Royal Thunder - Crooked Doors |
Royal Thunder - Crooked
Doors (Cd - 2015)
Um Estranho e belo
segundo rebento
O
sucessor de CVI, um dos discos do
ano de 2012 para esse escriba, me soou a princípio uma decepção. Time Machine, faixa de abertura, é uma
belíssima canção dramática e épica, mas o resto do material falhou em me
impressionar nas primeiras audições. Sorte que depois de um tempo retornei a
esse álbum com a devida atenção. A banda está menos pesada e apostando um
bocado mais em sua verve noventista. Enquanto The Line, Floor e Ear On The Fool (com algo de Mastodon) fazem menção ao peso
sabbathico da estreia, Wake Me e Forget You trazem uma mistura de
psicodelia e peso alternativo que lembram alguns momentos do Soundgarden, caso a banda tivesse como
vocalista Johnette Napolitano, do Concrete Blonde. Sim, Mlny Parzon continua cantando muito, e sua
voz não somente se ampara nos potentes gritos, como podemos ouvir em One Day e nas duas partes de the Bear, que fecham de maneira etérea
um disco repleto de detalhes que talvez não ganhem a devida atenção da geração do
imediatismo.
NOTA: 83
Royal Thunder longe de despencar no penhasco |
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Kahbra |
Kahbra - Kahbra (Ep -
2015)
Goat Rock, babe!
O
Ep de estreia da banda carioca que define seu som como Goat Rock é uma bela surpresa. No geral a banda aposta num Stoner com pitadas de Doom e Retro Rock, tudo com influências bem dosadas. Drown lembra um Graveyard
mais cru, com a voz de Jonas Araújo
(também baixista e que faz uma bela cozinha com Denys Melo) soando um pouco como Eric Wagner (Trouble). Elementos
psicodélicos dão um tempero bacana à boa Giant’s
Dream e as guitarras de Igor Fabbri
e Julio Latorraca mostram o devido
respeito à Tony Iommi em What I Lost (que também me lembrou os
bons momentos do Down e Orange Goblin). São apenas quatro
faixas, mas que servem de um promissor cartão de visitas dos ditos Goat Rockers.
Goat Rock Fever |
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UFO - A Conspiracy of Stars |
UFO - A Conspiracy Of
Stars (Cd - 2015)
Objeto Voador ancião se
recusa a pousar
E
quem poderia apostar que os veteranos do UFO
ainda teriam tanta lenha para queimar? O quinto disco dos britânicos desde que
o virtuose estadunidense Vinnie Moore
preencheu com inesperado louvor o espaço deixado pelo Semi-Deus Michael Schenker é talvez o melhor da (não
tão) nova fase. Recheado de grandes riffs e solos e com a voz encardida do
sexagenário Phil Mogg destilando
letras e melodias igualmente encardidas, não há nenhum minuto desse Conspiracy que não soe inspirado. Uma
pena que o UFO pareça relegado ao
segundo plano na história da música, mesmo tendo uma discografia das mais
consistentes e muito mais rock nas veias que a grande maioria dos “monstros sagrados” que rastejam por aí. Discaço!
NOTA: 84
Esses velhinhos cascudos ainda podem enterrar você |
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Motörhead - Bad Magic |
Motörhead - Bad Magic (Cd -
2015)
Ainda longe de desligar
os aparelhos
Mais
uma vez envolto num manto de preocupação em relação ao estado de saúde de seu
líder, o lendário e infame Lemmy, o Motörhead faz de seu novo disco um
portentoso “dedo do meio” na fuça dos carcarás. Os únicos cadáveres a serem
velados aqui são os dos nossos tímpanos, atacados com fúria punk por petardos
como Victory Or Die (que traz uma
singela homenagem ao Metallica em um
de seus riffs) e Thunder & Lightning
(não, ela não ficaria deslocada em We
Are Motörhead). Os flashbacks de Heavy Rock dos anos 1970/80, que
engrandeceram Aftershock, estão
presentes em FireStorm Hotel e nas
excelentes Devil e Evil Eye (essa última traz em seu
refrão a referência ao título do disco). Ah, e nem mesmo a escolha da batida Simpathy For the Devil consegue
disfarçar o fato de que um Motörhead
moribundo ainda tem muito mais tesão pela vida que 99,99% das bandas do
universo conhecido.
NOTA: 84
Com o pé na cova, mas melhor que você |
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