Bendito Retorno
Por Trevas
Um dos baluartes do Death Metal britânico, o Benediction aprontou para 2020 um retorno duplamente triunfante: não só a banda enfim lançava um disco de estúdio após longo hiato (12 anos), como também o fez trazendo de volta o vocalista Dave Ingram, ausente do posto desde o distante ano de 1998. Obviamente a soma desses dois fatores trouxe uma carga de expectativa ainda maior para a bolachinha, que conta com produção de Scott Atkins (Sylosis, Cradle Of Filth, Gamma Bomb, Amon Amarth) e da própria banda.
A voz continua a mesma, mas os cabelos... |
Os doze anos passados cobraram seu preço, mas de uma maneira positiva. Iterations of I é o pé na porta que mostra o Benediction atual. Produção cristalina e moderna, mas com punch incrível e respeitando o legado dos britânicos. Darren Brooks e Peter Rew continuam com suas guitarras à lá serrote, desfilando riff atrás de riff, enquanto a cozinha recente formada por Dan Bate (baixo) e Giovanni Durst (bateria) não deixa pedra sobre pedra.
Ah, e Ingram, esse é o Cookie Monster padrão, em toda sua glória e esplendor. Mas talvez seu gutural seco seja o único óbice para que sons como Scriptures In Scarlet, The Crooked Man e Stormcrow não possam ser apreciados por fãs de Metal em geral. Sim, instrumentalmente o Death Metal em sua forma mais tradicional praticado pela banda ainda soa vigoroso, mas hoje em dia até os grupos mais mainstream se utilizam de elementos do estilo, então o Benediction definitivamente não pode ser tratado mais como algo tão extremo assim.
O que é não é demérito algum, em absoluto. O que importa é que temos aqui uma sucessão de faixas, majoritariamente midtempo, que devem fazer a alegria dos fãs antigos, a despeito da cara mais polida. E temos inclusive alguns números com letras originalmente escritas pelo ex-vocalista Dave Hunt. Mostrando que a força do material em parte pode ser explicada pelo hiato de 12 anos, que deu chance ao quinteto de compilar seu melhor material, gerando os 12 petardos que fizeram desse Scriptures um dos destaques do ano passado, a despeito de uma segunda metade ligeiramente menos impressionante. Um ótimo comeback! (NOTA: 8,88)
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Gravadora: Shinigami Records
(nacional)
Prós: Death Metal direto e sem
frescuras, com produção atualizada
Contras: pode soar polido
demais para os fãs mais podrões
Classifique como: Death Metal
Para Fãs de: Bolt Thrower, Memoriam
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