segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Paradise Lost – The Plague Within (Cd – 2015)

The Plague Within (2015)
Um Longo Inverno...
Aqueles que acompanham a Cripta (sim, eles existem!!!!) certamente notaram a falta de novidades por aqui. Ainda que eu seja culpado parcialmente (sou um verme preguiçoso, admito), o que de fato aconteceu foi que a empresa de internet cujos serviços utilizo fez o favor de me deixar mais de um mês sem conexão. Problema só resolvido após acionar a Anatel e a Justiça. Novos capítulos desse embate ainda acontecerão no mês que vem, em juízo, mas um ano repleto de grandes lançamentos merece algo mais que lamentos. Preparando o espírito para o festival da Overload nessa terça, com Anathema e Paradise Lost, temos em mãos a resenha para o novo petardo the Plague Within. Em seguida, me comprometo a postar aqui a resenha desse show, além dos novos de Lucifer, Metalmorphose, Moonspell, Motörhead e Iron Maiden.
Stay Tuned!
Trevas  


Paradise Lost – The Plague Within (Cd – 2015)

De Volta às Origens
Por Trevas

Bloodbath e saudosismo
A história não é nova e se você está procurando essa resenha, já deve conhece-la: um dos baluartes do Doom Metal britânico, o Paradise Lost evolui seu som constantemente, nesse meio tempo lançando a obra prima Draconian Times e se tornando a pedra fundamental para a onda do Gothic Metal que floresceu em meados da década de 1990. Mergulhando cada vez mais no mundo gótico, a banda experimenta com a eletrônica até praticamente se tornar uma versão mais pesada do Depeche Mode, afastando muitos fãs antigos e angariando novos. Sentindo que esgotara a fonte no direcionamento escolhido, a partir de 2005 vem aos poucos recolocando o heavy metal em sua mistura. Os membros da banda voltam a escutar as bandas que os influenciaram nos primórdios, redescobrindo o prazer em escutar Death Metal. Nick Holmes é então convidado a assumir o posto de vocalista no Supergrupo de Death metal Bloodbath e se obriga a reaprender a cantar com guturais. Pronto, o terreno está pavimentado para o novo disco do Paradise Lost, completamente baseado na redescoberta das raízes da banda.

Construindo a Praga
O colombiano Jamie Gomez Arellano ganhou notoriedade ao produzir Opus Eponimous, do incensado Ghost, um trabalho de produção que se baseava numa sonoridade simples e oitentista, seca e direta. Esse trabalho atraiu a atenção de muitas bandas que prezam por esse tipo de atmosfera, como Angel Witch e Cathedral. Não é nenhuma surpresa a escolha de Jamie para capitanear esse Plague Within. O resultado já pode ser sentido logo de imediato com a espetacular e rascante No Hope In Sight, faixa de abertura do disco, e que nos apresenta gloriosamente o novo velho PL, com um peso descomunal, ótimas ideias de guitarras e um Nick Holmes que parece ter feito gargarejo com lâminas de barbear em seus renovados guturais.



Terminal é bem mais acelerada e ainda mais virulenta, uma faixa que clama por um palco e uma plateia ensandecida. An Eternity Of Lies me deixou com a pulga atrás da orelha, o trabalho de cordas dá a impressão e se tratar de algo do My Dying Bride. Algo MUITO bom do My Dying Bride, diga-se. Talvez a melhor de todo o trabalho, ainda ganha um tempero a mais pelo belo trabalho da vocalista Heather (da banda Tapping The Vein) no refrão. 


Punishment Through Time é uma pedrada, mas lembra demais Pity The Sadness sem eus versos para seu próprio bem. Beneath Broken Earth tem em sua atmosfera lúgubre e seu andamento de paquiderme manco dois trunfos, exemplificando o Doom Metal em sua melhor forma. Aliás, o peso e inventividade dos riffs e harmonias das guitarras e Aaron Aedy e do mestre Greg Mackintosh poucas vezes ficaram tão em evidência quanto nesse novo disco. E a cozinha composta pelo fiel escudeiro Steve Edmonson e pelo não tão novo membro Adrian Erlandsson servem muito bem ao propósito da banda.


Sacrifice The Flame mantém a toada Doom, mas com ligeiros toques do Paradise Lost de antes da retomada, com as cordas dando o ar de sua graça sem tirar um pingo do peso da ótima composição. O casamento entre todas as fases ocorre brilhantemente mesmo é em Victims Of The Past, uma peça impecável de Symphonic Death/Doom, que reaparece na edição digipack do disco em uma versão ao vivo com orquestra, um aperitivo do próximo lançamento dos britânicos, um DVD/Blu-Ray nesse formato. Certamente reservarei minha cópia!!!!

Pelas barbas do profeta! Paradise Lost 2015, com um hirsuto Nick ao centro
Bom, o disco beira a perfeição, mas tem lá seus momentos menos inspirados: Flesh From Bone é um Death Metal bacana mas nada especial e a boa Cry Out tem um perfil mais rocker que torna sua presença algo estranha perante o restante do material. Mas eis que antes do fim, temos mais uma cereja podre e enegrecida sob a forma da retumbantemente épica e mórbida Return To the Sun.  


Saldo Final
Aqueles que viraram as costas à banda após One Second dificilmente conseguirão argumentos contra o mamute enfurecido que é este Plague Within. Certamente um dos melhores discos da carreira do Paradise Lost e figura obrigatória em qualquer lista de melhores de 2015 que se preze!  

NOTA: 94

Indicado para:
Fãs do Doom Metal
Fuja se:
Seu ideal de felicidade seja musiquinhas alegres como Dr. Stein.

Classifique como: Doom Metal

Para Fãs de: My Dying Bride, Cathedral.
Ficha Técnica
Banda: Paradise Lost
Origem: ING
Disco (ano): The Plague Within (2015)
Mídia: CD
Lançamento: Century Media (Importado)

Faixas (duração): CD  - 10 (50’). 11(55’) na edição Digipack

Produção: Jamie Gomez Arellano e Paradise Lost
Arte de Capa: Zbigniew Bielak

Formação:
Nick Holmes – vocals;
Steve Edmonson – baixo;
Greg Mackintosh – guitarra;
Aaron Aedy – guitarra;
Adrian Erlandsson – bateria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário