Thrash
Metal Titânico
Por Trevas
Após o arregaço que foi Dark Roots Of Earth, os incansáveis veteranos do Testament passaram por um período turbulento, onde até mesmo o futuro da banda foi posto em xeque. O momento conturbado acabou por gerar Brotherhood Of the Snake, que até passa longe de ser um disco ruim, mas que também refletia a falta de direcionamento, comunicação e motivação que contagiou o quinteto. Para nossa sorte, os rapazes acertaram os ponteiros e deixaram o descontentamento com o disco anterior de lado, demonstrando sua animação renovada nas muitas entrevistas que antecederam o lançamento de Titans Of Creation, projetado para ser um disco mais melódico, mas não menos feroz do que o habitual.
Amiguinhos de novo? Testament, 2020 |
E a pancadaria começa muito bem com a apoteótica Children Of The Next Level, com sua letra que relembra o caso da seita baseada em Ufologia Heaven’s Gate, que cometeu suicídio coletivo em 1997. Uma paulada com estrutura Old School, tal qual WWIII. A produção, nas mãos de Eric Peterson e Chuck Billy (com auxílio de Juan Urteaga e mixagem por Andy Sneap) é precisa e mescla bem o lado Old School escolhido (em especial na voz de Chuck, soando bastante mais próxima dos anos 1980) com a modernidade. Individualmente, a banda é de longe a mais impressionante da velha guarda do estilo, com destaque para a cozinha absurda de Gene Hoglan e Steve Di Giorgio.
E os fãs da faceta mais clássica do Thrash Metal definitivamente irão se deliciar com a ferocidade de números como Ishtar’s Gate, Symptoms, The Healers, Code Of Hammurabi e City Of Angels. Nenhuma delas faz a menor questão de deixar pescoços incautos intactos. Há espaço até para algo mais próximo do Metal Tradicional, como na excelente Dream Deceiver, que bem poderia estar num dos discos iniciais do Savatage. Fácil, fácil uma das melhores aqui.
Apesar disso, senti um pouco a
falta da mistura com Death Metal que a banda se especializou em
fazer e que rendeu os já clássicos Dark
Roots Of Earth e The Gathering. Ela aparece timidamente na trauletada Curse Of Osiris e em especial na
sinistra Night Of the Witch (as duas
trazendo Eric dividindo os vocais
com Chuck), essa última, o grande
destaque de um trabalho que mantém intacta a incapacidade atual do Testament de fazer um disco ruim. Muito
bom! (NOTA: 8,90)
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Gravadora: Shinigami Records (nacional)
Prós: ótima produção e ferocidade Old
School
Contras: a banda praticamente abandonou as
incursões pelo Death Metal
Classifique como: Thrash Metal
Para Fãs de: Megadeth, Overkill, Death Angel
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