Impellitteri - The Nature Of The Beast |
Uma
Besta Meio Besta
Por Trevas
Impellitteri, a banda, é a marca criada nos anos 1980 pelo Shredder estadunidense Chris Impellitteri para aliar sua reconhecida velocidade nas seis cordas
com seu amor pelo Hard/Heavy. Confesso que sempre tive
preconceito com o cara, encarava como um Sub-Malmsteen, a despeito do tanto de bons músicos que sempre o acompanharam
em seus discos. Não ajudou em muito a (sempre desmentida) aparente orientação
cristã nas letras. Dito isso, passei ao largo da discografia do Impellitteri até que um amigo insistiu
para que eu escutasse o Venom (disco
de 2016). Gostei do que encontrei ali e logo me senti compelido a acompanhar os
futuros lançamentos do guitarrista e sua trupe, e cá estamos então, com o mais
novo trabalho, ornado por uma capa para lá de Old School.
Se eu descobrir que a pessoa que escolhe o cabelo do Chris é a mesma que escolheu as covers do disco, isso explicaria tudo... |
O disco começa pisando fundo no acelerador, com Hypocrisy e seus riffs e solos encardidos, Jon Dette (Testament, Slayer) martelando forte e um Rob
Rock em chamas e sem exageros. Algo
que eu esperaria de Malmsteen se ele
não tivesse virado uma caricatura ambulante.
A produção (nas mãos do próprio guitarrista) deixou tudo bem na cara e
num bom equilíbrio entre o moderno e os anos 1980, era de ouro para esse estilo
de Metal Shredder. E Masquerade é
um excelente exemplo dessa mistura. Já Run
For Your Life, cuja letra
inspirou o título (e arte) do disco, moderniza um pouco mais o som, bastante
pesada e coroando o início detonante da bolachinha.
Bom, aí o negócio fica feio. Muito feio. Nem tenho palavras para
descrever o quanto a rendição para Phantom
Of The Opera, de Andrew Lloyd Webber, machuca os
ouvidos. Exageros vocais e guitarrísticos em profusão, com uma inexplicável
escolha de Backing Vocals que parecem saídos de uma piada
do Massacration. Para nossa sorte o
angu demora a desandar novamente, e o petardo Gates Of Hell destrói impiedosamente, e dessa
vez no melhor sentido.
As razoáveis Wonder World e Man Of War (sim, uma homenagem aos soldados
estadunidenses e àqueles xaropes musculosos de tanguinha) seguem com bons riffs
e solos carecendo da companhia de melodias mais inspiradas. E o angu azeda justamente em
outra cover. Parece inacreditável, mas Impellitteri
conseguiu a proeza de estragar Symptom
Of The Universe (cover de você-sabe-de-quem). Que desagradável.
Do You Think I’m Mad é ok, e a
bolachinha volta a subir o nível com as ótimas Fire It Up, Kill The Beast e Shine On (creditada como
faixa bônus, mas presente em todas as edições pesquisadas).
Veredito
da Cripta
Um disco curioso. Em seus
melhores momentos, The Nature Of The Beast dá vontade de quebrar tudo. Em seus
piores, dá vontade de quebrar tudo, só que de raiva. Entre altos e baixos, um
disco legal, mas que tinha potencial para muito mais!
NOTA:
7,41
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Gravadora: Victor Entertainment
(importado)
Prós: Motherfuckin’ Shredding e algumas
músicas bem fodonas!
Contras: quando erra a mão, chega a ser
constrangedor
Classifique como: Heavy Metal
Para Fãs de: Yngwie Malmsteen
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