ANGRA - ØMNI (2018)
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Olá, Criptomaníacos!
Como quem já me conhece ou lê o Blog já sabe bem, Power Metal Melódico é uma espécie de kriptonita para meus ouvidos.
Geralmente evito resenhar os lançamentos do estilo, o que deixa um gap na Cripta.
A se considerar que o subgênero é extremamente popular no Brasil e que o Angra, um dos maiores nomes dessa cena, é daqui, me abster de falar sobre um novo trabalho dos caras soa como heresia, certo?
Pois é, mas dei um jeito de resolver esse problema, Moisés Cipriano, o criador do The Metal Club, e que já estreou como convidado da Cripta, com a bem sucedida resenha para o VOJD, é também um dos maiores especialistas em Angra no globo. E vem trazer uma resenha caprichadíssima, espero que gostem!
Abraço
Trevas
Ame ou Odeie. Será?
Por Moisés Cipriano
É sempre um grande desafio e uma
grande responsabilidade resenhar o novo álbum da sua banda favorita. O álbum da
banda favorita é o mais esperado; é aquele que gera muita expectativa e eleva a
barra. E eu confesso que as primeiras audições foram complicadas. Agora, após
mais de 20 audições, em semanas diferentes, é hora de colocar a emoção de lado
e racionalizar a opinião.
Moisés Cipriano |
Esse álbum é o 9º da carreira do
ANGRA, banda que foi fundada em 1991 por André Matos, Rafael Bittencourt e
André Linhares, em São Paulo. A banda gravou albuns que são referência no power
metal mundial como Angels Cry, Holy Land e Temple of Shadows. Os 7 primeiros
álbuns da banda foram certificados com discos de ouro e a banda sempre
figurou nos charts japoneses em todos os seus lançamentos até Secret Garden. Para
ØMNI , a banda contou novamente com Fabio Lione nos vocais, Bruno Valverde na
batera, além é claro, de Rafael e Felipe Andreoli. Para substituir Kiko
Loureiro, Marcelo Barbosa (Almah, Khallice, Rec/All) foi chamado.
ØMNI é um prefixo do latim e significa tudo e
todos. O álbum pode ser considerado conceitual e conecta as histórias dos álbuns anteriores. Foi lançado em 16 de fevereiro de 2018, possui aproximadamente
61 minutos de metal distribuídos em 11 músicas. Vamos ao que interessa:
Angra 2018, com Lione cada vez mais distante do Tarantela Metal |
Light of Transcendence é espetacular. É Angra na veia
a doses cavalares com orquestrações, velocidade e refrão poderosos. Obrigado
por gravarem mais uma obra. “Real Perfection”.
Travelers
of Time foi a primeira que circulou. Ganhou lyric video, começa abrasileirada e
agradou. Remeteu o ouvinte à fase áurea (Qual?). Tem uma levada mais prog. Gosto
bastante, mas tenho um problema sério com o refrão que é óbvio demais até para um
fan louco por power metal como eu. E cá para nós, o Rafael não precisava ter
cantado nessa. Por esses dois motivos, a música perde pontos.
A
terceira faixa é a mais polêmica de todas. Ame ou odeie. Black Widow’s Web
conta com a participação de Sandy (ex- Sandy & Junior 😀😀😀 ) e Alissa White-Gluz, ex-The Agonist e atual
vocalista da banda de melodic death metal Arch Enemy, tendo gravado os
excelentes War Eternal e Will To Power. Ambas mandaram bem. Sandy podería ter
aparecido mais. A música é boa e possui um refrão espetacular. O porém é que
todas as suas partes não funcionam tão bem juntas. Mas, para que fique claro, música
boa.
Insania
começa incrivelmente grandiosa. E continua grandiosa, pois o refrão é o inicio
da música. A música também possui uma levada prog, um lindo solo e funciona
muito bem.
The Bottom of My Soul: Você gosta de Final
Light e Silent Call?
War Horns é a melhor faixa do álbum. Ganhou clip
oficial. Power metal acelerado. Bruno Valverde é monstruoso na bateria. A banda
inteira arregaça. Melhor faixa. Melhor faixa.
Caveman é assustadora de início,
pois possui frases em português que parecem não ter muito sentido. Vale então ler
a letra com ou sem tradutor. O pré-refrão de Lione (existe isso?) nesta cancão
é emocionante e um dos pontos altos do álbum. A música possui refrão bem legal,
aquelas passagens a la Holy Land no meio da música com destaques ao baixo e
belos solos de guitarra. Obrigado novamente.
Tenho problemas com Magic Mirror.
Não desceu. Tentei muitas vezes, pois muita gente elogiou. Mas gosto é gosto.
Achei muito chata. É a pior faixa do álbum. Pula a faixa.
Always More é melosa e tem sido
criticada. Objetivo radiofônico? Isso ainda faz sentido? Sei lá. O tempo irá
ajudá-la. Será absorvida e alsolvida.
ØMNI - Silence Inside possui
8:31. Rafael e Lione cantam nessa. É mais progressiva. Faixa boa.
ØMNI - Infinite Nothing é o fim
da festa característico de alguns álbuns do Angra. É instrumental, lenta e fica
bem aquém da instrumental Gate XIII do Temple of Shadows ou de Lasting Child e
Lullaby for Lucifer dos dois primeiros. Podería terminar melhor.
O álbum possui ainda, na sua versão japonesa, a
regravação de Z.I.T.O. Achei excelente. Sem mais polêmicas. Mas que capa feia,
heim?
Veredito da Cripta
ØMNI não é unânime. É um divisor
de opiniões. Na minha opinião, nem 8, nem 80. Trata-se de um bom álbum, com
bela produção e poucas participações especiais. As primeiras audições são mais
difíceis, pois algumas canções (ex: Caveman) assustam inicialmente. Fico com
Light of Trandescence e War Horns como grandes destaques. Espero não enjoar de
Insania. O álbum tem seu valor e ajudará o Angra a continuar sua jornada de
sucesso no power metal.
NOTA: 8,12
(a
nota média no site The Metal Club no momento desta resenha era 7,78)
Visite o The Metal Club |
Gravadora: earMUSIC/JVC
Pontos positivos: Angra ainda
Angra. Evolução. Músicas variadas.
Pontos negativos: Rafael não
deveria cantar as músicas com o Lione. Um macaco na árvore e outro embaixo da
flor, como cantam em Caveman.
Para fãs de: Angra, Lione e bandas
de power metal em geral
Classifique como: Power Metal; com pitadas de
progressive metal.
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