Inglorious (Cd-2016) |
Hard Glorificado
Nathan James
é um daqueles músicos que fãs xiitas de Heavy Metal adoram odiar. Com passagens
por reality shows de gosto extremamente duvidoso, como Superstar e The Voice, o vocalista britânico também emprestou
seus dotes a bandas tão díspares quanto Trans-Siberian
Orchestra e Uli Jon Roth. Embora
seu disco solo traga a xaropagem que se espera de um cantor de reality show, Nathan também resolveu dividir seu
tempo com uma banda que reflete seu amor pelo Hard e Classic Rock: o Inglorious.
Cara de xarope, voz porreta - Nathan James |
E desde a primeira música o combo britânico deixa bem claro sua marca,
um Hard Rock que busca em proporções iguais influência na nata do Hard dos anos
1970/1980. Until I Die
(ver vídeo) é grooveada e lembra um bocado algo do Badlands. Breakaway tem
muito de Whitesnake, em especial nas
harmonias vocais.
High Flying Gypsy (ver vídeo)
é cadenciada e um pouco calcada em algo que Axel Rudi Pell ou Dio fariam. A voz de Nathan,
que faz lembrar um bocado o saudoso Ray
Gillen, carrega a banda mesmo em momentos menos inspirados como
esse.
Holy Water (ver vídeo) traz uma montanha de classic rock e até mesmo pitadas
de soul à mistura, numa power ballad bastante interessante. O slide no início
de Warning poderia indicar mais um Blues
Rock, mas o que temos é um Hard visceral. Aqui temos também a demonstração de
que os dotes de Nathan nem sempre
jogam para o time, vide os gritinhos desnecessários, que infelizmente aparecem
em outros momentos da bolachinha.
Bleed For Me é uma bela Power
Ballad com um pé fincado nos anos 1980 e outro na década anterior e que conta com
uma puta interpretação vocal e bom solo de Andreas
Eriksson. Girl Got A Gun (ver vídeo) foi a primeira faixa de trabalho do
disco e traz um pouco mais de modernidade em sua estrutura Hard.
You’re Mine é mais um Hard
moderno um pouquinho genérico, mas eficiente, a despeito dos exageros de Nathan. Já a faixa título, essa é o
destaque absoluto do disco, uma ode ao Rainbow
fase Dio, com sua aura épica,
lembrando em muito também o Heaven &
Earth (o que dá quase no mesmo, convenhamos).
Nathan e os bastardos inglórios |
Wake é a típica balada considerada
obrigatória para bandas de Hard na década de 1980. Chata como a maioria delas,
diga-se. De longe o ponto baixo do disco. Após uma introdução ao piano, Unaware (ver vídeo) conquista com sua
mescla do hard clássico com o moderno e um refrão matador.
Saldo Final
O
primeiro trabalho do Inglorious é um
disco de Hard bem agradável, mas que por vezes compromete sua identidade em
meio à uma miríade de referências e reverências às bandas clássicas do estilo.
A mixagem, que deixa os vocais de Nathan
na estratosfera, acaba dando a impressão de que o grupo não passaria de um canal
para exibição dos dotes da estrela da companhia. Bom, espero estar enganado e
que o Inglorious perdure, já que a
estreia foi para lá de promissora.
NOTA: 7,96
Pontos
positivos: boas canções fazem a audição do trabalho como um todo ser bem agradável
Pontos
negativos: uma miríade de referências que acaba prejudicando a identidade da
banda; vocais muito à frente na mixagem.
Para
fãs de: Axel Rudi Pell, Heaven & Earth e Rainbow
Nenhum comentário:
Postar um comentário