Scorpion Child - Acid Roulette (Cd-2016) |
O Segundo Filho do
Escorpião Lisérgico
Por
Trevas
Prólogo: Ganhando
Tardiamente os Holofotes
Os texanos da Scorpion Child já estavam na estrada há quase uma década quando finalmente
conseguiram atrair a atenção de um selo, assinando com a Nuclear Blast, meca teutônica
do Heavy Metal. As gravações do primeiro disco da banda deixaram a gravadora
tão feliz que o trabalho de promoção foi intensificado, gerando uma resposta
excelente: a mídia especializada encheu o disco homônimo de elogios, e o SC foi citado em diversas listas de
revelações do ano. E a resposta do público foi ainda mais surpreendente, com a
bolachinha alcançando a 26ª colocação na americana Billboard.
O
som dos caras parece uma mistura do Retro Rock de bandas como Rival Sons com uma dose carregada de hard e Heavy mais modernos. Se estivéssemos em Hollywood, diria que é como se o Lucifer’s Friend tivesse ganho um reboot caprichado (impressão essa
amplificada pelo fato do Child ter
coverizado justamente uma faixa dos alemães em seu primeiro disco). Como sempre
acontece na história do rock, um debut com tamanho impacto acaba gerando uma
carga de responsabilidade dobrada para a confecção do trabalho seguinte. E foi
assim que coloquei Acid Roulette para rodar.
Brincando de Roleta
Ácida
Confesso que quando
escutei a abertura com She Sings, I Kill, não me senti lá
muito empolgado. Aryn Jonathan Black continua soando como uma versão vitaminada do Chris Robinson
e a faixa é bem vigorosa, mas falta algo. Fiquei me perguntando, se essa é a
primeira faixa de trabalho, será que o resto do disco também não seria grandes
coisas? Ledo engano, segunda faixa de trabalho, Reaper’s Dance é um
arregaço e bem poderia ser a abertura do disco.
My Woman In Black, com algo de The Cult em sua estrutura, traz um
pouco de dinâmica ao começo da bolachinha. Outro petardo irresistível. A ótima faixa
título já mostra que a banda diversificou um pouco mais seu som em relação ao
primeiro rebento. Algo psicodélica, algo bluesy, alterna momentos etéreos com a
habitual pancadaria, dando espaço para o mais novo membro, o tecladista AJ Vincent mostrar todo seu arsenal
vintage.
Winter Side of Deranged é um combo Hard/Stoner feroz,
mas um pouco mais mundano. Séance é
uma curta prece pagã que antecede a monstruosa Twilight Coven, com sua
letra que é uma ode ao Occult Rock. Facilmente um dos destaques do disco, com a
cozinha formada pelo novo batera Jon
Rice e o baixista Alec Padron mostrando seus talentos. Talento é o que o vocalista Aryn tem de sobra, como fica claro na excelente
power ballad Survives.
Retrô? Eu???? Naahhh |
A
boa Blind Man’s Shine parece
brincar com o clássico Sin’s a Good
Man’s Brother do Grand Funk em seu riff principal, e talvez
por isso mesmo acabe soando um pouco abaixo da média aqui. A suingada Moon Tension tem uma certa aura Zeppeliana coroada por um refrão
daqueles que grudam de imediato. E
lembra lá atrás nessa resenha quando falei que os caras soavam como um reboot
do Lucifer’s Friend? Pois então, escute Tower
Grove e confira se não faz sentido.
A dobradinha que encerra Acid Roulette (I MIght Be Your Man e Addictions)
não chega a empolgar tanto, mas isso se deve muito mais ao alto nível do
restante do material do que propriamente à falta de inspiração dessas duas
músicas.
Saldo Final
Um
pouco mais diversificado que o disco de estreia, Acid Roulette chegou
para mostrar que o Scorpion Child tem potencial de sobra para
figurar entre os grandes nomes do hard/Heavy da atualidade. Nome fácil nas
listas de melhores do ano ao redor do globo. Recomendo.
NOTA: 8,60
Para
fãs de Rival Sons, The Black Crowes, Lucifer’s Friend, Nazareth, Crobot
Passe
Longe se você não tiver o menor tesão pelo roque das antigas
Classifique como:
Stoner, Hard Rock, Retro Rock
Comecei ouvindo o Scorpion Child justamente pelo segundo play , bem bacana , mas nada que empolgue.Gostei bastante da She sings I kill e da I might be your man. O debut irei ouvir amanhã sem falta.
ResponderExcluirFala, camarada.
ExcluirO primeirão é mais direto. Particularmente gostei bem mais desse aqui.
Abração
Trevas
A lá, Señor Colombani já se pronunciou :D
ResponderExcluirVou checar a banda com mais calma, Mr. Trevas!
Valeu!