segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Death Angel – The Evil Divide (Cd-2016)

Death Angel - The Evil Divide
Mariposa Thrasher
Por Trevas

Os californianos do Death Angel eram considerados uma das bandas mais promissoras da segunda leva do movimento thrasher estadunidense. Formado por garotos bem novos e de ascendência filipina, o quinteto chamou bastante atenção por seu enfoque algo técnico para a época, além de um senso melódico que faltava a muitos de seus pares. Logo veio um ótimo contrato com uma Major e a promessa de imenso sucesso comercial e de fazer parte da mítica turnê Clash of the Titans. Tudo abreviado por um acidente de carro quase fatal envolvendo o baterista Andy Galeon. Nesse momento o parentesco entre os membros afetou um pouco o julgamento e a banda acabou por optar por encerrar a carreira ao invés de substituir o músico e seguir em frente.

Death Angel, quando os garotos ainda comiam Froot Loops
Em 2001, para nossa sorte, os caras resolveram retomar a carreira. Incialmente para alguns shows em festivais, depois lançando uma sequência de discos tão inspirados que fica difícil acreditar que o Death Angel não tenha angariado uma reputação do que a que atualmente desfruta. O ápice fora justamente o disco The Dream Calls For Blood (ler resenha da Cripta), álbum de 2013 que marcou a primeira e única vez que o DA chegou aos 100 mais da Billboard. Dado o sucesso comercial e de crítica de Dream, nada mais natural que o anúncio de um novo disco tenha causado uma certa apreensão nos fãs dos caras.


Death Angel 2016 - trocando o Froot Loops por maldade no coração



O disco   

Moth, a faixa cuja letra cáustica inspirou a arte gráfica e nome do disco, abre o disco de forma apoteótica – certamente um novo clássico para os californianos.


Cause For Alarm aumenta ainda mais a velocidade, contando com a participação do produtor e parceiro Jason Suecof em suas virulentas guitarras. A produção, aliás, apostou numa pegada mais crua que no disco anterior, mas com clareza de cada instrumento e punch absurdo. É possível sentir a pulsação e cada batida do ótimo Will Carroll em sua bateria, por exemplo.



E se sutiliza não foi o forte até aqui, Lost vem lembra aos incautos ouvintes que o Death Angel é também uma das bandas mais versáteis de sua era, com uma pegada que beira o Metalcore engrandecida (ou o material mais comercial do Megadeth) pela categoria habitual de Mark Osegueda nos vocais. Aliás, Mark é pouco lembrado, mas o considero um dos melhores vocalistas de Thrash da história.


As cortantes e muito bem trabalhadas guitarras do membro fundador Rob Cavestany e de Ted Aguilar fazem a boa Father of Lies subir um degrau na escala de grandeza. Hell to Pay, com belos momentos do baixo de Damien Sisson, mescla eficientemente a velocidade estonteante do Thash com elementos de Groove Metal (que aliás, dita o espírito de It Can’t be This).


Infelizmente a partir daí o disco cai um pouco na mesmice, ainda que de maneira bastante feroz. Hatred United/United In Hate traz na participação do brasuca Andreas Kisser seu maior trunfo. Breakaway é uma patada colossal na orelha, enquanto The Electric Cell sofre com a falta de refrão e riffs mais marcantes, apesar da destreza dos músicos em solos e convenções intrincadas. Let the Pieces Fall tem algo de Testament recente em sua estrutura e se não chega a competir com a grandeza do início da bolachinha, também não faz feio. Curiosamente, o trabalho se encerra com um cover que está anunciado como faixa bônus, mas na verdade se faz presente em todas as edições do disco lançadas ao redor do globo. Trata-se de Wasteland, clássico dos Goth Rockers do The Mission, executada de forma respeitosa, com um resultado excelente, ainda que improvável.


Saldo Final

O Death Angel continua com sua incansável rotina de lançar grandes discos desde seu retorno à ativa. The Evil Divide é um dos trabalhos mais vigorosos dos estadunidenses, e não fosse por uma ligeira queda de qualidade em sua metade final, poderia figurar fácil entre um dos melhores discos do ano. Muito bom.   


NOTA: 8,20

Pontos positivos: Thrash extremamente vigoroso, e ainda assim, muito técnico
Pontos negativos: cai um pouco de produção em sua segunda metade
Para fãs de: Testament, Megadeth, Metal Church
Classifique como: Thrash Metal

4 comentários:

  1. Meu deus, que milagre banda de macho aqui nesse blog
    coisa rara ein
    abrá
    Danilo

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    1. Então, Danilo, agora o senhor pode chamar seu macho para ler o blog.
      Disponha
      T

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  2. Gostei deveras desta bolacha. E críticos "suck"!!!

    Krill.

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    1. Fala Krill!
      Eu também gostei, ué...
      E sim, críticos suck. krillticos também.
      Abracetas
      T

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