Tankard - One Foot In The Grave (Cd-2017) |
Ainda Longe da Saideira!
Por Trevas
Sabe aquela história de
criarmos nossa própria prisão? Pois é, se encaixa perfeitamente na história do Tankard. Talvez a menos incensada do Big Four teutônico, muito provavelmente a banda deve alguns narizes
torcidos por parte dos bangers
malvadões a seu senso de humor exacerbado. As gaiatices envolvendo consumo de
álcool excessivo e o constante uso de imagens cômicas tanto nas capas de seus
discos quanto nas fotos promocionais talvez seja demais para o público thrasher, geralmente sisudo e
emburrado. Bom, uma pena, pois a banda tem uma discografia extensa bem mais
homogênea do que muito grupelho famoso por aí. Mas eu falei discografia
extensa? É, e talvez esse seja o único senão em relação ao Tankard, os caras produzem tantos discos dentro do usualmente pouco
diverso Thrash Metal que acaba por ser difícil acompanhar. One Foot In The Grave é o 17º trabalho dos bebuns, e ganhou uma
excelente versão dupla nacional pela Shinigami,
contendo um show inteiro no disco bônus! Bom, fui conferir o disco esperando um
agradável mais do mesmo. Como se fosse pedir aquela boa cervejinha de sempre no
bar de sempre...
Chama
O Garçom!
De cara percebemos a
estupenda produção de Martin Buchwalter e um clima algo sombrio em Pay To Pray. A letra
sarcástica se encaixa perfeitamente em nossa realidade brasuca: “come to meet-and-greet the savior”, diz
o pastor da canção. Uma música muito bem-feita, mas que falha em causar o
impacto necessário.
Ein Prosit! Alcoholic Metal! |
Ah, o refrão grudento faltou na abertura? Mas Arena Of The True Lies (ver vídeo),
cola que nem chiclete na mente, com sua ácida letra feita especialmente para as
mídias sociais. É um arrasa quarteirões que de alguma forma me lembrou os
melhores momentos do Skyclad.
Dont Bullshit Us! Clama por Metal nas
rádios. Me pergunto se ainda existem rádios...mas a música é foda, e o peso,
absurdo. Não me lembro da banda soando tão violenta assim, e olha que nem de
longe chamaria o som dos bebuns de frouxo. E se você já estava sentindo falta
das gaiatices alcoólicas, não perca por esperar: a faixa título (ver vídeo) faz
troça com a idade dos combalidos ébrios com um riff tão inspirado que dá para
ouvir no repeat.
Estou falando muito sério quando digo que esse é de longe o disco mais
pesado dos alemães, duvida? Vai lá e clica na política Syrian Nightmare (ver
vídeo) e volta aqui depois para me contar o que achou. E não estou falando só
de velocidade, Northern Crown é uma pedrada midtempo que lembra até a fase atual do
Kreator, com uma rara letra que não
traz nenhum sarcasmo ou gaiatice. (Mentira, um pequeno trecho da letra entrega
o jogo, os caras nunca desistem, hehehehe).
A avalanche de riffs não para:
Lock’em Up tem aquela cara de crossover
com um refrão tipicamente (e deliciosamente) Punk Rock; e quando
chega The Evil That Men Display já estou mentalmente em meio a uma roda de pogo em algum
muquifo suarento por aí. Epa, aí vem um baita susto, teclado fazendo
orquestração épica com direito a coro de canto gregoriano? Os caras devem estar
bebendo witbier, não é possível!!!
Pelo contrário, Secret Order 1516 é uma paulada épica com ótimas guitarras e uma letra sobre...a
luta sagrada pela pureza da birita!
O
Disco Bônus
O disco bônus traz a
banda ao vivo no Rock Hard Festival de 2016. Um set de 13 faixas e quase 70 minutos de Thrash galhofeiro tocado com muita
energia, começando com Zombie Attack e terminando com (Empty) Tankard. A gravação é suficientemente
boa e a diversão é para lá de garantida!
Pedindo
a Conta
One Foot On The Grave veio para provar que, ao
contrário do que diz a própria letra da faixa título, os teutônicos alcoólatras
ainda estão muito, mas muito longe de parecerem velhinhos molengas. De longe a
melhor coisa que a banda já fez desde o memorável Beast Of Bourbon, e muito provavelmente um dos
melhores discos de toda a carreira do Tankard!
Ponha para rodar no talo e tenha cuidado para não perder sua cerveja em meio ao
mosh!
NOTA:
9,02
Gravadora:
Shinigami Records (nacional).
Pontos
positivos: uma trauletada do início ao fim
Pontos
negativos: não sei, estava bêbado quando escutei, tudo pareceu bom...
Para
fãs de: Motörhead, Kreator, Sodom e birita
Classifique como: Thrash Metal
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