Jag Panzer - The Deviant Chord (Cd-2017) |
Metal
Sem Desvios
Por Trevas
Depois de anunciar a
aposentadoria em 2011, os veteranos estadunidenses do Jag Panzer pegaram o
mundo de surpresa ao anunciar um novo disco. E o que é mais instigante, contando
com a mesma formação que a banda teve em seus anos de glória, inclusive com o
virtuose Joey Tafolla de volta à guitarra, o que não se via desde o outro disco
de retorno, o excelente The Fourth
Judgement, de 1997. Produzido por John
Herrera, parceria que já havia
ocorrido no último (e mais bem-sucedido) disco da banda, The Scourge Of The
Light, The Deviant Chord ganhou lançamento nacional pela Shinigami Records, trazendo o habitual esmero na parte gráfica, que valoriza
a curiosa ilustração do sérvio (não confundir com o jogador de futebol) Dusan Markovic (cheia de referências ao Homem Aranha). Fui conferir a
bolachinha sem a menor pretensão, vamos ver no que deu...
Tanque velho é que faz guerra boa? Jag Panzer 2017 |
O fã de heavy metal
tradicional não poderia esperar um início mais promissor: guitarras dobradas e
andamento veloz e cavalgado permeiam Born
Of the Flame, com Harry “The Tyrant” Conklin nos lembrando de
que é um dos gogós mais subestimados da história. E se os backing vocals de Far
Beyond All Dreams soam um pouco
enjoativos, a bateria do cavalo Rikard
Sternquist e as guitarras insanas da
dupla Briody/Tafolla valem a viagem. Aliás, Tafolla
traz solos tão inspirados que confesso que mal lembrei que a banda chegou a
contar com o monstrinho Chris Broderick em vários de seus melhores
discos.
A faixa título tem seu início lento e orquestrado fazendo clara
referência às hoje clássicas Black, The Moors e Judgement Day. Depois o peso toma conta num
estilo à lá Mechanized Warfare. Épica e interessante, mas
longe de ser postulante a novo clássico da banda. Melhor se saem a virulenta e
direta Black List e a adaptação metálica da música folclórica Foggy Dew.
Divine Intervention também acerta o alvo, lembrando uma prima distante de The Mission e Achilles, de Casting the Stones. O padrão
início orquestrado e delicado retorna em Long
Awaited Kiss, mas dessa vez a faixa não se transforma em um número épico,
não. Se trata apenas de uma Power Ballad, aquele tipo de som tão
obrigatório nos anos 1980, com destaque para a voz de Conklin, para os solos de Tafolla
e para a produção cristalina e cheia de punch.
Salacious Behaviour é Iron Maiden puro, mas dos bons. Aliás, me
peguei pensando em quanto não teria sido acertada a escolha do Tyrant para o posto de Bruce Dickinson lá na década de 1990...Fire Of Our Spirit foi a primeira música de trabalho e merece a escolha, é bem
empolgante e captura bem os pontos fortes do Jag Panzer. Os 45
minutos da bolachinha se encerram com a excelente Dare, que traz todos os membros da banda brilhando individualmente
numa música épica e inspirada.
Veredito
da Cripta:
The
Deviant Chord é um disco direto e repleto de energia, que
faz justiça a homogênea discografia de uma das bandas mais injustiçadas da cena
estadunidense. Metal tradicional muito bem feito e honesto, tocado por um grupo
de músicos acima da média. Uma grata surpresa!
NOTA:
8,37
Gravadora:
Shinigami Records (nacional).
Pontos
positivos: boas músicas, boa produção e ótimas performances
Pontos
negativos: é Metal Tradicional á lá Jag Panzer, sem novidades
Para
fãs de: Iron Maiden, Riot, Armored Saint
Classifique como: Heavy Metal Tradicional
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