Onda
de Calor Sueco
Por Trevas
O quarteto sueco de Rock and Roll Thundermother é, na verdade, sinônimo da guitarrista Felippa Nässil, que lidera a trupe desde sua fundação, em 2010. Em 2017, a moça resolveu repaginar o line up, para seu terceiro trabalho, um disco homônimo que colocou as meninas nos holofotes. Para o quarto CD, Soren Andersen (guitarrista e produtor do Glenn Hughes) assume a produção, no que foi alardeado como o primeiro disco do Thundermother em que toda a banda efetivamente contribuiu com as composições, tirando um pouco o peso das costas de Felippa. Acompanho o som delas à distância desde o disco anterior, mas como Heat Wave ganhou lançamento nacional, pelas mãos da Shinigami, não tive como não correr atrás de uma cópia. Vamos às músicas!
Sim, as meninas sabem se divertir |
De cara duas coisas saltam aos ouvidos: que produção caprichada e quanta energia! Felippa gosta de caracterizar a banda como uma leitura moderna do som de AC/DC e Motörhead e é exatamente isso que encontramos aqui. Loud And Alive é algo que poderia bem estar num Razors Edge se os irmãos Young vestissem saias. E se você duvida disso, escute o refrão da faixa seguinte, Dog From Hell e volte aqui para assumir sua derrota.
Felippa capricha no timbrão e em riffs e solos que, se não são a reinvenção da roda, soam certeiros e deliciosos. Guernica Mancini tem uma voz bonita e bem encorpada, suficientemente rocker, mas com um quê de radiofônica. A cozinha, composta por Emlee Johansson (bateria) e Majsan Lindgerg (baixo), mostra gordura suficiente para entupir suas artérias musicais. E resumir o som das moças em um AC/DC feminino sueco, ainda que esteja longe de soar pejorativo, não é totalmente justo. Há uma cara própria aqui, ainda que definitivamente essa fuça esteja firmemente fincada no Rock mais puro. Back In ’76 é excelente, sexy e cheia de referências à clássicos do estilo na letra.
E a ferocidade e velocidade da trupe de Lemmy aparecem em Into the Mud, outro dos destaques da bolachinha, com direito a solo de baixo gorduroso. A faixa título é outra que mostra bem a cara própria da banda, mais um som bem legal. Mas nem tudo são flores, a baladinha Sleep soa bem xaroposa, mesmo que mostre que a voz de Guernica tem toques fortes de Soul e Blues quando quer. Por sorte, Driving In Style retoma a força do material, que segue encardido até o encerramento, com Purple Sky. A versão nacional ainda conta com mais três faixas, todas dignas do repertório original.
As meninas suecas podem não ter reinventado a roda em seu quarto trabalho, mas é inegável que produziram um dos discos mais divertidos e cheios de energia do ano! (NOTA: 8,55)
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Gravadora: Shinigami Records (nacional)
Prós: energia pura e ótima produção
Contras: é apenas rock and roll
Classifique como: Hard Rock, Rock
Para
Fãs de: AC/Dc, Airbourne
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