Por Trevas
Considerada uma das bandas mais fortes da cena Prog Metal atual, a britânica Haken lança seu sexto disco, novamente autoproduzido, contando com uma (in)feliz coincidência: o título Virus pode parecer uma tentativa de capitalizar em cima da pandemia, mas na verdade é a continuação do conceito iniciado em Vektor, disco de 2018. Para nossa sorte, a bolachinha conta com bela edição nacional em slipcase pela Urubuz Records. Vamos ao som...
Britânicos virulentos |
Prosthetic é pesadíssima e
sintetiza um bocado a intenção do sexteto: um Prog Metal moderno e
complexo, mas ao mesmo tempo acessível, pouco afeito a devaneios onanísticos
que não sirvam à música. Segundo a banda, uma faixa que poderia ter a
participação tanto de Jeff Hanneman quanto Robert Fripp. Uma afirmação
aparentemente estranha, mas que faz até sentido ao escutar o som.
Invasion segue, claramente um dos destaques, mostrando que os britânicos devem mais a contemporâneas como Periphery e Tesseract e veteranas (e patrícias) como Sikth e Threshold (e até mesmo Tool) do que os Dream Theaters da vida. Um pé no Djent e musicalidade absurda. Aliás, se não falo sobre as performances individuais aqui, é por que todos os seis músicos jogam perfeitamente para o time no disco, cada qual com seu espaço ao sol.
Carousel é o primeiro épico do disco, mas inicia com a melodia grudenta e suave do refrão. A opção por um material mais conciso e orientado para canções foi uma escolha para lá de acertada, ainda que não seja novidade. Na verdade, sonoramente, fica claro que Virus também continua o conceito do disco anterior. A bela Canary Yellow talvez seja o melhor exemplo do grau de expertise que os britânicos atingiram, uma música sutilmente complexa, mas que não soa nada hermética aos ouvidos daqueles pouco afeitos ao progressivo.
Infelizmente, o sexteto não escapa por completo das armadilhas do estilo: sintomaticamente chamado Messiah Complex, o segundo épico do disco na verdade se trata de um apanhado de cinco faixas que falham em manter a pegada do disco. A introdução Ivory Tower e o fim com Ectobius Rex até trazem boas ideias, mas as três partes intermediárias se perdem em muito exibicionismo e pouca inspiração. Felizmente nada que chegue a prejudicar esse belo (e majoritariamente maduro) disco, de uma banda que merece todo o destaque que vem conseguindo na cena. (NOTA: 8,74)
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Gravadora: Urubuz Records (nacional)
Prós: maturidade e ótimas canções, sem
esquecer a complexidade e peso
Contras: Messiah Complex destoa
Classifique como: Prog Metal, Djent
Para Fãs de: Tesseract, Sikth, Periphery
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