Paradise Lost - Medusa |
Por Trevas
Fazer resenha do novo disco de uma de suas bandas favoritas deveria ser um prazer, certo? Ledo engano. Na verdade, a preocupação redobra, o medo do texto ser contaminado por uma cobrança excessiva ou complacência digna de fanboy praticamente anulam a diversão. E pior ainda quando se trata de uma banda que teve em seu disco anterior um dos melhores trabalhos da carreira. E esse é o caso de Medusa, o trabalho do Paradise Lost que tem a difícil tarefa de suceder o excelente The Plague Within (ver resenha da Cripta). De posse da belíssima edição nacional (Shinigami Records), lá vou eu tentar fazer uma análise limpa e imparcial (mentira).
Fearless Skies já põe por terra a ideia de que a
banda apostaria numa parte 2 do bem-sucedido disco anterior. Timbres de
guitarra que bem poderiam estar numa música do Electric Wizard em oito
minutos de um Doom Metal perfeito e pesado, com espaço
inclusive para uma curta reviravolta á lá Black
Sabbath. Excelente.
Em seguida, mais duas soturnas odes ao Doom/Death de outrora, Gods
Of Ancient e From The Gallows,
lúgubres e pesadíssimas, com Nick Holmes e seu grunhido seco e levadas
interessantes do baterista “novato” Waltteri
Väyrynen, elas falham em grudar em
nossa mente, mas funcionam bem dentro da dinâmica do disco. Engana-se que o
approach ogrão representaria uma negação da fase Gothic Metal da banda. E
é justamente quando o disco faz o link entre a recapitulação da tesão pelo Doom mais cru com essa fase gótica que
o nível da bolachinha sobe de novo, com a já clássica primeira música de
trabalho The Longest Winter seguida
pelas épicas e igualmente brilhantes Medusa
e No Passage For The Dead (com um
quê de um elo perdido entre Shades Of God
e Icon), essa última num show de
riffs da dupla Aaron Aedy e Greg Mackintosh.
Blood And Chaos é a faixa acelerada
do disco e parece uma versão Death/Doom para o aquele estilo que a banda
fez em Soul Corageous e The Last Time. Presença certa nos shows futuros. Until The Grave devolve a atmosfera sorumbática
ao disco em seu último suspiro. A edição nacional ainda traz duas faixas bônus,
Shrines e Symbolic Virtue, ambas
boas o suficiente para fazer parte do repertório oficial.
Veredito
da Cripta
Mostrando que o acerto em The Plague Within não foi mero acaso, Medusa traz um material que rivaliza
com os melhores momentos da longa discografia dos britânicos. E, o que é
melhor, comprova com maestria que o retorno ao Doom pode muito bem conviver com o senso melódico que a fase gótica
trouxe ao quinteto. Um discaço!
NOTA:
9,38
Gravadora:
Shinigami Records (nacional).
Pontos
positivos: um equilíbrio perfeito entre as várias fases da banda
Pontos
negativos: a produção é um pouco abafada
Para
fãs de: My Dying Bride
Classifique como: Doom Metal, Gothic Metal
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