quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Curtas: Zakk Wylde + Striker + Denner/Shermann + Heart

Curtas: Zakk Wylde + Striker + Denner/Shermann + Heart

Curtas: Zakk Wylde + Striker + Denner/Shermann + Heart


Zakk Wylde - Book of Shadows II
Zakk Wylde – Book of Shadows II (cd-2016)

Gigante gentil

Já com o nome marcado na história do rock como um dos maiores guitarristas em todos os tempos, o prolífico Zakk Wylde anda com dificuldade em manter em seus trabalhos com o Black Label Society um padrão de qualidade condizente com seu imenso talento.
O trabalho semi-acústico Unblackned parece ter dado uma renovada na criatividade do barbudão, que produziu um dos melhores discos de sua banda em tempos (Catacombs of the Black Vatican, ver resenha da Cripta). Talvez a saída fosse alternar o estilo dos trabalhos solo, e é isso que Zakk faz aqui, revivendo sua faceta mais soturna em um disco semi acústico. De início, achei bastante perigosa a referência ao primeiro Book of Shadows. Aquele foi um trabalho único, sombrio e muito bonito, para muitos o melhor momento do gigante amigo fora da tutela do tio Ozzy. Aí escutei a primeira música de trabalho, Sleeping Dogs, e fiquei esperançoso: bonita para dedéu, trazendo um Zakk cantando como nos tempos do Pride & Glory e do primeiro Book. Enfim, havia esperanças.


Infelizmente Sleeping Dogs é uma exceção dentro das 14 faixas aqui apresentadas. O clima repete o do primeiro trabalho: músicas melancólicas em formato acústico, com exceção da inserção eventual de hammond e dos solos de guitarra. Zakk toca tudo nas músicas afora baixo e bateria. E canta, muito melhor do que vem fazendo no BLS, diga-se. A produção está perfeita, também sob a batuta de nosso herói. O grande problema é que as composições não ajudam tanto. Não há nada exatamente ruim aqui, mas as músicas seguem uma mesma fórmula e acabam cansando ao longo de mais de uma hora de audição. Por sorte temos algumas que valem por todo o trabalho, como as boas Tears of December e Darkest Hour, e as excelentes Lost Prayer e King. Essa última tocada ao piano com belíssima interpretação vocal de Mr. Wylde. A edição nacional, culpa da Hellion Records, traz ainda uma segunda versão de Sleeping Dogs, com Corey Taylor (Slipknot e Stone Sour) fazendo os backing vocals. Um disco bacaninha, mas que não sobrevive a uma comparação com o primeiro Book of Shadows.


NOTA: 7,11

Recomendado para: um dia chuvoso de ressaca.
Passe longe se: tiver tendências suicidas.
Para fãs de: Southern Rock, Acoustic Rock


Zakk tocando Legião
___________________________________________________________

Striker - Stand in the Fire
Striker – Stand in the Fire (Cd-2016)

Canadenses em Chamas

Após o sucesso do ótimo City of Gold (ver resenha daCripta), os canadenses do Striker voltam com tudo com esse Stand In The Fire. Com uma nova formação, dessa vez como quarteto, a banda contou com guitarristas convidados na maioria dos solos, além da ajuda do conterrâneo Randy Black na bateria de uma das faixas. Mas as mudanças em nada alteraram a capacidade dos caras. Phoenix Strikes é o cartão de visitas perfeito, mostrando a mescla de NWOTHM com Hard anos 1980 que a banda faz tão bem. Out For Blood traz aquela veia de Anthrax clássico à mistura, além de um improvável e bacana solo de saxofone (uma referência ao que o Riot fizera em The Privilege of Power?).


Stand in the Fire é um disco bastante vigoroso e up tempo, e talvez um ponto “falho” seja a pegada frenética e a produção algo estridente de ponta a ponta de seus 43 minutos de duração. E cabe ressaltar que a primeira metade do disco (mais precisamente até a ótima instrumental Escape From Shred City) o disco é excelente, caindo um pouquinho em sua reta final. De resto, ótimos riffs e solos, refrães grudentos e um vocalista (Dan Cleary) nos moldes dos grandes nomes do metal tradicional. Nada que represente uma grande novidade no mundo do metal, mas que fará felizes os fãs daquela mistura oitentista de Hard/Heavy, que é exatamente o público alvo desses sempre divertidos canadenses. Bem legal!

NOTA: 8,29

Recomendado para: fãs de NWOBHM e Hard/Heavy oitentista
Passe longe se: sonoridade estridente soe incômoda
Para fãs de: Enforcer, Iron Maiden, Anthrax

Blame Canada! This is all "abut" metal
___________________________________________________________


Denner/Shermann - Masters of Evil
Denner/Shermann – Masters of Evil (Cd-2016)

Das Profundezas....da lata de lixo!

Quando ouvi falar sobre um novo projeto envolvendo os grandes Hank Shermann e Michael Denner, mestres das seis cordas do Mercyful Fate, fiquei bastante feliz. Mais feliz ainda quando soube da presença do excelente Snowy Shaw na batera. Que time! Fui conferir então o EP Satan’s Tomb e quase vomitei quando entrou o vocal pela primeira vez. Conhecia aquele cara, era o vocalista do irritante Cage, um dos grupos de metal mais chatos que já ouvi.  Ao final das contas o EP até era razoável. Mas esse Masters of Evil é um teste de paciência, ou instrumento de tortura digno de Guantánamo. Angel’s Blood até soa interessante, talvez por apresentar Sean Peck um pouco mais contido. Mas é só começar a rolar a segunda faixa, a ridícula Son of Satan para me lembrar o porquê deu não esperar nada desse projeto. Sean soa como o usual, um sub clone do já imensamente chato Ripper Owens. Sua interpretação na péssima The Wolf Feeds At Night é a matéria da qual os pesadelos são feitos. Mas nem tudo está perdido, vejam só, Pentagram and the Cross é muito boa. Ah, mas a faixa título novamente joga o nível lá no chão, tal qual a subsequente Servants of Dagon. Puta que bosta!!! E não falo somente pelo vocalista totalmente over, os riffs e solos todos parecem requentados e nada inspirados, saídos de alguma banda amadora. A produção é mediana e mesmo o som da bateria de Shaw fica bem aquém do desejado.


O nível baixo da bolachinha faz com que até a medíocre Escape From Hell pareça melhor do que realmente o é. E para encerrar, The Baroness tenta soar épica e sinistra a todo custo, mas só consegue mesmo rachar o que sobrou da bolsa escrotal do incauto ouvinte. Um acinte! Facilmente um dos maiores micos da história recente do Heavy Metal. Dá até medo de torcer por um retorno do Mercyful Fate.

NOTA: 4,20

Recomendado para: seu pior inimigo.
Passe longe se: tiver bom senso e bom gosto.
Para fãs de: Cage e gritinhos irritantes tipo Ripper Owens

A verdadeira "Curse of the Pharaos"
____________________________________________________________


Heart - Beautiful Broken
Heart – Beautiful Broken (Cd-2016)

Papa Het e o Coração Recauchutado

1985, um Headbanger bem troozão entra numa loja de discos atrás de uma cópia do ainda recente Ride the Lightning, petardo dos novos heróis da cena, o então nada comercial Metallica. No som mecânico da loja, toca uma balada melequenta que fica entre o AOR superproduzido e a ainda crescente cena Glam Metal. Trata-se do ressurgimento do Heart com What About Love. O headbanger, irritado, pega seu disco, paga e sai correndo da loja praguejando. Assim que cruza a rua é atropelado, entrando em coma. 2016, o headbanger sai do coma e no primeiro estabelecimento em que entra, escuta a voz daquela menina do Heart em um Hard pop bem comercial...entra uma voz masculina na música, é Papa Het. O Headbanger retorna a hospital e pede pela eutanásia. Fim. Brincadeiras à parte, essa bobageira serve para mostrar o quão chocante é imaginar que a faixa título e carro chefe do novo disco das irmãs Wilson, seja justamente uma parceria com o vocalista da maior banda de Heavy Metal americana. E caramba, funcionou bem!


Beautiful Broken, o disco, consiste em um apanhado de faixas já lançadas pelo Heart, só que com novos arranjos e produção. A mesma parece tentar recuperar um pouco a sonoridade do Heart em sua fase de cruza entre o AOR e o Glam, escapando do enfoque mais seco dado aos últimos dois discos. A Zeppeliana Heaven, cuja versão original consta na edição Deluxe de Fanatic é outro destaque, assim como City’s Burning, que apareceu pela primeira vez em Passionworks e Down On Me. Confesso que o lado mais melecoso das meninas não me pega em absoluto, e coisas como Sweet Darling e Language of Love tem açúcar para matar um elefante de diabetes. De resto, Ann Wilson continua com a voz fantástica, a produção está muito bem-feita e quem é fã pode conferir sem medo. 

NOTA: 7,36

Recomendado para: fãs de AOR em geral
Passe longe se: você for o headbanger da historinha
Para fãs de: Heart fase anos 1980


As irmãs Wilson, sessentonas com tudo em cima

2 comentários:

  1. Véi
    Que disco ruim o dos caras do Merciful Fate, o Kind Daimond deve ta rindo demais kkkkkk
    podre
    Danilo

    ResponderExcluir