terça-feira, 26 de julho de 2016

Curtas: The Cult, Candlemass, Anthrax e The 69 Eyes

The Cult + Candlemass + Anthrax + The 69 Eyes


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The Cult - Hidden City

The Cult – Hidden City (Cd - 2016)

Inspiração Oculta

Ian Astbury, torcedor do Everton e ávido por qualquer partida de futebol disponível em sua TV, ficou impressionado quando o argentino Tevez, ao comemorar um gol marcado pela Juventus, levantou sua camisa e, ao invés de exibir um anúncio comercial qualquer, exibiu os dizeres “Ciudad oculta”, uma referência a suas origens pobres nos subúrbios de Buenos Aires. Daí vem a inspiração para Hidden City, segundo trabalho dos veteranos desde que Ian anunciara que a banda não mais gravaria um disco inteiro. Ironia do destino, se quando eles lançaram o ótimo Choice of Weapon (ver resenha aqui) eu comemorei o fato da banda ter voltado atrás em sua decisão, dessa vez tenho que admitir que preferia que eles tivessem abortado a ideia de lançar mais discos.

Duffy pensando "que porra esse cara está cantando?"
A verdade é que o material aqui parece algo sem direcionamento. Mesmo em seus melhores momentos, como nas boas Hinterland (ver vídeo), Dark Energy, No Love Lost e na bonitinha Birds of Paradise, esse Hidden City fica longe de ser memorável. Os riffs de Billy Duffy estão lá, mas não parecem ser o centro das atenções na produção errática do igualmente errático Bob Rock. E é a voz desgastada de Astbury que puxa o barco, mas dessa vez sem o mesmo brilho dos discos anteriores. Ian parece se preocupar mais em balbuciar suas poesias do que propriamente criar linhas melódicas de qualidade. Um bom exemplo disso é a chata e presunçosa Deeply Ordered Chaos, que faz companhia a fraquíssima Sound And Fury na ala desinteressante do disco. Aliás, músicas desinteressantes que se fazem presentes em número maior do que as inspiradas, fazendo desse Hidden City o pior disco da banda desde o equivocado “disco do bode”. Um trabalho indicado única e exclusivamente aos fanboys mais ardorosos.

NOTA: 6,77

Indicado para: apenas os fãs mais ardorosos;
Fuja se: não for um fanboy;
Classifique como: Hard Rock, Rock Alternativo


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Candlemass - Death Thy Lover
Candlemass – Death Thy Lover (Ep – 2016)

A Volta dos que não Foram

Confesso, quando Leif Edling anunciou a extinção do Candlemass ao lançar Psalms For The Dead (Ver resenha aqui), eu fui um dos tolos que acreditaram. Aquele lançamento mostrava uma banda cansada e abaixo do potencial. Eis que, como acontece em 90% dos casos no mundo do rock, pouco tempo depois fomos agraciados com a notícia de que não só a banda não encerraria as atividades, como também lançaria um novo Ep. O vocalista aqui é Mats Leven, o mesmo que vem segurando as pontas ao vivo (muito bem, por sinal). E esse Ep de quatro faixas e pouco mais de 20 minutos é um representante muito mais digno do poder de fogo dos Suecos do que fora Psalms.

Candlemass, quando o patrão Leif não está no departamento médico
A faixa título é um daqueles clássicos instantâneos, enquanto Sleeping Giant e Sinister & Sweet, se não atingem esse nível de excelência, ao menos passam longe de serem desinteressantes. A instrumental The Goose é a típica música que faria um fã de power metal melódico cortar os pulsos, mas que com certeza vai conquistar os Doomheads de plantão. Enfim, não há nada de novo aqui, Leif está pregando para os convertidos. Mas, cara, como isso é legal!

NOTA: 8,54


Indicado para: Fãs de metal tocado à velocidade de uma tartaruga sifilítica, mas pesado como um elefante obeso;
Fuja se: velocidade for o que move teu amor pelo metal;
Classifique como: Doom Metal


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Anthrax - For All Kings
Anthrax – For All Kings (Cd-2016)

Jogando pelo Empate

Segundo trabalho após o retorno de Belladonna ao Anthrax, For All Kings começa promissor, com a épica introdução Impaler preparando o terreno para a veloz e efetiva You Gotta Believe. Monster At The End também acerta o tom, com refrão bacana, ainda que soe algo repetitiva. A bolachinha sofre a partir daí com um sério problema de alternância no padrão de qualidade, revezando faixas boas como Suzerain (ótimo solo do estreante Jonathan Donais), Defend/Avenge, This Battle Chose Us e especialmente Blood Eagle Wings (outro belo momento de Donais e disparado a melhor música do disco, ver videoclipe), medianas como a faixa título, All of Them Thieves e Evil Twin (primeira faixa de trabalho) com outras bem fraquinhas, como a pentelha Breathing Lightning (com seu rabicho instrumental irritante Breathing Out).

Anthrax vivendo dias cinzentos
A rifferama de Scott Ian está lá, tal como o rolo compressor do subestimado Charlie Benante. Frankie Bello está um pouco afundado na mixagem e o novato Donais reserva para os fãs solos bem feitos e funcionais. Já a produção, essa me pareceu um pouco murcha, tal qual a atuação de Belladonna, repetitiva e algo burocrática. Ok, nunca fui grande fã do caboclo, mas confesso que a performance dele em Worship Music havia calado parcialmente minha boca, mostrando uma voz bem mais encorpada que no passado. Aqui já me parece a atuação de um músico ligado no piloto automático. Independente da produção e voz, o resultado final de For All Kings está longe de ser ruim. Mas é um inegável passo atrás em se considerando a dobradinha We’ve Come for You All e Worship Music.

NOTA: 7,20

Indicado para: fãs de thrash com fortes toques de metal tradicional;
Fuja se: preferir um thrash mais encorpado e malvado;
Classifique como: Thrash Metal, Metal Tradicional


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The 69 Eyes - Universal Monsters
The 69 Eyes – Universal Monsters (Cd-2016)

De Volta Ao Goth’n’Roll

Os finlandeses do 69 Eyes viveram a gangorra comum a muitos grupos que começam a galgar um patamar de sucesso maior que o nicho deles comporta. A banda já havia balançado entre o Gótico e o Sleaze quando Gothic Girl se tornou febre nas rádios e boates escandinavas. Era o som que apropria banda rotulara como Goth’n’Roll. Rapidamente o ótimo disco Blessed Be foi catapultado ao topo das paradas de sucesso e os caras se viram transformados de um “guilty pleasure” escondido no underground a uma banda incensada pela grande mídia. O disco seguinte, Paris Kills, manteve a toada, garantindo um contrato bastante bom com a EMI e uma dobradinha de discos (Devils/Angels) com ampla distribuição e vendagem ao redor do globo.

Os Vampiros de Helsinki, chegando um pouco atrasados para a onda emo
Daí para frente, a banda entrou numa crise de identidade, ora buscando um certo retorno às origens (com o bom Back In Blood), ora apostando ainda mais no Mainstream (com o fraco X). Universal Monsters parece ter sido pensado para trazer um certo equilíbrio à carreira da banda, e o fez com sucesso. Se o disco começa numa toada boa, mas previsível (com a quadrilha que começa com Dolce Vita e termina com Lady Darkness), e ameaça desandar de vez com a irritante Miss Pastis, é impossível resistir à excelência do trio formado por Shalow Graves, Jerusalem (ver vídeo) e Stiv & Johnny – três das melhores músicas que os vampiros de Helsinki já gravaram. Daí para frente o que viesse já seria lucro, mas Never e Blue ainda são faixas tão bacanas que até podemos perdoar o desleixado encerramento com Rock ‘n’ Roll Junkie. Um disco bem legal, que deve trazer os Vampiros de volta aos inferninhos ao redor do planeta.

NOTA: 8,04

Indicado para: fãs de Hard Rock e Gothic Rock;
Fuja se: a idéia de um caboclo personficando Elvis cantando Gothic Rock te soar um pesadelo;
Classifique como: Gothic Rock, Hard Rock, Goth’n’Roll


5 comentários:

  1. Boas dicas. Confesso que gostei do The Cult. Mas está longe do ótimo Beyond Good And Evil. Álbum que adoro. Tb gostei do Anthrax. Peguei a versão com CD bônus. O CD bônus vem com erros de gravação imperdoáveis!!!! Tô louco para ouvir o Candlemass!!!!!

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  2. Boas dicas. Confesso que gostei do The Cult. Mas está longe do ótimo Beyond Good And Evil. Álbum que adoro. Tb gostei do Anthrax. Peguei a versão com CD bônus. O CD bônus vem com erros de gravação imperdoáveis!!!! Tô louco para ouvir o Candlemass!!!!!

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    Respostas
    1. Olá, camarada desconhecido!
      O Beyond é fantástico, um dos meus favoritos dos caras. E depois dele ainda vieram outros dois discos que curto muito: Born Into This e Choice of Weapon. Talvez por conta dessa sequencia matadora eu tenha me decepcionado um bocado com o novo disco.
      Também peguei a edição dupla nacional do Anthrax. Não achei o disco ruim, apenas irregular. O Candlemass é curtinho, mas muito bom!
      Abraço
      Trevas

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    2. Trevolinilson,

      Curioso por escutar este Cult novo. Será que "calçar os sapatos" do Morrison no Doors of 21st Century fez o Astbury se tornar um novo declamador de poesias musicadas meia-boca? Funcionava com o Jim, mas repetir a fórmula é sempre um risco...

      Anthrax se segura ao vivo. Aliás, não entendi Breathing Lightning no set na abertura do Maiden. O disco é mesmo irregular. E parece que o Benante está meio de saco cheio...

      Candlemass tá do caralho. Claudia se arrependeu de não ter ido vê-los no Odisseia.

      Os góticos eminhos não conheço, nem quero.

      Sem mais, favor fazer a transferência pelo comentário.

      Abrecetas.

      Krill, O Imortal E Imoral.

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    3. Krill
      Favor checar sua conta nas Ilhas Cayman...
      Qualquer problema, ligue para o assessor do Roman Abramovich, ele providenciará a verba solicitada.
      Grato pela atenção
      T

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