sábado, 9 de junho de 2018

Black Label Society – Grimmest Hits (Cd-2018)

Black Label Society - Grimmest Hits
Canções Para o Ceifador
Por Trevas

Décimo disco de inéditas do combo liderado pelo hirsuto Zakk Wylde, Grimmest Hits vem ao mundo pouco após o grandalhão ter retomado seu lugar ao lado do padrinho Ozzy. Também é o primeiro trabalho pesado de Zakk após o reencontro com seu lado acústico na apenas passável segunda parte do clássico Book Of Shadows. Se considerarmos que o BLS nunca primou por grande versatilidade em seu som, fica a curiosidade se haveria influência desses dois fatos em Grimmest Hits.


Zakk e sua turma de inimigos do barbeador

Trampled Down Below tem início climático carregado pelo baixo de John DeServio, seguido de um ataque guitarrístico à lá Black Sabbath. A voz de Zakk, com aqueles toques de inspiração explícita do madman, estão mais limpos do que em outros tempos e o ótimo solo coroa um belo pontapé inicial. Toneladas de Southern Rock permeiam o disco, como em Seasons Of Falter, mostrando que o BLS soube enfim colocar um pouco de versatilidade em seu som consagrado. Som consagrado do BLS é bem o que temos em Betrayal (ver vídeo), mas a produção, arranjos e timbres trouxeram um algo à mais ao disco mesmo quando ele nada mais faz que repetir fórmulas. Isso sem falar que mr. Wylde parece ter reencontrado sua melhor forma após ter deixado de lado a biritagem, todos os solos do disco são absurdamente matadores!



O leitor atento já deve ter percebido que há algo de sorumbático em todos os títulos das músicas, e talvez seja justamente esse senso de trevosidade que tenha norteado o nome da bolachinha. Mas quem segue Zakk nas mídias sociais sabe bem o quanto o cara tem um espírito galhofeiro, então até mesmo o impagável encarte, que traz o ceifador em diversos momentos cotidianos hilários, faz troça com a temática sisuda. Room Of Nightmares (ver vídeo) e A Love Unreal (que solo!) são BLS tradicional em sua melhor forma, e bem poderiam estar em Mafia ou Blessed Hellride.


A produção, capitaneada pelo próprio patrão, é seca e sombria, ainda que aposte bastante numa bem-vinda dinâmica pouco comum aos trabalhos anteriores, casando muito bem com o clima das composições.  Um exemplo bem claro do que escrevi é Disbelief, que começa tipicamente BLS e dá uma bela caída semiacústica no pré refrão, depois adicionando uma camada de guitarras que evoca até mesmo o som Stoner clássico. Maturidade que chama, né? Illusions Of Peace é outra pedrada com riff inspirado e talvez as apenas bacaninhas Bury Your Sorrow e Nothing Left To Say devessem ter ficado de fora, até para não diluir o poderio do restante do disco em quase uma hora de música, o que é um bocadinho longo para esse tipo de som.


Veredito da Cripta

Grimmest Hits é uma surpreendente jornada por todo o espectro de influências musicais que permeiam a carreira de Zakk Wylde, temperada com o som típico do Black Label Society, para forjar um dos mais inspirados trabalhos da banda. Tivesse o disco encerrado com umas três músicas a menos e estaríamos diante de um dos melhores do ano. Recomendo.  



NOTA: 8,51

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Gravadora: eOne Music (importado).
Pontos positivos: um dos discos mais variados de Zakk, grandes solos
Pontos negativos: poderia ter uns 10 minutos a menos
Para fãs de: Ozzy Osbourne, Black Sabbath, Clutch
Classifique como: Southern Metal



2 comentários:

  1. PoiZé, trevoso bugio, concordo com absolutamente tudo o q vosmecência escreveu. Uma música a menos o deixaria perto da perfeição, mais ainda se fosse só mais um pouquinho variado, mesmo q isso significasse perder mais da identidade da BLS, até pq, convenhamos, a banda É o Zakk... Posso estar enganado, mas esse disco me parece pensado como um transição do som já "consagrado" do BLS para evoluir a algo ainda mais diverso e aberto no futuro - a menos q eles resolvam voltar à zona de conforto q permeou os últimos discos da banda.
    Aquele abraço!
    ML

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    Respostas
    1. Fala, Lacerdão!
      Acho também que foi inaugurada uma nova era no BLS, talvez oursão enfim tenha percebido que os fãs da banda gostam em iguais partes dela, do Pride & Glory e dos Book Of Shadows . E que ele pode migrar entre esses estilos (e outros mais, Zakk escuta muita coisa dos anos 1960/1970 fora do rock pesado) sem perder seguidores. Mas confesso que só de ouvir ele voltando a compor belos solos já é um alento. O cara detona.
      Abraço
      T

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