quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Clutch - Psychic Warfare (Cd -2015)

Clutch - Psychic Warfare
Para Tirar O Tapete da Sala!
Por Trevas

Na estrada tem quase três décadas, os veteranos de Maryland vem curiosamente galgando terreno após o lançamento de Earth Rocker, seu décimo rebento de estúdio de uma rica e pouco explorada discografia. Pudera, apesar de não reinventar a roda, aquela bolachinha é uma pedrada que consegue unir tanto headbangers, adoradores de um rock mais puro e alternativóides no mesmo barco. Foi minha escolha de disco de 2013 (veja minha lista aqui) e em sua resenha na Cripta (ver aqui ó), faço um apanhado histórico curto, mas de coração, para a carreira dos cabruncos.


Aproveitando a boa maré de shows e entrevistas no encalço do sucesso de Earth Rocker, o Clutch anunciou o nascimento de mais um filhote, Psychic Warfare. Segundo o hirsuto vocalista Neil Fallon, o bichano viria na linha do disco anterior, mas ainda mais direto. Seria isso possível? E se possível, seria isso bom? Vamos checar.

Audição de Raio X?

Depois de uma curtíssima intro falada, X Ray Visions (ver vídeo), repleta de Sci-fi e nonsense em sua letra se apresenta de maneira direta como a mais nova postulante a clássico do Clutch. E ela nem termina, já logo emendando com uma levada de bateria com a espoleta rocker Firebirds!, sim com exclamação, como que para deixar bem claras suas intenções, lembrando até mesmo algumas das melhores faixas da fase mais hard do Monster Magnet.


A Quick Death In Texas traz o disco de volta aos tempos de From Beale Street e Strange Cousins, com um blues rock algo malicioso que infelizmente acaba soando um pouco familiar demais. Mas ao deixar tempo para respirar, essa música evidencia a qualidade de produção que a própria banda atingiu, com arranjos cuidadosos capazes de enriquecer faixas aparentemente simples sem deixar cair o punch. Punch esse que aparece em toda sua glória na dobradinha Sucker For the Witch (com pitadas de Surf Rock) e a swingada Your Love Is Incarceration, ambas cheirando a palco.


Pelas barbas do profeta! Neil Fallon e o Clutch, 2015


Doom Saloon é a melancólica intro western para Our Lady Of Electric Light, uma pérola que nos faz lembrar que o Clutch é a menos bidimensional das bandas bidimensionais da história recente do rock. Simplesmente fantástica.


As turbinas voltam a aquecer com a veloz Noble Savage e com Behold The Colossus, um hino de autoadulação que até funciona bem, mas fica aquém de clássicos do repertório Clutchiano. Melhor se sai Decapitation Blues, com seu tempero Stoner à lá Orange Goblin, mantendo acesa a chama de um disco que não tem uma música sequer que possa ser acusada do pecado de ser chata. Ah e se não bastasse isso, a bolachinha ainda tem como encerramento a épica e já clássica Son Of Virginia.

Saldo Final

Bom, o Clutch prometera um disco ainda mais direto que o excelente Earth Rocker. E promessa é dívida. Talvez falte uma pitada daquele “algo a mais” que elevou aquele álbum a um patamar tão próximo da perfeição. Mas te garanto que esse Psychic Warfare não vai decepcionar àqueles ávidos por uma aula de Rock and Roll daquelas que o saudoso tio Lemmy aprovaria entre uma bebericada e outra em seu Jack and Coke. Ponto pros caras!!

NOTA: 89

Classifique como: Heavy Rock, Stoner, Blues Rock, Qualquer-cooisa-boa-rock
Para fãs de: Monster Magnet, Graveyard, Kadavar e rock em geral.
Fuja se: estiver em busca de compassos 789/456.

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