Black Label Society - Grimmest Hits |
Canções Para o Ceifador
Por
Trevas
Décimo disco de inéditas
do combo liderado pelo hirsuto Zakk Wylde, Grimmest Hits vem ao
mundo pouco após o grandalhão ter retomado seu lugar ao lado do padrinho Ozzy. Também é o primeiro trabalho
pesado de Zakk após o reencontro com
seu lado acústico na apenas passável segunda parte do clássico Book Of Shadows. Se considerarmos
que o BLS nunca primou por grande
versatilidade em seu som, fica a curiosidade se haveria influência desses dois
fatos em Grimmest Hits.
Zakk e sua turma de inimigos do barbeador |
Trampled Down Below tem início
climático carregado pelo baixo de John
DeServio, seguido de um ataque
guitarrístico à lá Black Sabbath. A voz de Zakk, com aqueles toques de inspiração explícita do madman, estão mais limpos do que em
outros tempos e o ótimo solo coroa um belo pontapé inicial. Toneladas de Southern Rock permeiam o disco, como em Seasons
Of Falter, mostrando que o BLS
soube enfim colocar um pouco de versatilidade em seu som consagrado. Som consagrado
do BLS é bem o que temos em Betrayal (ver vídeo), mas a produção,
arranjos e timbres trouxeram um algo à mais ao disco mesmo quando ele nada mais
faz que repetir fórmulas. Isso sem falar que mr. Wylde parece ter reencontrado sua melhor forma após ter deixado de
lado a biritagem, todos os solos do disco são absurdamente matadores!
O leitor atento já deve ter percebido que há algo de sorumbático em
todos os títulos das músicas, e talvez seja justamente esse senso de trevosidade
que tenha norteado o nome da bolachinha. Mas quem segue Zakk nas mídias sociais sabe bem o quanto o cara tem um espírito
galhofeiro, então até mesmo o impagável encarte, que traz o ceifador em
diversos momentos cotidianos hilários, faz troça com a temática sisuda. Room Of Nightmares (ver
vídeo) e A Love Unreal (que solo!) são
BLS tradicional em sua melhor forma,
e bem poderiam estar em Mafia ou Blessed Hellride.
A
produção, capitaneada pelo próprio patrão, é seca e sombria, ainda que aposte
bastante numa bem-vinda dinâmica pouco comum aos trabalhos anteriores, casando
muito bem com o clima das composições. Um exemplo bem claro do que escrevi é Disbelief, que começa tipicamente BLS e dá uma bela caída semiacústica no
pré refrão, depois adicionando uma camada de guitarras que evoca até mesmo o
som Stoner clássico. Maturidade que
chama, né? Illusions Of Peace
é outra pedrada com riff inspirado e talvez as apenas bacaninhas Bury Your Sorrow e Nothing Left To Say devessem ter ficado de fora, até
para não diluir o poderio do restante do disco em quase uma hora de música, o
que é um bocadinho longo para esse tipo de som.
Veredito da Cripta
Grimmest Hits
é uma surpreendente jornada por todo o espectro de influências musicais que
permeiam a carreira de Zakk Wylde, temperada com o som típico do Black Label Society, para
forjar um dos mais inspirados trabalhos da banda. Tivesse o disco encerrado com
umas três músicas a menos e estaríamos diante de um dos melhores do ano. Recomendo.
NOTA: 8,51
Visite o The Metal Club |
Gravadora:
eOne Music (importado).
Pontos
positivos: um dos discos mais variados de Zakk, grandes solos
Pontos
negativos: poderia ter uns 10 minutos a menos
Para
fãs de: Ozzy Osbourne, Black Sabbath, Clutch
Classifique
como: Southern Metal
PoiZé, trevoso bugio, concordo com absolutamente tudo o q vosmecência escreveu. Uma música a menos o deixaria perto da perfeição, mais ainda se fosse só mais um pouquinho variado, mesmo q isso significasse perder mais da identidade da BLS, até pq, convenhamos, a banda É o Zakk... Posso estar enganado, mas esse disco me parece pensado como um transição do som já "consagrado" do BLS para evoluir a algo ainda mais diverso e aberto no futuro - a menos q eles resolvam voltar à zona de conforto q permeou os últimos discos da banda.
ResponderExcluirAquele abraço!
ML
Fala, Lacerdão!
ExcluirAcho também que foi inaugurada uma nova era no BLS, talvez oursão enfim tenha percebido que os fãs da banda gostam em iguais partes dela, do Pride & Glory e dos Book Of Shadows . E que ele pode migrar entre esses estilos (e outros mais, Zakk escuta muita coisa dos anos 1960/1970 fora do rock pesado) sem perder seguidores. Mas confesso que só de ouvir ele voltando a compor belos solos já é um alento. O cara detona.
Abraço
T