Leather - II |
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For The Attack
Por Trevas
Anos 1980. A pequenina
californiana Leather Leone assombrava o mundo emprestando
uma das vozes mais poderosas de seu tempo a clássicos do Hard/Heavy na banda do virtuoso guitarrista David Chastain. Sob o
epíteto Chastain, gravaram discaços
como Ruler Of The Wasteland, The Voice of The Cult e The 7th Of Never. Leather ainda faria um disco solo (Shock Waves), hoje raro
de se achar, e depois praticamente sumiu do mapa por quase duas décadas. Seu
retorno à cena se daria em 2012 com um novo trabalho junto ao Chastain (Surrender To No One), e para nossa sorte, a vocalista se convenceu
(ou foi convencida) que era hora de mais um trabalho solo. Sua banda? Formada
por talentosos músicos da cena Bazuca. Vamos ver o que essa trupe nos trouxe.
Leather e seus meninos do Brasil! |
Uma tresloucada convenção nos joga no colo de um tornado metálico
chamado Juggernaut. O tipo de faixa
que todo fã de Metal implora para ouvir na abertura de um disco, pesada, veloz
e furiosa, ornada pela voz rouca e forte de srta Leone. A produção, ao encargo do guitarrista Vinnie Tex e de Rodrigo Scelza (com guitarras, baixo e bateria gravadas no HR Estúdio
por Daniel Escobar), é perfeita para o estilo, todos os instrumentos ganhando
seus destaques com muito punch. Facilita
a qualidade do pessoal. As guitarras cortantes e solos inspirados de Tex e Daemon Ross (Imago Mortis, ex-Painside)
dominam, mas a cozinha de Braulio (bateria,
ex-Syren, ex-Unearthly) e Thiago Velasquez (baixo, Painside) é daquelas de causar respeito aonde passa. O som? Aquela
mistura de Metal com pitadas de Hard bem comum nos anos 1980, mas com
uma bem-vinda roupagem moderna na produção.
Obviamente grandes músicos de nada servem sem grandes músicas. The Outsider é um Hard/Heavy muito legal, e Lost At Midnite, munida de
ótimos riffs e uma dobradinha ponte/refrão absurdamente grudenta, conquista o
ouvinte de cara. Leather está em
forma impressionante, soando ainda melhor que em seu retorno com o Chastain, cantando cada palavra como se
cuspisse marimbondos.
Black Smoke até diminui um pouco o ritmo, mas nem um pouco o peso. The One põe novamente o pé no acelerador, mas a despeito do
instrumental caprichado, falta a ela um refrão poderoso como o das outras irmãs
do disco. Annabelle é uma Power Ballad, item obrigatório em se tratando do estilo da banda. Sempre
achei bacana o binômio balada/voz rouca, mas aqui a fórmula não funcionou tão
bem.
Uma possante virada de bateria e logo temos a Priestiana e inspiradíssima Hidden
In The Dark recolocando o disco nos
trilhos. Sleep Deep e Let Me Kneel são bem
bacanas e trazem uma dose extra do espírito dos ’80 à mistura. American
Woman é algo provocativa em sua
letra e o disco se encerra com a farra guitarrística da rocker e para cima Give Me A
Reason.
Veredito
da Cripta
O segundo trabalho
solo da vocalista é bom o suficiente para figurar entre os melhores de toda sua
discografia. Com ótimos músicos, som encorpado e aquela alma dos anos 1980
repaginada para os tempos atuais, Leather
II só nos faz esperar que o próximo disco
não leve tanto tempo assim para ver a luz do dia.
NOTA: 8,35
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Gravadora: High Roller Records (importado,
mas já há edição nacional)
Prós: ótimas músicas, grandes performances
e Leather com a voz em dia
Contras: nada a destacar
Classifique como: Heavy Metal
Para Fãs de: Halford, Chastain, Dio
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