Nas
Asas da Graúna
Por Trevas
O combo teutônico liderado por Peter “Peavy” Wagner é indiscutivelmente uma das bandas mais prolíficas de sua geração, e Wings Of Rage faz a contagem atingir a impressionante marca de 25 discos de estúdio. Não sem seus sobressaltos. O Rage alterna momentos de estabilidade em sua formação com outros de “limpa geral”, também ocasionando uma certa montanha russa na qualidade de seus trabalhos. O novo disco, autoproduzido, marca a terceira aventura com a formação que aliou Marcos Rodriguez (guitarra) e Vassilios "Lucky" Maniatopoulos (bateria), ao patrão Peavy. Ah, tão logo foi lançado, a banda mudou de novo, retornando ao formato com duas guitarras, mas essa é outra história. Vamos checar então se Wings Of Rage conseguiu elevar o patamar dos trabalhos anteriores, um bocado mornos...
Mais uma formação para a vala... |
Uma introdução com gritos que parecem saídos de um filme Z de terror não é lá muito animadora. Mas logo um riff cortante toma conta e somos catapultados para uma sonoridade bem crua, que remete aos primórdios da banda, ou à excelente fase do Black In Mind e End Of All Days. Peavy está com a voz gasta, mas continua alternando com louvor momentos agressivos com refrães grudentos. Sempre passando a impressão de que irá desafinar a qualquer momento, em especial na bela Shine A Light, mas isso faz parte do charme e identidade sonora dos alemães.
A empolgação aumenta com (Let Them) Rest In Peace e Chasing The Twilight Zone, ambas ferozes e fazendo justiça ao tão alardeado retorno à forma que o novo disco traria. Aqui já pude notar que infelizmente a produção não ajuda em muito o resultado final, algo embaralhada e com os vocais por vezes altos demais na mixagem. Apesar dos defeitos citados, o peso é avassalador, tornando faixas como Tomorrow ou Wings Of Rage verdadeiros convites a um torcicolo.
Um dos eternos problemas dos discos do tio Peavy é que ele tem a mania de xuxar trocentas músicas em cada bolachinha, diluindo o resultado final. E aqui não é diferente, então em meio às pérolas, temos coisinhas sem graça como Don’t Let Me Down e Blame It On The Truth. E também não sei por que diachos enfiaram uma versão thrashuda para a clássica Higher Than The Sky (aqui como HTTS 2.0) em um repertório já saturado. Não ficou ruim, mas nem de longe faz cócegas na original.
Uma das coisas mais bacanas dessa banda é que ela sempre conseguiu brincar com sua sonoridade ao longo dos anos, mas sem deixar de ter uma cara própria. Por outro lado, o caminho seguido aqui pode não atrair tanto aos fãs da fase mais técnica dos tempos de Unity/Soundchaser. Já quem curte o lado mais agressivo de Peavy e sua turma, terá pela frente quase uma hora de um material que, se dificilmente ganhará status de clássico, também está longe de ser dispensável. Um disco bem legal! (NOTA: 8,15)
Visite o The Metal Club |
Gravadora: Shinigami Records (nacional)
Prós: o disco mais forte dos alemães em
tempos
Contras: produção errática e poderia ter
umas duas ou três faixas a menos
Classifique como: Power Metal, Heavy Metal
Para Fãs de: Grave Digger, Accept
Nenhum comentário:
Postar um comentário