Black Star Riders - Heavy Fire (2017) |
Um Fogo Familiar e Agradável
Por
Trevas
O combo multinacional
Black Star Riders (que chamarei aqui
de BSR) é a continuação oficiosa do
legado do Thin Lizzy. Sim, a nova banda nasceu quando a última encarnação do titã
irlandês, já com poucas peças que efetivamente tivessem feito parte do Thin Lizzy em qualquer era, resolveu testar se a química evidente nos
palcos poderia render bons frutos em estúdio. Heavy Fire é o terceiro
rebento de uma carreira que vem sendo bem aceita ao redor do globo. A
bolachinha tem início com a boa faixa título, coincidentemente uma das duas
contribuições de coautoria de Scott Gorham. Sim, apesar de Scott brilhar nas seis cordas nos solos
das músicas (ao lado de Damon Johnson, que já fez companhia ao
lendário Alice Cooper) e da para lá de promovida ideia de que o BSR é a
continuação natural do Thin Lizzy, é Ricky Warwick (dos
saudosos e subestimados escoceses do The
Almighty) quem comanda aqui. Autor
de todas as letras e músicas (por vezes na companhia de outros colegas de
banda), Ricky canta e toca guitarra
em temas bacanas como When The Night Comes In e Dancing With The Wrong Girl, que devem
tanto ao Lizzy quanto à sua banda de
origem.
Que bom ao menos que as músicas, em sua maioria, ainda que não sejam
brilhantes, são bem divertidas. Who Rides The Tiger tem uma ótima pegada, a
baladinha meio xaropesca Cold War Love tem lá seu charme e Testify
Or Say Goodbye tem o DNA Lizzyesco que tanta gente espera do BSR. Ah, e a produção de Nick Raskulinecz (Rush, Trivium, Deftones...) traz a qualidade e pegada moderna de sempre.
O baixo de Robert Crane (Ratt, Lynch Mob e trocentos outros...), que faz uma
cozinha para lá de impressionante com Jimmy
Degrasso (que abandonou o posto após
o lançamento do disco), inaugura a boa e grooveada Thinking About You Can Get Me Killed. True Blue Kid é a segunda participação criativa
de Gorham, e não chega a
impressionar, sendo talvez a menos legal do Cd.
A qualidade retorna na vintage Ticket
To Rise (apesar dos backings quase cruzarem a barreira da breguice) e o
rockinho “pra cima” Letting Go Of Me
não fica na cabeça para a posteridade, mas não atrapalha. A versão nacional,
pelas mãos sempre competentes da Shinigami
Records, vem com a ótima faixa bônus
Fade, que curiosamente encerra de
maneira bem mais legal o disco.
BSR, versão 2018, já sem Degrasso |
Veredito da Cripta
Ricky Warwick vai aproveitando sua segunda chance de
deixar sua marca no mundo da música capitaneando um combo de ótimos músicos com
a chancela de levar à frente o legado de uma das maiores bandas da história do
Rock. E o Irlandês não faz feio. Se o Black
Star Riders ainda não nos entregou um disco daqueles a serem lembrados
daqui a 20 anos, ao menos continua sendo garantia de um Rock bem feito e
divertido. O que já é bastante bom.
NOTA: 8,00
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Prós: Um rock bem feito e que se equilibra
bem entre o moderno e o clássico
Contras: não, não passa perto da mágica do
Thin Lizzy
Classifique como: Hard Rock
Para Fãs de: Thin Lizzy, The Almighty, Alter
Bridge
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