King Witch - Under The Mountain (Cd-2018) |
Mais
Pesado Que As Montanhas Da Escócia!
Por Trevas
Quando a vocalista Laura Donnelly e o guitarrista Jamie
Gilchrist resolveram encerrar sua
banda anterior, a Firebrand Super Rock, para anunciar a formação da King Witch, a imprensa
especializada escocesa ficou surpresa. Tendo lançado dois álbuns muito bem recebidos
no Reino Unido, um recomeço por parte dos músicos parecia um passo apressado e
perigoso. A dupla disse em seu favor que não via futuro na fórmula da banda,
presa demais nos paradigmas do metal mais tradicional. Queriam mais liberdade,
e a encontrariam na nova banda. Em 2017 Shoulders
Of Giants trouxe ao mundo o novo som, um Doom Metal com muito da
aura do fim dos anos 60 e início dos 70. Agora sob a batuta da Listenable Records, vamos ver o que o King
Witch tem a apresentar em seu
primeiro Full Length.
Fugere Urbem, o quarteto descansando após conjurar elementais nas florestas escocesas |
“Don't talk to me of blasphemy, I'd strike the sun if it insulted me!”
Com a frase célebre proferida
pelo irascível Capitão Ahab e escrita
pelas mãos de Herman Melville em seu clássico Moby Dick gritada de maneira distorcida pelo vozeirão de Laura, começa Beneath The Waves, um petardo Doom que bem poderia ter sido composto por Leif Edling do Candlemass. O peso cavalar dos riffs de
Jamie vem carregados de uma estética
de timbres que deve tanto aos baluartes do estilo quanto a bandas como Soundgarden e Alice In Chains. Que início!
Laura tem uma voz
encardida e bem setentista, e seu gogó está em destaque na visceral Carnal Sacrifice, repleta de ótimos riffs e que mostra o baterista Lyle Brown detonando em viradas que por vezes lembram algo dos
primórdios do Mastodon. A produção
deixa tudo bem na cara e alto, e a voz de Laura
quase sempre repleta de efeitos amplifica ainda mais a sujeirada intencional,
mas poderia soar até cansativo se não fosse a duração de pouco mais de 40
minutos da bolachinha. Solitary se
desenvolve de maneira mais contemplativa e com mais dinâmica, ficando mais
fácil prestar atenção nas letras, que quase majoritariamente tratam de
ocultismo, sob a forma de pequenos contos. Laura
diz ter se inspirado no clima místico que observou em suas andanças pelo Norte
da Escócia. Tendo estado por lá recentemente, admito que faz MUITO sentido.
O ritmo aumenta de novo com a faixa título, um rolo compressor que faz
um belo link entre metal clássico e moderno com o Doom de um Candlemass. A
épica Approaching The End é Black Sabbath em seus melhores dias e me põe
pensando que soaria ainda melhor sem os efeitos constantes na voz.
Talvez pensando em aliviar os ouvidos após o incessante ataque que a
bolachinha fazia até aqui, uma balada bem tranquila foi colocada em seguida. Ancients é anos 1970 puro, devendo
tanto ao folk quanto ao blues. Hunger
já é mais elétrica e começa com bastante espaço para Simon Anger mostrar que
toca baixo muito bem, obrigado.
Possession é uma paulada Thrasher em alma e forma e o primeiro
trabalho do quarteto de Edimburgo se encerra com Black Dog Blues, que está para o Blues assim como
um rinoceronte rábico está para um Poodle desdentado.
Anúncio da assinatura da banda com a Listenable Records |
Veredito
da Cripta
Imensamente suja e intensa em seus
parcos 43 minutos, Under The Mountain é uma estreia para lá de invejável e promissora desse barulhento
quarteto escocês. Recomendadíssimo para qualquer fã de Doom Metal que se preze!
NOTA: 9,10
Visite o The Metal Club |
Gravadora: Listenable Records (importado)
Prós: pesada entre o Doom e timbres mais
atuais
Contras: a sujeira e profusão de fuzz e
efeitos pode cansar
Classifique como: Doom Metal
Para Fãs de: Candlemass, Avatarium, Death
Penalty
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