sábado, 3 de março de 2018

Anvil – Pounding The Pavement (Cd-2018)

Anvil - Pounding the Pavement


Canadenses Em Chamas
Por Trevas

Exatos dez anos depois do documentário The Story Of Anvil ter se tornado uma febre entre todos aqueles que um dia tiveram o sonho de viver de Rock and Roll ao redor do globo, pouca coisa efetivamente mudou na carreira dos canadenses. A notoriedade conquistada involuntariamente com a comovente história da banda certamente ajudou a banda a conseguir oportunidades de shows melhores, e hoje eles se tornaram um nome distinguível para as novas gerações, mas a popularidade no geral permanece a mesma. E ao que parece o trio não se importa muito com isso, seu 17º trabalho de estúdio produzido pelo conterrâneo Joerg Uken (especialista em bandas extremas) e seguindo a fórmula de uso de aliteração no título. Difícil acreditar que algo mudaria no som a essa altura do campeonato, o que Lips confirma: “queríamos deixar nossas influências mais explícitas em nosso som dessa vez”. Vamos então checar o resultado que os simpáticos rapazes conseguiram dessa vez.

Nem a careta do Lips mudou, Anvil - 2018

Bitch In The Box segue a toada de músicas com senso de humor pastelão, ao discorrer sobre a frustração do vocalista/guitarrista Lips com a moça que doa a voz a seu GPS. Uma faixa midtempo com um baita climão de AC/DC. O trio pisa no acelerador em Ego (ver vídeo), uma, vejam só...crítica política ao Estados Unidos de Trump e à falta de credibilidade da imprensa atual. Bons riffs, bons solos e aquela bateria rolo compressor habitual de Robb Reiner.



Doing What I Want (com cara de Ozzy) e Smash Your Face (com algo de Black Sabbath) podem não trazer absolutamente nada de novo, mas são muito bem produzidas e certamente proporcionam uma dose justa de diversão àqueles em busca de um Rock nada cerebral. A faixa título é uma daquelas instrumentais caprichadas que a banda volta e meia escreve, uma aula de Heavy Metal clássico e um dos destaques do disco.


O trabalho segue com o roque para lá de simples de Rock that Shit, apenas ok, e o divertido simulacro de Kiss(!?) Let It Go. A banda nos põe para refletir novamente (ao menos na maneira Anvil de pensar) com Nanook Of The North. Baseada no documentário homônimo de 1922, considerado um marco da antropologia, a música expia a culpa do povo canadense pela derrocada da cultura Inuit, fruto da ação constante das petrolíferas. Um número diferente e bem legal. A Motörheadiana Black Smoke é outro dos grandes destaques de um disco que vem se mostrando surpreendentemente inspirado.



O Black Sabbath retorna em World Of Tomorrow, já a derradeira Warming Up é uma deliciosa faixa que traz aquela curiosa mistura de Metal e Jazz/Big band que a banda fez na excelente Swing Thing de Hope In Hell. A edição nacional vem com uma música bônus, a apenas razoável Don’t tell Me.


Veredito da Cripta

Pounding The Pavement é apenas mais um típico disco do Anvil, o que poderia bem ser dito com algum grau de cinismo. Mas não é o caso, aqui digo isso como um elogio, esse é Anvil dos bons. Não vai mudar o mundo, mas vai te fazer bater o pé no ritmo de Reiner e cantarolar as letras abobalhadas de Lips. Bem divertido, enfim.



NOTA: 8,73


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Gravadora: Shinigami Records (nacional).
Pontos positivos: soa como Anvil em sua melhor forma
Pontos negativos: soa como Anvil em sua melhor forma
Para fãs de: AC/DC, Judas Priest
Classifique como: Heavy Metal







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