sábado, 9 de fevereiro de 2019

Rolo Tomassi – Time Will Die And Love Will Bury It (Cd-2018)




Beleza no Caos
Por Trevas

Os britânicos do Rolo Tomassi , formado pelos irmãos Eva e James Spence em 2005, tem seu nome escolhido sabiamente de um trecho do filme Los Angeles Cidade Proibida, e qualquer outro comentário que eu faça sobre isso pode se tornar um infame spoiler. E foi justamente o nome baseado em um dos meus filmes favoritos que me fez prestar atenção nessa patota, incensada como um dos expoentes da vanguarda criativa do underground da terra da rainha.

Eva, James e seus estranhos amiguinhos nerds
Quem colocar o quinto e mais recente disco de estúdio deles para escutar vai se assustar de início, após uma etérea introdução, Aftermath aparece, e uma voz angelical (Eva Spence) adorna um som tranquilo e viajante, ainda que algo quebrado. Bela canção, mas que diabos Trevas faz trazendo esse tipo de som aqui na Cripta?


E aí Rituals começa e a cabeça do incauto ouvinte/leitor vai entender menos ainda do que está a acontecer: acordes dissonantes, peso apocalíptico e ritmos quebrados. Como que num filme de terror a pequenina Eva se transforma de um ser angelical num demônio que cospe guturais sincopados em cima de riffs ora extremamente técnicos, ora minimalistas. É como se o quinteto bebesse de tantas fontes diferentes e ousasse misturar essas fontes como tanto esmero ao ponto de sequer conseguirmos entender de onde vem o que.



E quando você pensa que começou a entender tudo, números épicos e diversos como The Hollow Hour aparecem para fritar os miolos. Diria que para definir, ainda que toscamente, o som do Rolo Tomassi, deveríamos pensar na improvável prole entre o Meshuggah e a Bjork. Parece não fazer sentido, não? Então, é isso mesmo. Time Will Die And Love Will Bury It é um disco estranho, cheio de luz e sombras e dinâmicas quase esquizofrênicas, e definitivamente não deve agradar àqueles afeitos a um Rock pesado direto e repleto de Feel Good Moments.


Só lembrar que a faixa de trabalho escolhida é algo tão esquisito quanto Balancing The Dark. E mesmo os belos momentos como em A Flood Of Light, vem encapsulados em reviravoltas, com teclados esquizoides entremeados a vozes limpas e urros.



Veredito da Cripta

Se você anda a procura de uma banda única, encontrou. Aqui a parada é densa e para lá de complexa, exigindo bastante do ouvinte. Pode não parecer um prato para todos, e realmente não é. Mas para quem curte, ainda que vez ou outras, sons desafiadores, e estiver disposto a embarcar na viagem dos irmãos Spencer, eis um trabalho cuja audição pode se tornar imensamente gratificante.

NOTA: 9,20

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Gravadora: Holy Roar  Records (importado)
Prós: um estranho ataque de luz e sombras
Contras: a doideira não é exatamente de fácil digestão
Classifique como: Mathcore, Modern Metal
Para Fãs de: Mr. Bungle, The Dillinger Scape Plan, Meshuggah, Bjork

2 comentários:

  1. Aí, sim, trevoso bugio!!!
    Não conhecia e pelo que li é exatamente o tipo de coisa que me agrada deverasmente - os dois primeiros clipes já foram o suficiente pra me fazer correr atrás dos discos dos caras.
    Mais uma vez, valeuzão!!!
    Aquele abraço!
    ML

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    Respostas
    1. Grande Lacerda!
      E não é que quem é vivo sempre aparece? Bem vindo!
      Acho que essa banda pode te render alguns bons momentos de exploração musical, sim!
      Abraço
      T

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