Beth Hart & Joe Bonamassa - Black Coffee |
Café
Expresso do Bom
Por
Trevas
Joe Bonamassa
alardeou por aí anos atrás que seus dias de workaholic estavam contados. Uma das figuras mais prolíficas de sua
geração, Smokin’ Joe chegou a ter média de 3 lançamentos
por ano. Agora as coisas entraram nos eixos e o irrequieto bluesman se contenta
em lançar apenas um ou dois trabalhos por ano com seus diversos projetos, ufa. Black Coffee é o terceiro lançamento do estadunidense com a cantora
compatriota Beth Hart. O projeto já havia rendido um excelente trabalho de estreia, Don’t Explain, e outro decepcionante, Seesaw. A despeito dos diferentes resultados, o modelo se repetiu
nos dois discos, e é aqui replicado: covers de clássicos e lados B do Soul e do
Rythm & Blues. Novamente sob a batuta de Kevin Shirley e contando
com uma banda de músicos de estúdio. Vamos ver se dessa vez o caldo não
entorna.
Joe e Beth |
Give Everything You
Got (ver vídeo) mostra
que a fórmula de arranjos de Seesaw
se repete, ao menos em alguns números, com saxofone, trompete e trombone e
backing vocals bem altos no mix. A música, de Edgar Winter, é ok, e
Joe detona no solo. Ainda assim, um início que não me empolgou.
Damn Your Eyes, música que fez sucesso na voz de Etta James, já aposta na
fórmula que funcionara tão bem no disco de estreia, uma canção mais dramática e
soturna, o que casa muitíssimo com a interpretação da moça e com o feeling
do nerdão.
Hora do café preto do
título (ver vídeo), cortesia de grãos selecionados por Ike & Tina Turner. Uma boa faixa, com uma slide guitar bacana e
bons arranjos, que empalidece severamente diante do brilhantismo que a dupla
impõe à balada Lullaby Of the Leaves,
de Connee Boswell. O climão de cabaré esfumaçado dá as caras em Why Don’t Do Right, de Lil Green, absolutamente deliciosa.
Repleta de elementos gospel e
gravada originalmente por LaVern Baker, Saved é bacana e conta com uma bateria bem interessante por parte
do pistoleiro de aluguel Anton Fig (fiel escudeiro de David Letterman na banda residente de
seu programa, além de ter gravado com 789 artistas). Sitting On Top Of The World é outra balada climática que, embora
funcione menos que as anteriores, dá bom espaço para Joe contracenar com o hammond
de Reese Wynans (que tocou no Captain
Beyond!). Joy (famosa na voz de Lucinda Williams, ver vídeo) é divertida e cheia de groove, trazendo um
solo diferente de Bonamassa.
Segundo número originalmente gravado por LaVern Baker presente no
disco, Soul On Fire é uma canção bonita
e que funciona bem no respeitoso arranjo escolhido. A edição padrão termina com
Addicted, de Klaus Waldeck, com um
clima que destoa um pouco do resto do material, mas que ainda assim funciona na
voz encardida e algo sexy de Beth Hart.
Beth & Joe |
Veredito
da Cripta
Black Coffee parece intencionalmente apostar
na fusão de elementos dos dois trabalhos anteriores da dupla, tanto na escolha
das músicas quantos nos arranjos. A aposta funcionou, e esse terceiro disco, se
não é memorável como Don’t Explain, ao menos é extremamente
agradável aos ouvidos.
NOTA: 8,25
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Gravadora:
Mascot Music Productions (importado).
Pontos
positivos: boa escolha de músicas e a bela voz de Beth Hart
Pontos
negativos: os arranjos de big band em algumas músicas
Para
fãs de: Gary Moore, Etta James, Joss Stone
Classifique como: Soul, Blues
Eu curto o Seesaw; não é assim a maior maravilha do mundo, mas não achei decepcionante, não.
ResponderExcluirBela resenha, caro trevoso.
Valeu!!!
ML
Fala, Lacerdão
ExcluirSeesaw fincou muito os pés naquele som de big band cheio de metais, não é nem de longe algo que eu curta. E o primeiro, extremamente melancólico, casou muito melhor com os dotes da dupla.
Esse aqui acerta a mão, trazendo elementos dos dois.
Abraço
T