terça-feira, 24 de novembro de 2020

Jinjer – Alive In Melbourne (CD-2020)


 

Traumatismo Ucraniano Garantido

Por Trevas

O quarteto de metal moderno ucraniano viralizou com uma arrebatadora performance “ao vivo em estúdio” da sensível Pisces, muito por conta da tresloucada transformação vocal de Tatiana Shmailyuk, que facilmente muda de um doce e melodioso trinado para a própria encarnação do cramulhão. Mas a despeito das 44 milhões de visualizações no Youtube, a banda galgou fortemente seu espaço na cena por sua reputação de ferocidade e competência nos shows, com sua sonoridade única e pesada. E Alive In Melbourne vem para coroar a boa fase.

Tati quebra pescoço


Na verdade, o CD é a contraparte em áudio do show transmitido ao vivo via streaming. Então, primeiro ponto positivo: é tudo REALMENTE ao vivo aqui. E cara, como a banda é clínica em execução. Se as proezas vocais de Tatiana já são de amplo conhecimento, cabe ressaltar aqui que os companheiros não ficam nadica de nada a dever à moça! Roman Ibramkhalilov consegue segurar sozinho o peso dos intrincados riffs de guitarra, e o poderio sonoro da cozinha monstruosa formada por Eugene Abdukhanov (baixo) e Vladislav Ulasevich (bateria) chega a ser surreal. E todos agitam bastante, conforme podemos conferir no vídeo do show, hoje disponível em sua integridade.


O que resta analisar é o quanto o repertório dos ucranianos funciona nos palcos. Mas para isso, resta observar a reação dos animadíssimos australianos, que cantam efusivamente tanto as faixas dos dois primeiros discos, quanto as mais sofisticadas (mas não menos ferozes) canções de Macro e Micro, durante os quase 80 minutos da bolachinha. E se considerarmos que Jinjer era uma banda de abertura na noite em questão, a devoção do público impressiona ainda mais. Enfim, um ao vivo poderoso, em que a proficiência técnica da banda em momento algum eclipsa a energia e espontaneidade da apresentação. Como todo bom ao vivo deve ser. (NOTA:9,00)


Gravadora: Napalm Records (importado)

Prós: performance poderosa e bem “na cara”

Contras: mixagem “na cara” pode incomodar os audiófilos mais exigentes

Classifique como: Prog Metal, Modern Metal

Para Fãs de: Tesseract, Gojira    

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