Fragmentado
Por Trevas
O sétimo trabalho de estúdio
dos dinamarqueses do Volbeat chega à
um mundo bem diferente daquele que encarou com certa indiferença a estreia da
banda, em 2005: o combo liderado pelo obstinado Michael Poulsen agora é
simplesmente o recordista de público em seu país natal, tendo colocado 48.000
pessoas no Telia Parken. E a cada lançamento estende tentáculos
grudentos para dentro das rádios estadunidenses, geralmente pouco afeitas ao Hard/Metal do velho continente. E o que impressiona é que Poulsen e sua trupe tenham conseguido
tamanho estardalhaço fazendo um som bastante idiossincrático: uma mistura de Heavy Metal com Rockabilly, Punk e até mesmo Country. E a moral dos caras é tamanha que seu discos sempre contam
com participações especialíssimas de baluartes do panteão metálico – King Diamond, Mille Pretrozza, Barney Greenway... Repetindo
aqui a parceria com o produtor Jacob
Hansen, vamos ver o que os
dinamarqueses tem a dizer.
Last Day Under The Sun tem riff simples, toneladas de reverb
e um refrão grudento feito chiclete no asfalto de verão. Parece saída de algum
filme oitentista daqueles que passavam ad
nauseum na Sessão Da Tarde. E cara,
funciona pacas.
Pelvis On Fire
já lembra bem mais o material pelo qual a banda se destacou em seus primeiros
discos, aquela mistura única de Metal
com elementos de Rockabilly. Não é
dos melhores exemplares que a banda já fez, mas tá valendo.
A faixa título chega com
harmonias nas guitarras que evocam Thin
Lizzy, para então cair em uma Power Ballad daquelas que também tem povoado cada vez mais os discos do
quarteto. Para nossa sorte essa é das boas. Mas já fica evidente que há um
certo tom esquizofrênico no desenrolar da bolachinha. O que fica mais evidente
quando somos repentinamente arremessados em seguida para um rockão fodido como Die To Live, contando com a
voz indefectível de Neil Fallon – do Clutch – só para seguir caminho com a melecosa When We Were Kids e então com a deliciosamente macabra Sorry Sack Of Bones.
E nessa montanha russa que
dura quatorze faixas e quase uma hora de duração, ainda temos tempo para a participação
de Gary Holt em Cheapside Sloggers, além de números que farão a
alegria das rádios – como Cloud 9- e também dos fãs antigos – como Leviathan e Parasite.
Definitivamente o ouvinte
precisa ter bastante gosto por todas as facetas que o Volbeat já demonstrou anteriormente, pois aqui elas se digladiam a
cada minuto por um minuto ao sol. Para grande mérito de Poulsen e sua trupe, não há um segundo sequer aqui que não soe
exatamente como Volbeat, e se falta
coesão ao disco, sobra diversidade e há garantia de um pouco de diversão para
todos.(NOTA: 8,27)