sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Black Star Riders - Heavy Fire (Cd-2017)

Black Star Riders - Heavy Fire (2017)

Um Fogo Familiar e Agradável
Por Trevas

O combo multinacional Black Star Riders (que chamarei aqui de BSR) é a continuação oficiosa do legado do Thin Lizzy. Sim, a nova banda nasceu quando a última encarnação do titã irlandês, já com poucas peças que efetivamente tivessem feito parte do Thin Lizzy em qualquer era, resolveu testar se a química evidente nos palcos poderia render bons frutos em estúdio. Heavy Fire é o terceiro rebento de uma carreira que vem sendo bem aceita ao redor do globo. A bolachinha tem início com a boa faixa título, coincidentemente uma das duas contribuições de coautoria de Scott Gorham. Sim, apesar de Scott brilhar nas seis cordas nos solos das músicas (ao lado de Damon Johnson, que já fez companhia ao lendário Alice Cooper) e da para lá de promovida ideia de que o BSR é a continuação natural do Thin Lizzy, é Ricky Warwick (dos saudosos e subestimados escoceses do The Almighty) quem comanda aqui. Autor de todas as letras e músicas (por vezes na companhia de outros colegas de banda), Ricky canta e toca guitarra em temas bacanas como When The Night Comes In e Dancing With The Wrong Girl, que devem tanto ao Lizzy quanto à sua banda de origem.



Que bom ao menos que as músicas, em sua maioria, ainda que não sejam brilhantes, são bem divertidas. Who Rides The Tiger tem uma ótima pegada, a baladinha meio xaropesca Cold War Love tem lá seu charme e Testify Or Say Goodbye tem o DNA Lizzyesco que tanta gente espera do BSR. Ah, e a produção de Nick Raskulinecz (Rush, Trivium, Deftones...) traz a qualidade e pegada moderna de sempre.



O baixo de Robert Crane (Ratt, Lynch Mob e trocentos outros...), que faz uma cozinha para lá de impressionante com Jimmy Degrasso (que abandonou o posto após o lançamento do disco), inaugura a boa e grooveada Thinking About You Can Get Me Killed. True Blue Kid é a segunda participação criativa de Gorham, e não chega a impressionar, sendo talvez a menos legal do Cd.


A qualidade retorna na vintage Ticket To Rise (apesar dos backings quase cruzarem a barreira da breguice) e o rockinho “pra cima” Letting Go Of Me não fica na cabeça para a posteridade, mas não atrapalha. A versão nacional, pelas mãos sempre competentes da Shinigami Records, vem com a ótima faixa bônus Fade, que curiosamente encerra de maneira bem mais legal o disco.

BSR, versão 2018, já sem Degrasso
Veredito da Cripta

Ricky Warwick vai aproveitando sua segunda chance de deixar sua marca no mundo da música capitaneando um combo de ótimos músicos com a chancela de levar à frente o legado de uma das maiores bandas da história do Rock. E o Irlandês não faz feio. Se o Black Star Riders ainda não nos entregou um disco daqueles a serem lembrados daqui a 20 anos, ao menos continua sendo garantia de um Rock bem feito e divertido. O que já é bastante bom.   


NOTA: 8,00

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Prós: Um rock bem feito e que se equilibra bem entre o moderno e o clássico
Contras: não, não passa perto da mágica do Thin Lizzy
Classifique como: Hard Rock
Para Fãs de: Thin Lizzy, The Almighty, Alter Bridge



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