terça-feira, 29 de maio de 2018

Riot V – Armor Of Light (2 Cds – 2018)

Riot V - Armor Of Light (Cd-2018)

Foco Na Foca!
Por Trevas

Riot V é na verdade o nome que a mítica banda de heavy metal estadunidense Riot assumiu em 2013, após o falecimento do líder e único membro presente em todas as formações dos caras desde 1974, o guitarrista Mark Reale. E Armor of Light, 16º disco da banda, é o segundo tento feito na ausência de seu principal compositor. Unleash The Fire, o disco anterior, inicialmente feito somente para o mercado nipônico, foi uma grata surpresa no ano de 2014. O que esperar então desse Armor Of Light, que mantém a inexplicável tradição de capas bisonhas na discografia dos caras? 

Riot V, perto das focas ridículas, os caras nem parecem feios. Seria isso uma estratégia?
De cara a produção cristalina, cheia de punch, mas bem corretinha de Chris Collier (Prong, Last In Line, Metal Church, Korn) salta aos ouvidos, com a faixa de abertura Victory trazendo riffs e solos estelares do veterano Mike Flyntz e do novato Nick Lee (talentoso aluno de Flyntz), somados ao vocal meio over (mas extremamente competente) de Todd Michael Hall e a bateria rolo compressor de Frank Gilchriest (Virgin Steele), com o atual dono da pelota e mais antigo membro da banda, Don Van Stavern fazendo suas linhas de baixo discretas e meio escondidas nesse tanto de informações.



Sim, o Riot de hoje tem muito mais de Power Metal europeu do que heavy americano, um processo que já havia afetado os caras desde a década de 1990, e End Of The World, com sua cara bem Hammerfall, só confirma que esse caminho foi ainda mais amplificado na nova encarnação da banda. Não que as outras facetas da carreira dos caras tenham sido abandonadas. Messiah é uma pedrada tão Thundersteel quanto o possível, e Burn The Daylight e San Antonio (que aproveitou ideias de Reale) trazem até mesmo algo da fase Guy Speranza. E os exageros vocais de Hall e até letras idiotas como a de Angel’s Thunder, Devil’s Reign (grudenta e irresistível dentro de sua breguice) podem ser perdoadas diante do deleite guitarrístico proporcionado por Flyntz e Lee!




A trauletada continua com Heart Of A Lion e a excelente faixa título, com ótimos refrões e guitarras (mas confesso que a bateria de bumbo duplo incessante de Gilchriest cansa um pouco).  Set The World Alight chega para mostrar que o batera consegue sossegar o facho e Hall tem uma bela voz quando não está cantando lá no alto. Mas o refrão não ajuda muito. San Antonio, a despeito de ser a faixa que mais lembra os primórdios do Riot também fica aquém do material da primeira metade do disco, e essa queda de rendimento se repete nas apenas legaizinhas Caught In The Witche’s Eye e Raining Fire, e a fraca Ready To Shine.



Veredito da Cripta

Confesso que precisei escutar esse disco algumas vezes até aceitar as toneladas de influências de Power Metal europeu no som do novo Riot. Mas uma vez que a ficha caiu, passei a gostar bastante da bolachinha, ainda que sua primeira metade seja muito, mas muito superior que sua metade final. Algumas músicas a menos e teríamos em mãos um forte candidato a figurar nas listas de melhores de 2018. Ainda assim, um baita disco, que não faz feio perante uma discografia para lá de inspirada.


NOTA: 8,30

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Bônus da Edição Brasileira

A bacana edição nacional traz ainda duas faixas bônus no primeiro disco, a bacana Unbelief e a matadora rendição atualizada para Thundersteel. E a cereja do bolo fica por conta de um segundo disco, contendo 13 faixas gravadas ao vivo no festival Keep It True de 2015. Não pensem se tratar de um bootleg mixuruca, a qualidade de áudio é bastante boa. No repertório, uma mistura de sons do então novo trabalho com clássicos das várias fases do Riot, todos executados com esmero e muita energia, ainda que a voz estratosférica de Hall pareça o tempo inteiro estar em seu limite, prestes a falhar a todo instante. Se o disco de estúdio já vale uma conferida, com um bônus desse o pacote se torna imperdível!

Gravadora: Shinigami Records (nacional).
Pontos positivos: guitarras matadoras e uma ótima primeira metade
Pontos negativos: Todd Michael Hall e Frank Gilchriest exageram um pouco além da conta e a segunda metade do disco não mantém a qualidade
Para fãs de: Hammerfall
Classifique como: Heavy Metal, Power Metal




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