quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Inglorious – Inglorious (Cd-2016)

Inglorious (Cd-2016)
Hard Glorificado

Nathan James é um daqueles músicos que fãs xiitas de Heavy Metal adoram odiar. Com passagens por reality shows de gosto extremamente duvidoso, como Superstar e The Voice, o vocalista britânico também emprestou seus dotes a bandas tão díspares quanto Trans-Siberian Orchestra e Uli Jon Roth. Embora seu disco solo traga a xaropagem que se espera de um cantor de reality show, Nathan também resolveu dividir seu tempo com uma banda que reflete seu amor pelo Hard e Classic Rock: o Inglorious.

Cara de xarope, voz porreta - Nathan James
E desde a primeira música o combo britânico deixa bem claro sua marca, um Hard Rock que busca em proporções iguais influência na nata do Hard dos anos 1970/1980. Until I Die (ver vídeo) é grooveada e lembra um bocado algo do Badlands. Breakaway tem muito de Whitesnake, em especial nas harmonias vocais.


High Flying Gypsy (ver vídeo) é cadenciada e um pouco calcada em algo que Axel Rudi Pell ou Dio fariam. A voz de Nathan, que faz lembrar um bocado o saudoso Ray Gillen, carrega a banda mesmo em momentos menos inspirados como esse.


Holy Water (ver vídeo) traz uma montanha de classic rock e até mesmo pitadas de soul à mistura, numa power ballad bastante interessante. O slide no início de Warning poderia indicar mais um Blues Rock, mas o que temos é um Hard visceral. Aqui temos também a demonstração de que os dotes de Nathan nem sempre jogam para o time, vide os gritinhos desnecessários, que infelizmente aparecem em outros momentos da bolachinha.


Bleed For Me é uma bela Power Ballad com um pé fincado nos anos 1980 e outro na década anterior e que conta com uma puta interpretação vocal e bom solo de Andreas Eriksson. Girl Got A Gun (ver vídeo) foi a primeira faixa de trabalho do disco e traz um pouco mais de modernidade em sua estrutura Hard.


You’re Mine é mais um Hard moderno um pouquinho genérico, mas eficiente, a despeito dos exageros de Nathan. Já a faixa título, essa é o destaque absoluto do disco, uma ode ao Rainbow fase Dio, com sua aura épica, lembrando em muito também o Heaven & Earth (o que dá quase no mesmo, convenhamos).

Nathan e os bastardos inglórios
Wake é a típica balada considerada obrigatória para bandas de Hard na década de 1980. Chata como a maioria delas, diga-se. De longe o ponto baixo do disco. Após uma introdução ao piano, Unaware (ver vídeo) conquista com sua mescla do hard clássico com o moderno e um refrão matador.


Saldo Final

O primeiro trabalho do Inglorious é um disco de Hard bem agradável, mas que por vezes compromete sua identidade em meio à uma miríade de referências e reverências às bandas clássicas do estilo. A mixagem, que deixa os vocais de Nathan na estratosfera, acaba dando a impressão de que o grupo não passaria de um canal para exibição dos dotes da estrela da companhia. Bom, espero estar enganado e que o Inglorious perdure, já que a estreia foi para lá de promissora.


NOTA: 7,96


Pontos positivos: boas canções fazem a audição do trabalho como um todo ser bem agradável
Pontos negativos: uma miríade de referências que acaba prejudicando a identidade da banda; vocais muito à frente na mixagem.
Para fãs de: Axel Rudi Pell, Heaven & Earth e Rainbow

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