sábado, 16 de janeiro de 2021

Phil Campbell and the Bastard Sons – We’re The Bastards (CD-2020)

Bastardos Gloriosos

Por Trevas

Quando Lemmy Kilmister partiu desse plano, o mundo da música pesada sofreu um baque imenso. E nem precisa dizer o quanto a morte do patrão e amigo desmontou o universo de seus parceiros de longa data, Mickey Dee e Phil Campbell. Mickey logo encontraria asilo nos titãs teutônicos do Scorpions, mas Phil escolheria um caminho bem diferente para se manter ativo: um disco solo que demorou mais que obra de igreja e, em paralelo, uma banda que permitisse tocar com seus três filhos: Todd (guitarras, gaita), Dane (bateria) e Tyla (baixo). Com o amigo dos garotos, Neil Starr (Attack! Attack!), assumindo os vocais, surge finalmente o quinteto galês Phil Campbell and the Bastard Sons. O que Phil não previa é que rapidamente a demanda pela banda cresceria ao ponto de tocarem em destaque nos festivais de verão europeu, além de turnês abrindo para Saxon, Guns & Roses, Hawkwind e Airbourne. We’re The Bastards é o segundo full length da banda, dessa vez produzido por Todd Campbell. Vamos ao som...

Tio Phil ensinando aos moleques as regras de etiqueta de Lemmy


E logo de cara temos a faixa título, feita sob medida para o ambiente ao vivo. Grudenta, mostra um Rock ao mesmo tempo vigoroso, simples e com uma pegada atual. A produção é caprichada e também se vale dos elementos clássicos, misturados ao Rock moderno, como na gaita na viciante Born To Roam, um Southern Rock que bem poderia estar no hoje incensado disco do Pride & Glory.



A mistura de elementos nunca se faz de modo gratuito por aqui. E, embora definitivamente esse projeto passe longe do legado do Motörhead, temos aqui e acolá números que tem um pouco da essência da banda do saudoso Tio Crocotó, como Son Of A Gun, Animals e, em especial, a virulenta paulada Punk Rocker que leva o nome sugestivo de Destroyed (co-escrita por Harley Flanagan, do Cro-Mags, que também dá uma palhinha).


Falando das performances individuais, Phil e Todd detonam em ótimos riffs e solos, e a cozinha de Tyla e Dane vai muito além do meramente funcional. A turminha talentosa se estende para além do DNA, Starr é um vocalista muito bom, ainda que por vezes me soe muito Poppy Punk, que é seu background na cena galesa. Mas além das melodias bem boladas o cara também tem a manha de escrever letras bem acima da média.

As 13 músicas do repertório oficial da bolachinha são todas pelo menos legais, encerrando com um dos destaques, a bela Power balada Waves, que demonstra ainda mais a versatilidade do quinteto. A edição nacional, pelas mãos da Shinigami, ainda conta com 4 faixas gravadas ao vivo, com boa qualidade, mostrando que a patota funciona bem nos palcos. A última dessas faixas bônus é nada mais nada menos que uma releitura para Rock’n’Roll, do Motörhead, uma ode ao estilo musical mais amado do planeta. E que resume bem o espírito de We’re the Bastards: é apenas Rock, mas se Rock And Roll é tudo que nos resta, até que a coisa não pode ser tão ruim assim. Um disco surpreendentemente divertido! (NOTA: 9,00)

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Gravadora: Shinigami Records (nacional)

Prós: ótimo rock misturando o clássico com o moderno

Contras: o disco é um pouco longo, embora não pareça

Classifique como: Rock ‘n’ Roll

Para Fãs de: AC/DC, Airbourne, Black Stone Cherry


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