Gary Moore, Lacuna Coil, Deftones, Sunstorm |
Curtas: Gary Moore, Lacuna Coil, Deftones, Sunstorm
Gary Moore - Live At Bush Hall 2007 (Cd-2016) |
Gary
Moore – Live at Bush Hall 2007 (Cd-2016)
O Baú do Tio Moore
Lançado
originalmente lá fora em 2014 numa edição que logo saiu de catálogo, esse é o
relançamento brasuca de mais um ao vivo do cara de Morcego. Gravado às vésperas
do lançamento de Close as You Get, disco de 2007, temos aqui o registro de um
show bem diferente. Primeiramente, o show fez parte de uma promoção de uma
rádio britânica, e os 400 felizardos presentes no evento compõe o hall de
vencedores dessa promoção. E outro fator que fez desse show único é que seu set
está calcado majoritariamente no repertório do disco novo. Que bacana que Close
As You Get é muito bom, como vemos nas ótimas If The Devil Made Whiskey,
Eyesight to the Blind, I Had a Dream, Trouble at Home e na versão para Thirty Days
de Chuck Berry. Claro que estamos falando de um Gary em sua fase Blueseira, mas
os fãs de seu lado mais hard tem uma ótima versão de Don’t Believe a Word,
clássico do Thin Lizzy, para se divertir um pouco. De resto, um disco muito bem
gravado, com ótima performance vocal e guitarrística do irlandês. O único senão
fica por conta da participação do público, bastante tímida, obviamente por
conta do número de espectadores e pelo clima intimista do show. Um grande
lançamento que nos deixa esperançosos de que o baú do tio Moore ainda esteja
repleto de belezuras ao vivo.
NOTA:
8,50
Pontos
positivos: ótimas rendições para as músicas de Close as you get e alguns
clássicos
Pontos
negativos: plateia bem no fundo na mixagem.
Para
fãs de: Joe Bonamassa, Rory Gallagher
Classifique
como: Blues Rock
O saudoso cara de morcego, debulhando sua guitarra |
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Lacuna Coil - Delirium (Cd-2016) |
Lacuna
Coil – Delirium (Cd-2016)
Bendita Loucura
O oitavo disco de
estúdio dos italianos foi elaborado em situação extremamente incomum. O
baixista Marco Coti Zelati ficou boa parte da turnê de divulgação de Broken
Crown Halo no estaleiro, utilizando esse período de férias forçadas para
exercitar seus talentos como compositor. Em paralelo, os italianos sofreram com
uma espécie de demissão coletiva, com os membros de longa data Cristiano
"Criz" Mozzati, Cristiano "Pizza” e Marco "Maus"
Biazzi abandonando o barco no período de um ano. Tempos sombrios, temática
sombria. Os vocalistas Cristina Scabbia e Andrea Ferro resolveram aproveitar o
surto criativo de Zelati, e escolheram como tema central do novo trabalho
explorar os recônditos mais sombrios da mente humana. Loucura, depressão e os
horrores dos tratamentos psiquiátricos e suas instituições num passado não
muito distante figuram nas letras de Delirium.
A
temática trevosa acabou por gerar o disco mais pesado e sombrio da banda.
Andrea Ferro tem aqui sua melhor e mais brutal performance até hoje (lembrando
em algumas partes o Burton C Bell) e faixas como The House of Shame e as
viciantes My Demons, Ghost in the Mist, Broken Things e Take Me Home bebem em
iguais proporções das fontes do Metalcore, Groove Metal e Gothic Metal. Cris
Scabbia também mudou em parte sua maneira de cantar, como fica evidente nos
agudos estratosféricos da excelente faixa título. As guitarras são um caso à
parte. Enquanto Zeloti gravou praticamente todas as bases, os solos ficaram ao
encargo de músicos convidados, que trouxeram solos mais trabalhados do que o
habitual. Entre os convidados, a surpresa fica por conta de Myles Kennedy, no
belo solo da boa balada Downfall. Enfim, Delirium não é um retorno às origens,
como foi vendido em declarações para a imprensa. O disco é ainda mais sombrio e
pesado que os trabalhos mais antigos da banda, mas bastante moderno e bem mais
sofisticado. Eis que da escuridão absoluta e da loucura surge o provável melhor trabalho do Lacuna
Coil. Muito bom!
NOTA:
8,71
Pontos
positivos: disco mais sombrio da banda, com a melhor performance vocal de
Andrea Ferro até hoje
Pontos
negativos: sua produção algo saturada pode causar cansaço.
Para
fãs de: Paradise Lost, Delain, Within Temptation
Classifique como: Gothic
Metal, Metal Moderno
Cris quer saber se você já tomou seu remedinho hoje |
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Deftones - Gore (Cd-2016) |
Deftones
– Gore (Cd-2016)
Beleza Americana
Supostamente Gore é o
disco que marcou a dissidência entre o guitarrista Stephen Carpenter e o
vocalista Chino Moreno, por conta do direcionamento musical menos pesado
forçado pelo último. A polêmica foi amplamente ventilada nos meios de
comunicação especializados e parecia antecipar uma mudança drástica na
sonoridade dos estadunidenses, talvez o único exemplar do moribundo Nu Metal a
ainda contar com grande aceitação por parte da crítica. Mas ao colocar a
bolachinha para rodar, fiquei com a impressão de que tudo não passou de um
grande embuste, estratégia de marketing para chamar a atenção num mercado cada
vez mais saturado de lançamentos. Não, Gore não é ruim, não mesmo. Mas sua
sonoridade também não representa nada de tão novo na discografia Deftoniana.
Diria que parece um cruzamento entre o comercial e direto (e ótimo) Diamond
Eyes e o diversificado (e muito bom) Koi No Yokan. As melodias estranhas e
ainda assim grudentas de Chino estão lá, fazendo de músicas algo incomuns como
Prayers/Triangles, Hearts/Wires e (L)Mirl potenciais hits. Aliás, sou só eu ou
alguém mais consegue ver o paralelo entre as linhas melódicas de Chino e as da
Islandesa Bjork?
Engana-se
quem acreditou que a produção do experiente Matt Hyde (Monster Magnet, Machine Head, Slayer, Slipknot...)
deixaria a banda soar leve demais (vide porradas como Doomed User). As guitarras
de Stephen Carpenter estão ali, destilando riffs à sua maneira peculiar, mas
dessa vez experimentando um pouco mais, como nas dobras Ironmaideanas de Pittura Infamante e da belíssima Phantom
Bride, essa última com participação
do monstro Jerry Cantrell. Talvez o
grande diferencial e maior charme de Gore
seja o senso algo cinemático do material, que faz com que seus 51
fantasmagóricos minutos venham a fluir agradavelmente de forma contínua, ainda
que as faixas tenham vida própria para o ouvinte casual. Um disco bonito e
estranho que conta com ótima arte gráfica em seu lançamento nacional e que
figura como forte candidato a entrar nas listas de discos do ano ao redor do
globo.
NOTA: 8,74
Pontos
positivos: melodias vocais belas e intrincadas, boa cadência dando senso de
continuidade na audição do disco
Pontos
negativos: experimental demais a alguns ouvidos
Para
fãs de: Bjork, Tesseract, Korn
Classifique como: Nu
Metal, Metal Alternativo, Metal Moderno
Chino e sua trupe, aprontando muita confusão na sessão da tarde |
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Sunstorm - Edge of Tomorrow (Cd-2016) |
Sunstorm
– Edge of Tomorrow (Cd-2016)
Tempestade de Farofa
Edge of Tomorrow é o quarto rebento do projeto AOR capitaneado pelo veterano vocalista
Estadunidense Joe Lynn Turner (Rainbow, Deep Purple, Malmsteen). Dessa
vez o “Seu Peruca” resolveu reformular por completo a banda que o acompanha. Ao
invés da base do Pink Cream 69, Joe cooptou um bando de pistoleiros de
aluguel do selo AOR Frontiers, tendo à frente o tecladista
e compositor Alessandro Del Vecchio, ser onipresente nos lançamentos atuais da gravadora
italiana. A sonoridade, supostamente mais pesada que nos discos anteriores, na
verdade está bastante próxima ao estilo de composição de Del Vecchio, que assina
quase todas as faixas (com exceção de uma contribuição de Jim Peterik, do Survivor na oitentista The Sound of Goodbye): ou seja, uma sonoridade que
geralmente lembra um Journey um
pouco mais melancólico e rocker.
As
faixas, aliás, são todas legais, ainda que raramente memoráveis. Os melhores momentos
ficam com Heart of the Storm e a faixa título. Joe pode ser persona non grata para os
fãs de Deep Purple e Rainbow, mas continua
reinando absoluto quando se trata desse estilo mais comercial de Hard Rock. A banda toda é muito boa, mas quem brilha na parte
instrumental é o guitarrista Simone Mularoni, que destila riffs e solos
muito bem arquitetados e até mesmo mais vigorosos do que se esperaria. A
produção, sob a batuta de Del Vecchio, é aquela tipicamente polida e
algo plástica, tão característica dos trabalhos da Frontiers,
fato que já começa a incomodar. Enfim, um bom disco, divertido e cliché até a
medula e que irá agradar em cheio aos fãs de um AOR old school.
NOTA: 7,93
Pontos
positivos: boas interpretações de Joe e ótimos solos de Mularoni
Pontos
negativos: produção pasteurizada e canções bacanas, mas bem manjadas
Para
fãs de: produções típicas da gravadora Frontiers
Classifique como:
AOR, Melodic Hard Rock
Tio Joe, boquiaberto com o novo lançamento das Perucas Lady |
Gary Moore e Lacuna Coil tenho que ouvir!!! E o Sunstorm não conheço, vou dar uma sacada...
ResponderExcluirOlá, camarada
ExcluirPô, do Sunstorm comece pelo Emotional Fire, é o melhor!
abração
T