sábado, 6 de janeiro de 2018

Paradise Lost – Medusa (Cd-2017)

Paradise Lost - Medusa
Sorumbaticamente Majestoso
Por Trevas

Fazer resenha do novo disco de uma de suas bandas favoritas deveria ser um prazer, certo? Ledo engano. Na verdade, a preocupação redobra, o medo do texto ser contaminado por uma cobrança excessiva ou complacência digna de fanboy praticamente anulam a diversão. E pior ainda quando se trata de uma banda que teve em seu disco anterior um dos melhores trabalhos da carreira. E esse é o caso de Medusa, o trabalho do Paradise Lost que tem a difícil tarefa de suceder o excelente The Plague Within (ver resenha da Cripta). De posse da belíssima edição nacional (Shinigami Records), lá vou eu tentar fazer uma análise limpa e imparcial (mentira).

Nossos soturnos heróis


Fearless Skies já põe por terra a ideia de que a banda apostaria numa parte 2 do bem-sucedido disco anterior. Timbres de guitarra que bem poderiam estar numa música do Electric Wizard em oito minutos de um Doom Metal perfeito e pesado, com espaço inclusive para uma curta reviravolta á lá Black Sabbath. Excelente.



Em seguida, mais duas soturnas odes ao Doom/Death de outrora, Gods Of Ancient e From The Gallows, lúgubres e pesadíssimas, com Nick Holmes e seu grunhido seco e levadas interessantes do baterista “novato” Waltteri Väyrynen, elas falham em grudar em nossa mente, mas funcionam bem dentro da dinâmica do disco. Engana-se que o approach ogrão representaria uma negação da fase Gothic Metal da banda. E é justamente quando o disco faz o link entre a recapitulação da tesão pelo Doom mais cru com essa fase gótica que o nível da bolachinha sobe de novo, com a já clássica primeira música de trabalho The Longest Winter seguida pelas épicas e igualmente brilhantes Medusa e No Passage For The Dead (com um quê de um elo perdido entre Shades Of God e Icon), essa última num show de riffs da dupla Aaron Aedy e Greg Mackintosh.


Blood And Chaos é a faixa acelerada do disco e parece uma versão Death/Doom para o aquele estilo que a banda fez em Soul Corageous e The Last Time. Presença certa nos shows futuros. Until The Grave devolve a atmosfera sorumbática ao disco em seu último suspiro. A edição nacional ainda traz duas faixas bônus, Shrines e Symbolic Virtue, ambas boas o suficiente para fazer parte do repertório oficial.



Veredito da Cripta

Mostrando que o acerto em The Plague Within não foi mero acaso, Medusa traz um material que rivaliza com os melhores momentos da longa discografia dos britânicos. E, o que é melhor, comprova com maestria que o retorno ao Doom pode muito bem conviver com o senso melódico que a fase gótica trouxe ao quinteto. Um discaço!


NOTA: 9,38

Gravadora: Shinigami Records (nacional).
Pontos positivos: um equilíbrio perfeito entre as várias fases da banda
Pontos negativos: a produção é um pouco abafada
Para fãs de: My Dying Bride
Classifique como: Doom Metal, Gothic Metal



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