Amon Amarth - Jomsviking (Cd-2016) |
Os Brutos Também Amam
Por Trevas
Prólogo – O Caminho do Guerreiro Barbudo
Um dos nomes mais fortes da cena metálica atual,
o Amon Amarth deve sua fama a dois fatos incontestes: uma discografia até
o momento bem coesa e um show bastante vigoroso e divertido. Seu som, geralmente definido como Viking Metal ou Death Metal Melódico, ganhou uma guinada bastante interessante justamente
quando a banda decidiu incorporar elementos de Heavy Metal em sua
vertente mais tradicional, naquele que é ainda hoje seu melhor momento em
estúdio: o colossal Twilight of the
Thunder-God. TOTTG catapultou a
banda ao topo das paradas ao redor do globo, fazendo que os suecos
transcendessem em muito o limitado nicho do Death Metal.
As vendagens se tornaram maiores,
as críticas melhores e os shows passaram dos pequenos clubes para arenas e ao papel
de destaque em festivais de verão na Europa. Só que a pressão para o lançamento
do sucessor de TOTTG deixou a banda
algo confusa. Primeiramente, tentaram um disco de volta as origens, mais brutal
e rechaçando as inserções mais tradicionais. Surtur Rising tinha lá
seus momentos, mas não sobreviveu à alta expectativa criada. Então os hirsutos
suecos decidiram quebrar a longa parceria com o produtor Jens Bogren, apostando
suas fichas no novo direcionamento musical proposto pelo mago britânico Andy Sneap (Nevermore, Megadeth, Accept). Ao final das contas o “novo direcionamento” levou a Deceiver of the Gods, um bom disco, mas que se assemelhava
em demasia à fórmula de TOTTG. Para tentar dar vida a uma nova obra prima, os grandalhões
repetiram a dobradinha com Andy Sneap, mas dessa vez decidiram tentar algo inédito em sua carreira: uma
obra conceitual.
A História - Uma Novela Viking
O disco conta a história de um jovem que vive um
drama abrupto. O imberbe viking vê a garota por quem é apaixonado ser tomada à
força pelo braço direito do líder de seu clã. Num afã de salvar sua amada, o
atrapalhado herói mata o renomado guerreiro. Agora um pária, o jovem é deserdado
pela própria família e expulso do clã. Aprendendo a se virar sozinho em um
território hostil, o protagonista alimenta a cada momento seu desejo de
vingança. Até que o destino o coloca frente à frente com uma temível ordem de
guerreiros sanguinários. Os Jomsvikings.
Uma ordem quase mitológica de vikings, os Jomsvikings
eram considerados a elite da elite. Uma horda invencível de assassinos e
conquistadores. Com a ajuda dos novos amigos, o jovem e agora respeitado herói
passa a acreditar que seu sonho de vingança pode se concretizar e que, quem
sabe, ainda há esperança em resgatar seu grande amor. Sim, é uma história de amor, mas
à moda Amon Amarth, com muito mais machados e vísceras do que beijos e passeios
no parque. E a forma como a banda tratou a narrativa, sem introduções ou
interlúdios inúteis, é um tremendo acerto. A música vem em primeiro lugar, a
história e sua continuidade ficando restrita às letras, sem mapinhas e profusão
de textos explicativos bobocas. Enfim, como todo bom disco conceitual deveria
ser.
Jomsviking – o Disco
A produção de Andy Sneap não encontrou
o tom certo em Deceiver of the
Gods, mas os primeiros minutos de First Kill deixam bem claro que a banda acertou em cheio ao apostar novamente
no britânico. Um som límpido, pesado e cortante, fundindo à perfeição o Death Metal com o Metal Tradicional fazem da abertura de Jomsviking um inconteste novo clássico.
Não à toa foi escolhida também como primeira faixa de trabalho, com um videoclipe
que traduz muito bem a essência da banda.
Wanderer é
uma paulada mid tempo com ótimo refrão e riffs cortantes. On A Sea Of Blood é a primeira das faixas da bolachinha que tem
clara inspiração na Donzela de Ferro, em especial nas guitarras dobradas e em
seu marcante refrão. One Against All
marca a parte da história em que nosso herói se depara com os Jomsvikings. Vigorosa
e empolgante, mostra que Mr. Sneap
gostou mesmo de trabalhar com o Accept,
já que temos os Gang Vocals típicos dos teutônicos no refrão. E não fosse o
vocal ogrão do gigante amigo Johan Hegg, Raise Your Horns seria uma das melhores músicas de
Power Metal desse ano, novamente com claras referências ao Accept. Particularmente acho que fica bem melhor com as ogrices
mesmo.
Ogro? Eu? Naahh |
The Way Of Vikings traz uma qualidade algo cinemática e épica à mistura,
com sons orquestrados engrandecendo uma música que nasceu para se tornar um
clássico. Por falar em clássico, a segunda faixa de trabalho do disco, a
Ironmaideana At Dawn’s First Light (ver vídeo) também cavará espaço
certeiro nos sets da banda até o fim de sua carreira. As guitarras dobradas aliás,
são um lembrete do quão bem os sempre competentes Olavi Mikkonen e Johan Söderberg funcionaram sob a batuta de Sneap, um especialista em sons de guitarra (ele mesmo um exímio
guitarrista, vide seus grupos - Sabbat
e Hell). Já o baterista convidado, Tobias Gustafsson, do Vomitory,
também tem uma performance memorável fazendo boa parceria com o baixista Ted Lundström (enterrado na mixagem, uma característica muito criticada
nos trabalhos de Mr. Sneap).
One Thousand Burning Arrows traz elementos orquestrados e andamento épico
que lembra em muito o clima de Embrace
of the Endless Ocean, que encerra Twilight of the Thunder-God. Estrategicamente
colocada, nos faz lembrar que a música dos suecos não é tão unidimensional
quanto muitos pensam. Ah, mas não fique achando que o Amon Amarth virou uma
dessas jostas intelectualóides que receberão remixagem do Steven Wilson no futuro,
não. A boçal e virulenta Vengeance is my
Name rasga as boas maneiras e nos
traz de volta à matança.
Os ogros são especialistas em edições especiais de dar água na boca. Pena que teríamos que pilhar muitas vilas para pagar por isso |
Vocalistas convidados não são uma
novidade no universo dos suecos. A fórmula já havia funcionado muito bem com Lars Göran Petrov do Entombed e com o maluquete Messiah Marcolin (ex-Candlemass)
em discos anteriores. Aqui a escolha foi consideravelmente mais audaciosa, a
musa cinquentona do metal Doro Pesch, fazendo as vezes da paixão do nosso
herói em A Dream that Cannot Be. Doro faz seu melhor, mas a faixa está
definitivamente um degrau abaixo da maioria do material da bolachinha. Back On Northern Shores é o trágico e épico fim da
jornada, sua fúria dinâmica coroando a parceria entre uma banda afiada e um
produtor de primeira linha.
Saldo Final
Tal qual a ordem de guerreiros
que deu nome ao disco, os grandalhões do Amon Amarth mostram-se imbatíveis e
sanguinários ao longo dos 52 minutos dessa obra que corre o risco de ser
lembrada no futuro como o ponto mais alto da carreira vitoriosa da banda. Disco do ano? Muito provavelmente. E que
venha a turnê brasileira!!!
NOTA: 9,69
Para fãs de: Iron Maiden, Accept e qualquer fã de metal
Fuja se: tiver medinho de gente feia e vocais urrados
Classifique como: Viking Metal, Melodic Death metal, Heavy Metal
Bandaça a ser melhor explorada por cá. Já a Patroa diz adorar mas só conhece UMA música, executada nós créditos finais de um filme sobre... Vikings!!!! ("Tenho 100% de aproveitamento"!!!)
ResponderExcluirJundas!
Caro amigo JomsviKRILL
ExcluirAfora o disco supracitado, para vossa senhoria explorar os recônditos mais sombrios dos amigos barbudos e beberrões, recomendo fortemente (na ordem de recomendação):
1. Twilight of the Thunder God;
2. With Oden on our Side;
3. Versus the World;
4. Deceiver of the Gods:
5. Fate of Norms;
6. Surtur Rising.
A patroa está bem encaminhada!
Abracetas
T
Aí muleke
ResponderExcluirMúsica de macho, hein?
kkkkkkkkkk
abrá
Danilo Z.
Viu, já pode chamar teu macho para conferir a Cripta, então
ExcluirAbracetas
T