quinta-feira, 21 de junho de 2018

Behemoth – Messe Noire – Live Satanist (Box Set – Blu-Ray + DVD + Cd)




Capirotagem em HD!
Por Trevas

The Satanist, disco dos poloneses do Behemoth de 2014, é cercado de uma história de fundo digna de filme, tendo inclusive rendido a resenha mais visualizada e elogiada desse Blog (ler aqui). Se o trabalho anterior de Nergal e sua trupe já havia propiciado um ganho de território na cena metálica mundial, The Satanist colocou o Behemoth numa improvável condição de força a ser reconhecida comercialmente. Pudera, trata-se de um dos trabalhos mais perfeitos da história recente do Heavy Metal.  Com a banda tocando em lugares melhores, em horários melhores dentro dos festivais e podendo investir ainda mais na cenografia de palco, nada mais justo que Nergal optasse por registrar momentos da turnê em alta definição.

Olá, você teria um minutinho de seu tempo para ouvir a palavra do cramulhão?
Apresentação

Como é comum no material da Nuclear Blast feito especialmente para colecionadores, há um impressionante esmero no belo earbook. Uma coleção de fotos em preto e branco entremeadas por impressos em papel manteiga remetem ao belo projeto gráfico do trabalho de estúdio ao qual esse ao vivo faz referência. Os três disquinhos vêm encartados na contracapa, em fundo aveludado com miolos de encaixe resistentes. A arte de capa é bela e soturna, como esperado. Existem diversos outros formatos, mais simples, para Messe Noire, mas imagino que o esmero se faça presente em todos.

Messe Noire em suas várias faces

Blu-Ray/DVD

Menu

Belo, e intuitivo, reflete o projeto gráfico do restante do pacote, permite a seleção de músicas individualizadas ou que cada sessão seja reproduzida integralmente. Tem como única falha o cursor seletor, que apenas ilumina levemente a opção escolhida.

Imagem, Edição e Som

A teatralidade e preocupação com a temática visual são parte integrante do show do Behemoth. Temos então profusão de closes nas caras e bocas dos integrantes, cortes e tomadas que privilegiam os belos e sombrios adereços de palco, tudo capturado em vários ângulos, em sua grande maioria por câmeras de alta definição. A edição é ágil sem se tornar esquizofrênica demais, com imagens em preto e branco se alternando com as coloridas. A iluminação é parte do espetáculo, tudo muito bem pensado e sombrio. As tomadas que privilegiam a plateia também são bem legais e até mesmo a sobreposição de imagens, originalmente projetadas no telão, recurso que geralmente repudio, aqui se encaixa, deixando um clima de desespero e claustrofobia no ar. O som, em 5.1 ou estéreo, é perfeito, mantendo peso e crueza aliados a uma qualidade cristalina, com boa captação da interação com o animado público.


Performances e Repertório

A banda consegue alternar entre a teatralidade, passividade solene e ferocidade num piscar de olhos. Nergal é o mestre de cerimônias e centro das atenções nessa missa negra, mas seus companheiros atuam como excelentes coadjuvantes. Tecnicamente o quarteto funciona à perfeição e, a despeito da complexidade do material de The Satanist (que demanda por samplers e backing tracks aqui e acolá) e da crueza do som ao vivo, a atmosfera está ali, intacta. O repertório tem início com a execução do então recente trabalho na íntegra. Findada essa parte, ainda temos uma bem escolhida sucessão de músicas do restante da carreira dos poloneses, totalizando 15 faixas.



Extras

O primeiro extra se chama Live Assault, anunciado como um Official Bootleg que traz 12 faixas tocadas ao vivo no festival Brutal Assault, em 2016. O repertório novamente é baseado na reprodução de The Satanist na íntegra, adicionando 3 faixas de outros discos no encore. A qualidade de áudio e vídeo é bacana (nem merecia o epíteto Bootleg) e a despeito do repertório repetido, é uma adição interessante para conferirmos os poloneses tocando em outro ambiente para um público não unicamente deles.

O segundo extra se chama Cinematic Archive e engloba os seis videoclipes oficiais para músicas de The Satanist, com destaque absoluto para os belos e funestos clipes de Blow Your Trumpets Gabriel e O Father O Satan O Sun!





CD

O Cd talvez seja o “ponto fraco” do pacote. Não, a mixagem não é ruim, é até bem boa, diga-se, respeitando o poderio da banda sem abandonar o som cristalino e colocando a plateia em destaque quando necessário. Então qual seria o “problema” com a bolachinha? Bom o “problema” é meramente conceitual, já que o disco traz somente as faixas do The Satanist, o que deixa espaço vago que poderia ser muito bem ocupado por algumas das músicas que aparecem no bis. mas o importante é saber que o material funciona muito bem ao vivo, mesmo sem a impactante contraparte visual.


Veredito da Cripta

Messe Noire é um deleite audiovisual, que mostra bem o motivo do Behemoth ter conseguido galgar espaço para além do restrito nicho do metal extremo. Grandes composições, executadas com muito esmero e vigor e engrandecidas por um cuidado gráfico invejável. Item obrigatório para os fãs dos poloneses.


NOTA: 10


Prós: Um pacote audiovisual que beira a perfeição
Contras: Sendo chato, o Cd bem poderia trazer algumas das músicas do encore
Classifique como: Black Metal, Death Metal, Blackened Death metal
Para Fãs de: Vader, Dimmu Borgir, Emperor, Watain, Ihsahn.



3 comentários:

  1. Sei lá, esse negócio de meu nome é gal e eu sou mau feito um pica-pau cagando na roupa do varal... Acho tão infantiloide...
    Vou me autopunir e escutar a discog desses putos aí pra formar minha opinião. Alguma dica?
    No mais, se fosse só pelo texto eu comprava a edição deluxe mega blaster plus. hehe
    Abração, caro trevoso!!
    ML

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fala, Lacerdão!
      Não sou exatamente fã de Black metal e a postura que acompanha o gênero. Mas Nergal é um cara inteligente e divertido, só acompanhar ele nas mídias sociais que já se tem noção desse lado. Vendo por esse ângulo, entendo mais o Behemoth como algo teatral, como King Diamond, por exemplo - filme de horror, shok rock. Muito diferente de bandas como o Watain, onde o senso de humor é zero e a coisa é levada a sério demais.
      Na verdade as letras são até bem bacanas, e bem provocativas. Te recomendo o the Satanist, se curtir, passe para o anterior. Não conheço os caras desde o início, ao que parece era bem mais podrão o som. Esses caras do BM no geral começam muito novos, então é bacana ver que em algum momento amadurecem e trazem algo novo ao som.
      Ah, e obrigado pelo elogio à resenha!
      Abração
      T

      Excluir
    2. Eu gosto bastante do Me And That Man; vou aproveitar tua dica e fazer uma audição regressiva...
      Valeu!!!!
      ML

      Excluir