segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Leather – II (CD-2018)


Leather - II

Back For The Attack
Por Trevas

Anos 1980. A pequenina californiana Leather Leone assombrava o mundo emprestando uma das vozes mais poderosas de seu tempo a clássicos do Hard/Heavy na banda do virtuoso guitarrista David Chastain. Sob o epíteto Chastain, gravaram discaços como Ruler Of The Wasteland, The Voice of The Cult e The 7th Of Never. Leather ainda faria um disco solo (Shock Waves), hoje raro de se achar, e depois praticamente sumiu do mapa por quase duas décadas. Seu retorno à cena se daria em 2012 com um novo trabalho junto ao Chastain (Surrender To No One), e para nossa sorte, a vocalista se convenceu (ou foi convencida) que era hora de mais um trabalho solo. Sua banda? Formada por talentosos músicos da cena Bazuca. Vamos ver o que essa trupe nos trouxe.

Leather e seus meninos do Brasil!

Uma tresloucada convenção nos joga no colo de um tornado metálico chamado Juggernaut. O tipo de faixa que todo fã de Metal implora para ouvir na abertura de um disco, pesada, veloz e furiosa, ornada pela voz rouca e forte de srta Leone. A produção, ao encargo do guitarrista Vinnie Tex e de Rodrigo Scelza (com guitarras, baixo e bateria gravadas no HR Estúdio por Daniel Escobar), é perfeita para o estilo, todos os instrumentos ganhando seus destaques com muito punch. Facilita a qualidade do pessoal. As guitarras cortantes e solos inspirados de Tex e Daemon Ross (Imago Mortis, ex-Painside) dominam, mas a cozinha de Braulio (bateria, ex-Syren, ex-Unearthly) e Thiago Velasquez (baixo, Painside) é daquelas de causar respeito aonde passa. O som? Aquela mistura de Metal com pitadas de Hard bem comum nos anos 1980, mas com uma bem-vinda roupagem moderna na produção.


Obviamente grandes músicos de nada servem sem grandes músicas. The Outsider é um Hard/Heavy muito legal, e Lost At Midnite, munida de ótimos riffs e uma dobradinha ponte/refrão absurdamente grudenta, conquista o ouvinte de cara. Leather está em forma impressionante, soando ainda melhor que em seu retorno com o Chastain, cantando cada palavra como se cuspisse marimbondos.



Black Smoke até diminui um pouco o ritmo, mas nem um pouco o peso. The One põe novamente o pé no acelerador, mas a despeito do instrumental caprichado, falta a ela um refrão poderoso como o das outras irmãs do disco. Annabelle é uma Power Ballad, item obrigatório em se tratando do estilo da banda. Sempre achei bacana o binômio balada/voz rouca, mas aqui a fórmula não funcionou tão bem.


Uma possante virada de bateria e logo temos a Priestiana e inspiradíssima Hidden In The Dark recolocando o disco nos trilhos. Sleep Deep e Let Me Kneel são bem bacanas e trazem uma dose extra do espírito dos ’80 à mistura.  American Woman é algo provocativa em sua letra e o disco se encerra com a farra guitarrística da rocker e para cima Give Me A Reason.




Veredito da Cripta

O segundo trabalho solo da vocalista é bom o suficiente para figurar entre os melhores de toda sua discografia. Com ótimos músicos, som encorpado e aquela alma dos anos 1980 repaginada para os tempos atuais, Leather II só nos faz esperar que o próximo disco não leve tanto tempo assim para ver a luz do dia. 


NOTA: 8,35

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Gravadora: High Roller Records (importado, mas já há edição nacional)
Prós: ótimas músicas, grandes performances e Leather com a voz em dia
Contras: nada a destacar
Classifique como: Heavy Metal
Para Fãs de: Halford, Chastain, Dio

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