Por Trevas
Difícil acreditar nisso hoje em dia, mas existiu um tempo em que a união de músicos do Iced Earth e Blind Guardian fez com que muito headbanger chorasse de alegria. Sim, antes de caírem em carreiras erráticas e discos pouco expressivos, essas duas bandas já foram promessas de grandes expoentes da cena. A união entre Jon Schaffer e Hansi Kürsh rendeu uma estreia que se mostrou um dos grandes discos de seu tempo. O poderio do hoje clássico Demons & Wizards foi tamanho que até eclipsou a boa sequência, com o mais variado Touched By The Crimson King. Problemas de agenda e logística, somados ao pouco caso do público com o segundo disco, acabaram por colocar o projeto na geladeira. Até que, em 2019, a dupla resolveu enfim estrear o filhote nos palcos dos festivais de verão europeu. E a chama foi renovada, hora de um terceiro rebento. Produzido por Jim Morris, Jon e Hansi, trazendo uma penca de convidados, lá vamos ouvir o que o terceiro capítulo tem a oferecer.
Caras de chatos? Pode apostar... |
Diabolic abre a bolachinha, um
longo épico de desenvolvimento lento, que efetivamente une o que há de melhor
nos mundos do Guardião Cego e da Terra Gelada, mas que cria uma expectativa
alta demais para o resto do disco. Não que a igualmente efetiva Invincible dê pistas disso.
O caldo começa a azedar quando Wolves On Winter, Final Warning eTimeless Spirit se sucedem sem que nossos ouvidos consigam dar a menor atenção ao que está acontecendo. Você sabe que há algo errado quando um disco supostamente grandioso tem como um dos destaques uma faixa “feijão com arroz” feita para emular o AC/DC, a homenagem a Malcolm Young chamada Midas Touch. A culpa aqui parece muito mais nas mãos de Schaffer do que de Hansi. O vocalista está cantando como nos melhores momentos do Blind Guardian, aquelas melodias intrincadas e únicas, que a despeito de não deixarem a música respirar, são sua marca registrada. Infelizmente, as músicas em si seguem numa morosidade de ideias de guitarra, baixo e bateria de dar sono. Um mal que, já tem muito tempo, diminuiu gradativamente o poder de fogo do Iced Earth.
Nem tudo aqui merece o ostracismo. Universal Truth e New Dawn são até boas músicas, muito mais graças aos refrães de Hansi do que pelos riffs e estrutura engessados das músicas. Mas é muito pouco. Na tentativa de repetir o sucesso do disco de estreia, o duo definitivamente conseguiu apenas nos mostrar que Touched By the Crimson King é muito melhor do que nos lembramos. (NOTA: 6,82)
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Gravadora: Hellion Records (nacional)
Prós: é bacana ouvir Hansi resgatando seus
bons momentos do passado
Contras: excetuando algumas melodias, e
refrães, o disco é um marasmo só
Classifique como: Power Metal
Para Fãs de: Blind Guardian, Iced Earth
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