sábado, 11 de novembro de 2017

Jag Panzer – The Deviant Chord (Cd-2017)

Jag Panzer - The Deviant Chord (Cd-2017)

Metal Sem Desvios
Por Trevas

Depois de anunciar a aposentadoria em 2011, os veteranos estadunidenses do Jag Panzer pegaram o mundo de surpresa ao anunciar um novo disco. E o que é mais instigante, contando com a mesma formação que a banda teve em seus anos de glória, inclusive com o virtuose Joey Tafolla de volta à guitarra, o que não se via desde o outro disco de retorno, o excelente The Fourth Judgement, de 1997. Produzido por John Herrera, parceria que já havia ocorrido no último (e mais bem-sucedido) disco da banda, The Scourge Of The Light, The Deviant Chord ganhou lançamento nacional pela Shinigami Records, trazendo o habitual esmero na parte gráfica, que valoriza a curiosa ilustração do sérvio (não confundir com o jogador de futebol) Dusan Markovic (cheia de referências ao Homem Aranha). Fui conferir a bolachinha sem a menor pretensão, vamos ver no que deu...

Tanque velho é que faz guerra boa? Jag Panzer 2017


O fã de heavy metal tradicional não poderia esperar um início mais promissor: guitarras dobradas e andamento veloz e cavalgado permeiam Born Of the Flame, com Harry “The Tyrant” Conklin nos lembrando de que é um dos gogós mais subestimados da história. E se os backing vocals de Far Beyond All Dreams soam um pouco enjoativos, a bateria do cavalo Rikard Sternquist e as guitarras insanas da dupla Briody/Tafolla valem a viagem. Aliás, Tafolla traz solos tão inspirados que confesso que mal lembrei que a banda chegou a contar com o monstrinho Chris Broderick em vários de seus melhores discos.


A faixa título tem seu início lento e orquestrado fazendo clara referência às hoje clássicas Black, The Moors e Judgement Day. Depois o peso toma conta num estilo à lá Mechanized Warfare. Épica e interessante, mas longe de ser postulante a novo clássico da banda. Melhor se saem a virulenta e direta Black List e a adaptação metálica da música folclórica Foggy Dew.



Divine Intervention também acerta o alvo, lembrando uma prima distante de The Mission e Achilles, de Casting the Stones. O padrão início orquestrado e delicado retorna em Long Awaited Kiss, mas dessa vez a faixa não se transforma em um número épico, não. Se trata apenas de uma Power Ballad, aquele tipo de som tão obrigatório nos anos 1980, com destaque para a voz de Conklin, para os solos de Tafolla e para a produção cristalina e cheia de punch.


Salacious Behaviour é Iron Maiden puro, mas dos bons. Aliás, me peguei pensando em quanto não teria sido acertada a escolha do Tyrant para o posto de Bruce Dickinson lá na década de 1990...Fire Of Our Spirit foi a primeira música de trabalho e merece a escolha, é bem empolgante e captura bem os pontos fortes do Jag Panzer. Os 45 minutos da bolachinha se encerram com a excelente Dare, que traz todos os membros da banda brilhando individualmente numa música épica e inspirada.


Veredito da Cripta:

The Deviant Chord é um disco direto e repleto de energia, que faz justiça a homogênea discografia de uma das bandas mais injustiçadas da cena estadunidense. Metal tradicional muito bem feito e honesto, tocado por um grupo de músicos acima da média. Uma grata surpresa!


NOTA: 8,37


Gravadora: Shinigami Records (nacional).
Pontos positivos: boas músicas, boa produção e ótimas performances
Pontos negativos: é Metal Tradicional á lá Jag Panzer, sem novidades
Para fãs de: Iron Maiden, Riot, Armored Saint
Classifique como: Heavy Metal Tradicional



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