The Plague Within (2015) |
Um Longo Inverno...
Aqueles que acompanham a Cripta (sim,
eles existem!!!!) certamente notaram a falta de novidades por aqui. Ainda que
eu seja culpado parcialmente (sou um verme preguiçoso, admito), o que de fato
aconteceu foi que a empresa de internet cujos serviços utilizo fez o favor de
me deixar mais de um mês sem conexão. Problema só resolvido após acionar a
Anatel e a Justiça. Novos capítulos desse embate ainda acontecerão no mês que
vem, em juízo, mas um ano repleto de grandes lançamentos merece algo mais que
lamentos. Preparando o espírito para o festival da Overload nessa terça, com
Anathema e Paradise Lost, temos em mãos a resenha para o novo petardo the
Plague Within. Em seguida, me comprometo a postar aqui a resenha desse show,
além dos novos de Lucifer, Metalmorphose, Moonspell, Motörhead e Iron Maiden.
Stay Tuned!
Trevas
Paradise Lost – The Plague Within
(Cd – 2015)
De Volta às Origens
Por Trevas
Bloodbath e saudosismo
A história não é nova e se você
está procurando essa resenha, já deve conhece-la: um dos baluartes do Doom
Metal britânico, o Paradise Lost evolui seu som constantemente, nesse meio
tempo lançando a obra prima Draconian Times e se tornando a pedra fundamental
para a onda do Gothic Metal que floresceu em meados da década de 1990. Mergulhando
cada vez mais no mundo gótico, a banda experimenta com a eletrônica até
praticamente se tornar uma versão mais pesada do Depeche Mode, afastando muitos
fãs antigos e angariando novos. Sentindo que esgotara a fonte no direcionamento
escolhido, a partir de 2005 vem aos poucos recolocando o heavy metal em sua
mistura. Os membros da banda voltam a escutar as bandas que os influenciaram
nos primórdios, redescobrindo o prazer em escutar Death Metal. Nick Holmes é
então convidado a assumir o posto de vocalista no Supergrupo de Death metal
Bloodbath e se obriga a reaprender a cantar com guturais. Pronto, o terreno
está pavimentado para o novo disco do Paradise Lost, completamente baseado na
redescoberta das raízes da banda.
Construindo a Praga
O colombiano Jamie Gomez Arellano ganhou notoriedade ao produzir Opus Eponimous, do incensado Ghost, um trabalho de produção que se
baseava numa sonoridade simples e oitentista, seca e direta. Esse trabalho
atraiu a atenção de muitas bandas que prezam por esse tipo de atmosfera, como Angel Witch e Cathedral. Não é nenhuma surpresa a escolha de Jamie para
capitanear esse Plague Within. O
resultado já pode ser sentido logo de imediato com a espetacular e rascante No Hope In Sight, faixa de abertura do
disco, e que nos apresenta gloriosamente o novo velho PL, com um peso
descomunal, ótimas ideias de guitarras e um Nick Holmes que parece ter feito gargarejo com lâminas de barbear
em seus renovados guturais.
Terminal é
bem mais acelerada e ainda mais virulenta, uma faixa que clama por um palco e
uma plateia ensandecida. An Eternity Of
Lies me deixou com a pulga atrás da orelha, o trabalho de cordas dá a impressão
e se tratar de algo do My Dying Bride.
Algo MUITO bom do My Dying Bride,
diga-se. Talvez a melhor de todo o trabalho, ainda ganha um tempero a mais pelo
belo trabalho da vocalista Heather (da
banda Tapping The Vein) no refrão.
Punishment Through Time é uma pedrada, mas lembra demais Pity The Sadness sem eus versos para
seu próprio bem. Beneath Broken Earth
tem em sua atmosfera lúgubre e seu andamento de paquiderme manco dois trunfos, exemplificando
o Doom Metal em sua melhor forma. Aliás,
o peso e inventividade dos riffs e harmonias das guitarras e Aaron Aedy e do mestre Greg Mackintosh poucas vezes ficaram
tão em evidência quanto nesse novo disco. E a cozinha composta pelo fiel
escudeiro Steve Edmonson e pelo não
tão novo membro Adrian Erlandsson
servem muito bem ao propósito da banda.
Sacrifice The Flame mantém a toada Doom, mas com ligeiros toques do
Paradise Lost de antes da retomada, com
as cordas dando o ar de sua graça sem tirar um pingo do peso da ótima
composição. O casamento entre todas as fases ocorre brilhantemente mesmo é em Victims Of The Past, uma peça impecável
de Symphonic Death/Doom, que reaparece na edição digipack do disco em uma versão
ao vivo com orquestra, um aperitivo do próximo lançamento dos britânicos, um
DVD/Blu-Ray nesse formato. Certamente reservarei minha cópia!!!!
Pelas barbas do profeta! Paradise Lost 2015, com um hirsuto Nick ao centro |
Bom, o disco beira a perfeição,
mas tem lá seus momentos menos inspirados: Flesh
From Bone é um Death Metal bacana mas nada especial e a boa Cry Out tem um perfil mais rocker que
torna sua presença algo estranha perante o restante do material. Mas eis que
antes do fim, temos mais uma cereja podre e enegrecida sob a forma da retumbantemente
épica e mórbida Return To the Sun.
Saldo Final
Aqueles que viraram as costas à
banda após One Second dificilmente
conseguirão argumentos contra o mamute enfurecido que é este Plague Within. Certamente um dos
melhores discos da carreira do Paradise
Lost e figura obrigatória em qualquer lista de melhores de 2015 que se
preze!
NOTA: 94
Indicado
para:
Fãs
do Doom Metal
Fuja
se:
Seu
ideal de felicidade seja musiquinhas alegres como Dr. Stein.
Classifique
como: Doom Metal
Para
Fãs de: My Dying Bride, Cathedral.
Ficha
Técnica
Banda:
Paradise Lost
Origem:
ING
Site
Oficial: http://www.paradiselost.co.uk/
Disco
(ano): The Plague Within (2015)
Mídia:
CD
Lançamento:
Century Media (Importado)
Faixas
(duração): CD - 10 (50’). 11(55’) na
edição Digipack
Produção:
Jamie Gomez Arellano e Paradise Lost
Arte
de Capa: Zbigniew Bielak
Formação:
Nick
Holmes – vocals;
Steve
Edmonson – baixo;
Greg
Mackintosh – guitarra;
Aaron
Aedy – guitarra;
Adrian Erlandsson –
bateria.
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