sábado, 28 de novembro de 2020

Alestorm – Curse Of The Crystal Coconut: Deluxe Edition (2CDs-2020)


 

Monty Python x Piratas do Caribe, Parte 6

Por Trevas

Bandas-piada não são novidade no mundo do rock, de Spinal Tap a Steel Panther, passando por Massacration, os absurdos e exageros do som pesado (e seus maneirismos) rendem ótimas sátiras. Mas uma Pirate Metal Band escocesa com toques de folk e guiada por um feioso de papetes que empunha uma hedionda keytar? Isso não se ouve todo dia! Graças a Odin! Mas, o pior é que é indiscutível: os malucos do Alestorm entendem de diversão. Mas como uma piada repetida exaustivamente tende a perder a graça, fui conferir o 6º trabalho de estúdio dos ébrios camaradas, lançado aqui em bela edição dupla pela Urubuz Records, sem muita convicção.

Chiclete com Banana?

Bom, Treasure Chest Party Quest fez toda minha baboseira sisuda cair por terra logo de cara. Logo no segundo refrão eu já cantava junto “we’re only here to have fun, get drunk, and make loads of Money!”. Duvido bastante que os escoceses estejam fazendo realmente dinheiro com essa mistura de Power Metal, Folk e Metal Moderno (tem até gutural), mas que eles continuam prestando um grande serviço à parte da diversão, isso fica claro.


Cara e o que dizer do hino Fannybaws? Somente um escroque como Christopher Bowes conseguiria cantar com tanta propriedade sobre o “flagelo dos mares” escocês. Por sorte não podemos ver as papetes que ele usa no clipe. O líder do bando tem uma voz tão tosca que faz o Chris Boltendahl parecer o Pavarotti. E isso faz tudo soar mais crível e divertido. Aliás, a produção de Lasse Lammert ajuda bastante a tornar palatável o surubandê musical dos caras, como podemos ver no Folk Metal Chomp Chomp, que fala sobre um crocodilo assassino tão sinistro que devorou uma tripulação inteira, e que não pode ser vencido nem por “Russell Crowe with a giant crossbow”: uma aula de como salvar uma rima...


E se é curioso como os caras ainda consigam achar letras divertidas dentro de um tema tão limitado, musicalmente também temos algumas novidades: Tortuga aposta numa escrotamente deliciosa mescla de Hip Hop com Pop Metal que fará a galera da Amaranthe chorar de inveja. Já Zombies Ate My Pirate Ship traz a bela voz da alemã Patty Gurdy cantando à lá Nightwish a seguinte tosqueira: “far across the sea, zombies wait for me, craving brains and treasure, it’s their destiny...”.


Por falar na pouco recomendável dieta dos zumbis, se sua ideia de música é algo meramente cerebral, nem perca seu tempo com um minuto sequer desse disco...aliás, nem sei por que você ainda está lendo isso! Justamente quando a banda tenta soar mais normal, como em Call Of The Waves, a coisa fica também um pouco menos legal. Pirate’s Scorn e Pirate Metal Drinking Crew soam como outras faixas do passado, sem tanto brilho. A vinheta desbocada Shit Boat garante um sorriso e a épica Wooden Leg Part 2 tem até Blast Beats. O disco se encerra com a folk Henry Martin, mostrando que ainda não foi dessa vez que os escoceses perderam a mão. Mas quando pensei que as piadas haviam acabado, fui escutar o disco 2 da versão nacional, intitulado “16th Century Version” – e não é que temos o disco inteiro em Midi típico dos games de 16...bits? Ri bastante, mas claro que não passei da segunda faixa...sou idiota, mas tenho limites...(NOTA: 8,62)

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Gravadora: Urubuz Records (nacional)

Prós: divertido demais

Contras: definitivamente não recomendado para quem se leva a sério demais

Classifique como: Pirate Metal

Para Fãs de: Blind Guardian, Skyclad


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