segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Dark Tranquillity – Moment (CD-2020)


 

Ao Som Do Apocalipse

Por Trevas

Um dos nomes da tríade sagrada do Gothenburg Sound, o movimento que consolidou o Melodic Death Metal como um dos expoentes da cena pesada na década de 1990, o Dark Tranquillity chega ao seu 12º trabalho de estúdio em meio a muitas mudanças. Antes considerados músicos de apoio nos shows, a dupla de guitarristas Johan Reinholdz e Christopher Amott agora assumem como membros efetivos, e já chegaram ocasionando mudanças na forma de compor do sexteto sueco. Segundo o vocalista Mikael Stanne, as ideias básicas de Moment já estavam prontas antes da pandemia, mas o tempo ocioso (lembramos que a Suécia não adotou o lockdown a princípio) fez com que as canções fossem retrabalhadas, em especial por um proativo Reinholdz, ao ponto da banda ter que colocar um freio nas modificações propostas pelo guitarrista, para que o disco não perdesse a cara do Dark Tranquillity. Um meio termo foi encontrado, mas definitivamente Reinholdz se firmou como a mola mestra criativa aqui, deixando o tecladista (e usual compositor principal) Martin Brändström, mais focado na produção da bolachinha. E o resultado não poderia ter ficado melhor.

Cara de pandemia ou feiura habitual?

De cara Phantom Days mostra uma sonoridade forte e algo espacial, com o equilíbrio perfeito entre o instrumental e a voz encardida de Stanne, que reescreveu as letras todas para casar melhor com o mundo pandêmico. A presença de Amott, distante do processo criativo, adicionou belos solos à mistura, por vezes divididos com Reinholdz. A aura “espacial” citada aparece mais marcadamente na excelente Transient, que nos transporta para a era de ouro do Melodic Death Metal, assim como a matadora Identical to None, que sobreviveria bem como destaque no melhor dos discos do Arch Enemy.


Mikael Stanne balanceou bastante bem seus vocais urrados característicos com as vocalizações limpas, que em tempos passados tanto geraram reclamações por parte dos fãs. The Dark Unbroken, a viajante Remain In The Unknown, a grudenta Standstill e o encerramento com a bela In Truth Divided colocam toques de Synth Pop e Gothic Rock oitentistas no caldeirão, com grande êxito.


O disco é redondíssimo, não tendo em absoluto nenhum ponto baixo, e segundo Stanne, representa um refinamento do caminho seguido no trabalho anterior. E ainda que possa soar mais melódico do que alguns fãs esperariam, difícil não se empolgar com números como Ego Deception e Eyes Of The World, essa última, uma das canções mais bacanudas de 2020. Aos mais afeitos aos momentos mais “puros”, temos belezuras do porte de Failstate e Empires Lost To Time para alegrar os tímpanos mais agressivos.


Um dos raros discos majoritariamente compostos nesse “ano perdido”, se Moment representa criativamente o caminho que o Dark Tranquillity seguirá, só podemos ficar esperançosos. Um dos melhores discos do ano passado! (NOTA: 10,00)

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Gravadora: Nuclear Music/Omnia Records (nacional)

Prós: Tudo o que se pode esperar de um trabalho clássico do Melodic Death Metal

Contras: pode soar melodioso demais a ouvidos mais agressivos

Classifique como: Melodic Death Metal

Para Fãs de: In Flames, Soilwork




2 comentários:

  1. O disco é foda mesmo! Ótima resenha✌

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    Respostas
    1. Obrigado Erica!
      Ficou em alta rotação aqui em casa, foi difícil desgrudar!
      saudações
      T

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