We Sell The Dead |
Tim
Burton Metal
Por Trevas
Banda ou projeto? Ainda
não ficou claro para ninguém, mas We
Sell the Dead (chamarei de WSTD
para economizar, se me permitirem) foi apresentado ao mundo como um “projeto multimídia
inspirado na era vitoriana, mas que transpõe a atmosfera daqueles tempos para
uma sonoridade moderna. Se Jack O Estripador
tivesse viajado no tempo para os dias modernos ele certamente entraria para uma
banda de heavy metal, e ela seria We Sell
The Dead...” baboseiras mil, o press
release mais me afastou inicialmente
do que causou curiosidade. De fato, o que temos aqui é um grupo formado por
gente de bandas conhecidas e variadas da cena, mas gente não tão famosa assim
para podermos chamar de supergrupo. São eles os suecos Niclas Engelin
(guitarrista do In Flames, Engel e Passenger), Apollo Papathanasio (voz, ex-Firewind,
atual Spiritual Beggars), Jonas Slättung (baixo e voz, Drömriket) e Gas Lipstick (bateria,
ex-HIM). Se a mistura das bandas
originais dos membros do WSTD parece
estranha, matou a charada, é exatamente nessa estranheza que reside o charme
desse projeto, amparado pelos visuais do artista gráfico e game designer Dan Lind.
Quarteto sueco? Seria o ABBA? |
Bora
Vender Defunto
A climática (e
cinemática) introdução The Body Market, nos arremessa para o centro da viagem no tempo proposta no press release, e então Echoes Of An
Ugly Past aparece com seu riff totalmente Doom contrastando com uma sonoridade moderna (a produção pelo jeito
ficou ao encargo da própria banda) e a voz única de Apollo. O refrão é daqueles que gruda que nem chiclete na cachola e
é seguido por um baixo gorduroso e a bateria pesada de Gas. Foi a primeira coisa que escutei deles e definitivamente me
conquistou de cara. Excelente início.
Mais veloz que a faixa anterior, Leave
Me Alone mantém o peso e a cara única, se bem que talvez pudesse ser
explicada como algo que o Tony Iommi pudesse assinar nos dias de hoje
se resolvesse prosseguir com uma nova versão do Black Sabbath. Imagine tem uma cara de trilha sonora
de musical, um dirigido por Tim Burton mais especificamente, e a matadora
Turn It Over é um improvável Gothic-AOR que traz uma interessante
parceria vocal entre Jonas e Apollo.
Chuva, piano e um violão criam o clima para a sorumbática balada Too Cold To Touch, um momento de
absoluta calmaria no disco, é outra a trazer um bem encaixado dueto. Trust vem a seguir com a solenidade Doom de uma marcha fúnebre, e soa como
se o My Dying Bride tivesse tido um
filho com alguma banda finlandesa. Por um momento me veio o extinto Sentenced à mente. À primeira vista a
letra de Pale And Perfect pode indicar
uma daquelas breguices do HIM, mas
há de se notar um sutil toque de necrofilia no ar. Silent Scream é a derradeira
das oito faixas, e é bem climática, com um dos melhores refrões do disco.
Veredito
da Cripta
E de onde eu menos esperava
saiu um disco simples, único e viciante. Difícil dizer se há conteúdo para se
levar o We Sell The Dead para além
desse álbum de estreia, mas se ficar só nele, a junção dos suecos já terá
valido à pena.
NOTA:
9,08
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Gravadora:
Shinigami Records (nacional).
Pontos
positivos: sonoridade única e músicas grudentas
Pontos
negativos: pode soar um pouco melancólico demais para alguns
Para
fãs de: Sentenced, Poisonblack
Classifique como: Gothic Metal, Modern Metal
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