domingo, 9 de dezembro de 2018

King Witch - Under The Mountain (Cd-2018)

King Witch - Under The Mountain (Cd-2018)

Mais Pesado Que As Montanhas Da Escócia!
Por Trevas

Quando a vocalista Laura Donnelly e o guitarrista Jamie Gilchrist resolveram encerrar sua banda anterior, a Firebrand Super Rock, para anunciar a formação da King Witch, a imprensa especializada escocesa ficou surpresa. Tendo lançado dois álbuns muito bem recebidos no Reino Unido, um recomeço por parte dos músicos parecia um passo apressado e perigoso. A dupla disse em seu favor que não via futuro na fórmula da banda, presa demais nos paradigmas do metal mais tradicional. Queriam mais liberdade, e a encontrariam na nova banda. Em 2017 Shoulders Of Giants trouxe ao mundo o novo som, um Doom Metal com muito da aura do fim dos anos 60 e início dos 70. Agora sob a batuta da Listenable Records, vamos ver o que o King Witch tem a apresentar em seu primeiro Full Length.

Fugere Urbem, o quarteto descansando após conjurar elementais nas florestas escocesas

Don't talk to me of blasphemy, I'd strike the sun if it insulted me!

Com a frase célebre proferida pelo irascível Capitão Ahab e escrita pelas mãos de Herman Melville em seu clássico Moby Dick gritada de maneira distorcida pelo vozeirão de Laura, começa Beneath The Waves, um petardo Doom que bem poderia ter sido composto por Leif Edling do Candlemass. O peso cavalar dos riffs de Jamie vem carregados de uma estética de timbres que deve tanto aos baluartes do estilo quanto a bandas como Soundgarden e Alice In Chains. Que início!


Laura tem uma voz encardida e bem setentista, e seu gogó está em destaque na visceral Carnal Sacrifice, repleta de ótimos riffs e que mostra o baterista Lyle Brown detonando em viradas que por vezes lembram algo dos primórdios do Mastodon. A produção deixa tudo bem na cara e alto, e a voz de Laura quase sempre repleta de efeitos amplifica ainda mais a sujeirada intencional, mas poderia soar até cansativo se não fosse a duração de pouco mais de 40 minutos da bolachinha. Solitary se desenvolve de maneira mais contemplativa e com mais dinâmica, ficando mais fácil prestar atenção nas letras, que quase majoritariamente tratam de ocultismo, sob a forma de pequenos contos. Laura diz ter se inspirado no clima místico que observou em suas andanças pelo Norte da Escócia. Tendo estado por lá recentemente, admito que faz MUITO sentido.


O ritmo aumenta de novo com a faixa título, um rolo compressor que faz um belo link entre metal clássico e moderno com o Doom de um Candlemass. A épica Approaching The End é Black Sabbath em seus melhores dias e me põe pensando que soaria ainda melhor sem os efeitos constantes na voz.


Talvez pensando em aliviar os ouvidos após o incessante ataque que a bolachinha fazia até aqui, uma balada bem tranquila foi colocada em seguida. Ancients é anos 1970 puro, devendo tanto ao folk quanto ao blues. Hunger já é mais elétrica e começa com bastante espaço para Simon Anger mostrar que toca baixo muito bem, obrigado.


Possession é uma paulada Thrasher em alma e forma e o primeiro trabalho do quarteto de Edimburgo se encerra com Black Dog Blues, que está para o Blues assim como um rinoceronte rábico está para um Poodle desdentado.

Anúncio da assinatura da banda com a Listenable Records

Veredito da Cripta

Imensamente suja e intensa em seus parcos 43 minutos, Under The Mountain é uma estreia para lá de invejável e promissora desse barulhento quarteto escocês. Recomendadíssimo para qualquer fã de Doom Metal que se preze!



NOTA: 9,10


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Gravadora: Listenable Records (importado)
Prós: pesada entre o Doom e timbres mais atuais
Contras: a sujeira e profusão de fuzz e efeitos pode cansar
Classifique como: Doom Metal
Para Fãs de: Candlemass, Avatarium, Death Penalty


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