Clutch - Psychic Warfare |
Para Tirar O Tapete da Sala!
Por Trevas
Na estrada tem quase três décadas, os veteranos
de Maryland vem curiosamente
galgando terreno após o lançamento de Earth
Rocker, seu décimo rebento de estúdio de uma rica e pouco explorada
discografia. Pudera, apesar de não reinventar a roda, aquela bolachinha é uma
pedrada que consegue unir tanto headbangers, adoradores de um rock mais puro e
alternativóides no mesmo barco. Foi minha escolha de disco de 2013 (veja minha
lista aqui) e em sua resenha na Cripta (ver aqui ó), faço um apanhado histórico
curto, mas de coração, para a carreira dos cabruncos.
Aproveitando a
boa maré de shows e entrevistas no encalço do sucesso de Earth Rocker, o Clutch
anunciou o nascimento de mais um filhote, Psychic
Warfare. Segundo o hirsuto vocalista Neil
Fallon, o bichano viria na linha do disco anterior, mas ainda mais direto. Seria
isso possível? E se possível, seria isso bom? Vamos checar.
Audição de Raio X?
Depois de uma curtíssima intro falada, X Ray Visions (ver vídeo), repleta de
Sci-fi e nonsense em sua letra se apresenta de maneira direta como a mais nova postulante
a clássico do Clutch. E ela nem
termina, já logo emendando com uma levada de bateria com a espoleta rocker Firebirds!, sim com exclamação, como que
para deixar bem claras suas intenções, lembrando até mesmo algumas das melhores
faixas da fase mais hard do Monster
Magnet.
A Quick Death In Texas traz o disco de volta
aos tempos de From Beale Street e Strange Cousins, com um blues rock algo
malicioso que infelizmente acaba soando um pouco familiar demais. Mas ao deixar
tempo para respirar, essa música evidencia a qualidade de produção que a
própria banda atingiu, com arranjos cuidadosos capazes de enriquecer faixas
aparentemente simples sem deixar cair o punch. Punch esse que aparece em toda
sua glória na dobradinha Sucker For the
Witch (com pitadas de Surf Rock) e a swingada Your Love Is Incarceration, ambas cheirando a palco.
Pelas barbas do profeta! Neil Fallon e o Clutch, 2015 |
Doom
Saloon é
a melancólica intro western para Our
Lady Of Electric Light, uma pérola que nos faz lembrar que o Clutch é a menos bidimensional das
bandas bidimensionais da história recente do rock. Simplesmente fantástica.
As turbinas
voltam a aquecer com a veloz Noble
Savage e com Behold The Colossus,
um hino de autoadulação que até funciona bem, mas fica aquém de clássicos do
repertório Clutchiano. Melhor se sai Decapitation
Blues, com seu tempero Stoner à lá Orange
Goblin, mantendo acesa a chama de um disco que não tem uma música sequer
que possa ser acusada do pecado de ser chata. Ah e se não bastasse isso, a
bolachinha ainda tem como encerramento a épica e já clássica Son Of Virginia.
Saldo Final
Bom, o Clutch prometera um disco ainda mais
direto que o excelente Earth Rocker.
E promessa é dívida. Talvez falte uma pitada daquele “algo a mais” que elevou
aquele álbum a um patamar tão próximo da perfeição. Mas te garanto que esse Psychic Warfare não vai decepcionar
àqueles ávidos por uma aula de Rock and Roll daquelas que o saudoso tio Lemmy aprovaria entre uma bebericada e
outra em seu Jack and Coke. Ponto pros caras!!
NOTA: 89
Classifique como: Heavy Rock, Stoner, Blues Rock,
Qualquer-cooisa-boa-rock
Para fãs de: Monster Magnet, Graveyard, Kadavar e rock em geral.
Fuja
se: estiver em busca de compassos 789/456.
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