing, de 1995. A produção de Tony Reed é consideravelmente mais Old
School do que a do disco anterior, e
essa possivelmente foi a intenção. Casa bastante bem com a proposta e nos faz
pensar no título do disco como uma referência aos primórdios da banda. Um
reinício e não uma reinvenção, enfim.
A climática e quase The Doors A Prelude To... soa exatamente como prelúdio para
um algo que nunca chega a acontecer. Mas ainda assim funciona. Principalmente por
anteceder a fúria Punk da visceral Bloodshed. Nela Chandler mostra que seu repertório vai desde os riffs monolíticos
de um Iommy até uma urgência quase Motörheadiana. A trauletada seguinte, 12 Years In The Tomb, é o tipo de
belezura que esperávamos encontrar no mal-acabado Lillie: F-65.
Wormhole é outra faixa que
faria sentido realocada em qualquer bom disco do passado da banda. Hourglass, inteiramente composta pelo
baterista Vasquez, parece um tributo
ao primeiro disco do Black Sabbath: o perfeito elo perdido entre
um Blues sujo e o Heavy Metal primitivo. Como nem tudo são flores, City Park não contribui
com nada além de 4 intermináveis minutos de sons aleatórios, fuzz e falação. Para nossa sorte o
disco volta aos eixos com o quase Funeral
Doom de Last Breath, com ótima
interpretação por parte de Reagers,
terminando com a curta e feroz Useless. Enfim
o Saint Vitus está de volta, e dessa vez com um disco que faz justiça a seu
legado - que não tenhamos que esperar tanto pelo próximo disco! (NOTA: 8,21)
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Gravadora: Urubuz Records (nacional)
Prós: Um retorno digno do legado do Saint
VItus
Contras: City Park é inexplicável
Classifique como: Doom Metal
Para Fãs de: Black Sabbath, Trouble
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