terça-feira, 2 de agosto de 2016

Scorpion Child – Acid Roulette (Cd-2016)

Scorpion Child - Acid Roulette (Cd-2016)
O Segundo Filho do Escorpião Lisérgico
Por Trevas

Prólogo: Ganhando Tardiamente os Holofotes

Os texanos da Scorpion Child já estavam na estrada há quase uma década quando finalmente conseguiram atrair a atenção de um selo, assinando com a Nuclear Blast, meca teutônica do Heavy Metal. As gravações do primeiro disco da banda deixaram a gravadora tão feliz que o trabalho de promoção foi intensificado, gerando uma resposta excelente: a mídia especializada encheu o disco homônimo de elogios, e o SC foi citado em diversas listas de revelações do ano. E a resposta do público foi ainda mais surpreendente, com a bolachinha alcançando a 26ª colocação na americana Billboard.


O som dos caras parece uma mistura do Retro Rock de bandas como Rival Sons com uma dose carregada de hard e Heavy mais modernos. Se estivéssemos em Hollywood, diria que é como se o Lucifer’s Friend tivesse ganho um reboot caprichado (impressão essa amplificada pelo fato do Child ter coverizado justamente uma faixa dos alemães em seu primeiro disco). Como sempre acontece na história do rock, um debut com tamanho impacto acaba gerando uma carga de responsabilidade dobrada para a confecção do trabalho seguinte. E foi assim que coloquei Acid Roulette para rodar.

Brincando de Roleta Ácida

Confesso que quando escutei a abertura com She Sings, I Kill, não me senti lá muito empolgado. Aryn Jonathan Black continua soando como uma versão vitaminada do Chris Robinson e a faixa é bem vigorosa, mas falta algo. Fiquei me perguntando, se essa é a primeira faixa de trabalho, será que o resto do disco também não seria grandes coisas? Ledo engano, segunda faixa de trabalho, Reaper’s Dance é um arregaço e bem poderia ser a abertura do disco.


My Woman In Black, com algo de The Cult em sua estrutura, traz um pouco de dinâmica ao começo da bolachinha. Outro petardo irresistível. A ótima faixa título já mostra que a banda diversificou um pouco mais seu som em relação ao primeiro rebento. Algo psicodélica, algo bluesy, alterna momentos etéreos com a habitual pancadaria, dando espaço para o mais novo membro, o tecladista AJ Vincent mostrar todo seu arsenal vintage.


Winter Side of Deranged é um combo Hard/Stoner feroz, mas um pouco mais mundano. Séance é uma curta prece pagã que antecede a monstruosa Twilight Coven, com sua letra que é uma ode ao Occult Rock. Facilmente um dos destaques do disco, com a cozinha formada pelo novo batera Jon Rice e o baixista Alec Padron mostrando seus talentos. Talento é o que o vocalista Aryn tem de sobra, como fica claro na excelente power ballad Survives.

Retrô? Eu???? Naahhh
A boa Blind Man’s Shine parece brincar com o clássico Sin’s a Good Man’s Brother do Grand Funk em seu riff principal, e talvez por isso mesmo acabe soando um pouco abaixo da média aqui. A suingada Moon Tension tem uma certa aura Zeppeliana coroada por um refrão daqueles que grudam de imediato.  E lembra lá atrás nessa resenha quando falei que os caras soavam como um reboot do Lucifer’s Friend? Pois então, escute Tower Grove e confira se não faz sentido. A dobradinha que encerra Acid Roulette (I MIght Be Your Man e Addictions) não chega a empolgar tanto, mas isso se deve muito mais ao alto nível do restante do material do que propriamente à falta de inspiração dessas duas músicas.

Saldo Final

Um pouco mais diversificado que o disco de estreia, Acid Roulette chegou para mostrar que o Scorpion Child tem potencial de sobra para figurar entre os grandes nomes do hard/Heavy da atualidade. Nome fácil nas listas de melhores do ano ao redor do globo. Recomendo.


NOTA: 8,60


Para fãs de Rival Sons, The Black Crowes, Lucifer’s Friend, Nazareth, Crobot
Passe Longe se você não tiver o menor tesão pelo roque das antigas
Classifique como: Stoner, Hard Rock, Retro Rock

3 comentários:

  1. Comecei ouvindo o Scorpion Child justamente pelo segundo play , bem bacana , mas nada que empolgue.Gostei bastante da She sings I kill e da I might be your man. O debut irei ouvir amanhã sem falta.

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    Respostas
    1. Fala, camarada.
      O primeirão é mais direto. Particularmente gostei bem mais desse aqui.
      Abração
      Trevas

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  2. A lá, Señor Colombani já se pronunciou :D
    Vou checar a banda com mais calma, Mr. Trevas!
    Valeu!

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