domingo, 13 de dezembro de 2015

Curtas: Royal Thunder, Kahbra, UFO e Motörhead





Royal Thunder - Crooked Doors



Royal Thunder - Crooked Doors (Cd - 2015)

Um Estranho e belo segundo rebento

O sucessor de CVI, um dos discos do ano de 2012 para esse escriba, me soou a princípio uma decepção. Time Machine, faixa de abertura, é uma belíssima canção dramática e épica, mas o resto do material falhou em me impressionar nas primeiras audições. Sorte que depois de um tempo retornei a esse álbum com a devida atenção. A banda está menos pesada e apostando um bocado mais em sua verve noventista. Enquanto The Line, Floor e Ear On The Fool (com algo de Mastodon) fazem menção ao peso sabbathico da estreia, Wake Me e Forget You trazem uma mistura de psicodelia e peso alternativo que lembram alguns momentos do Soundgarden, caso a banda tivesse como vocalista Johnette Napolitano, do Concrete Blonde. Sim, Mlny Parzon continua cantando muito, e sua voz não somente se ampara nos potentes gritos, como podemos ouvir em One Day e nas duas partes de the Bear, que fecham de maneira etérea um disco repleto de detalhes que talvez não ganhem a devida atenção da geração do imediatismo.

NOTA: 83

Royal Thunder longe de despencar no penhasco
                                                                              

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Kahbra

Kahbra - Kahbra (Ep - 2015)

Goat Rock, babe!

O Ep de estreia da banda carioca que define seu som como Goat Rock é uma bela surpresa. No geral a banda aposta num Stoner com pitadas de Doom e Retro Rock, tudo com influências bem dosadas. Drown lembra um Graveyard mais cru, com a voz de Jonas Araújo (também baixista e que faz uma bela cozinha com Denys Melo) soando um pouco como Eric Wagner (Trouble). Elementos psicodélicos dão um tempero bacana à boa Giant’s Dream e as guitarras de Igor Fabbri e Julio Latorraca mostram o devido respeito à Tony Iommi em What I Lost (que também me lembrou os bons momentos do Down e Orange Goblin). São apenas quatro faixas, mas que servem de um promissor cartão de visitas dos ditos Goat Rockers.

NOTA: 75

Kahbra bandcamp

Goat Rock Fever

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UFO - A Conspiracy of Stars


UFO - A Conspiracy Of Stars (Cd - 2015)

Objeto Voador ancião se recusa a pousar

E quem poderia apostar que os veteranos do UFO ainda teriam tanta lenha para queimar? O quinto disco dos britânicos desde que o virtuose estadunidense Vinnie Moore preencheu com inesperado louvor o espaço deixado pelo Semi-Deus Michael Schenker é talvez o melhor da (não tão) nova fase. Recheado de grandes riffs e solos e com a voz encardida do sexagenário Phil Mogg destilando letras e melodias igualmente encardidas, não há nenhum minuto desse Conspiracy que não soe inspirado. Uma pena que o UFO pareça relegado ao segundo plano na história da música, mesmo tendo uma discografia das mais consistentes e muito mais rock nas veias que a grande maioria dos “monstros sagrados” que rastejam por aí. Discaço!

NOTA: 84

Esses velhinhos cascudos ainda podem enterrar você

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Motörhead - Bad Magic



Motörhead - Bad Magic (Cd - 2015)

Ainda longe de desligar os aparelhos

Mais uma vez envolto num manto de preocupação em relação ao estado de saúde de seu líder, o lendário e infame Lemmy, o Motörhead faz de seu novo disco um portentoso “dedo do meio” na fuça dos carcarás. Os únicos cadáveres a serem velados aqui são os dos nossos tímpanos, atacados com fúria punk por petardos como Victory Or Die (que traz uma singela homenagem ao Metallica em um de seus riffs) e Thunder & Lightning (não, ela não ficaria deslocada em We Are Motörhead). Os flashbacks de Heavy Rock dos anos 1970/80, que engrandeceram Aftershock, estão presentes em FireStorm Hotel e nas excelentes Devil e Evil Eye (essa última traz em seu refrão a referência ao título do disco). Ah, e nem mesmo a escolha da batida Simpathy For the Devil consegue disfarçar o fato de que um Motörhead moribundo ainda tem muito mais tesão pela vida que 99,99% das bandas do universo conhecido.

NOTA: 84

Com o pé na cova, mas melhor que você

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