domingo, 15 de outubro de 2017

UFO – The Salentino Cuts (Cd-2017)

UFO - The Salentino Cuts (Cd-2017)


Jukebox UFOlógica?
Por Trevas

Acabamos de sair de um disco de covers de uma banda surgida nos anos 1970 e caímos em outro? Exatamente, só que dessa vez temos os britânicos do UFO, banda que continua na ativa, com 12 números inéditos feitos especialmente para este lançamento, num disco dedicado ao falecido Tour Manager da banda -  Tonio Neuhaus.

UFO, direto do asilo mais subversivo da Grã Bretanha
A bolachinha abre com uma ótima versão para Heartful of Soul, do Yardbirds. Impressiona como a voz de Mogg soa jovial apesar dos 70 anos de idade chegando em questão de meses.



Break On Through, do Doors, já me parece uma tremenda bola fora. Não, a versão nem é ruim, mas a música é tão manjada e super explorada que faz a gente se perguntar se eles não podiam ter escolhido algo mais legal para homenagear os caras. River of Deceit, do Mad Season vem em seguida e é totalmente o oposto. Uma banda das antigas fazendo cover de um lado B da era Grunge é de se admirar. E ficou bem legal. Ponto para os vovôs.


Bom ver também que ao escolher um número do Steppenwolf, os britânicos fugiram da obviedade e pegaram a boa The Pusher para fazer uma versão UFOlizada que ao menos para este escriba aqui, soa muito melhor que a original. Paper In Fire, de John Mellencamp é uma música legal e a versão aqui inclusa faz justiça a ela.


E se o andamento da bolachinha andava tranquilo demais, a boa dobradinha Rock Candy (Montrose) e Mississippi Queen (Mountain) trata de trazer vivacidade ao repertório. São dois hinos do rock que parecem feitos para o UFO, diga-se, ainda que as versões aqui nem de longe barrem as destruidoras originais. E trazer as músicas para o mundo do nosso Objeto Voador Não Identificado nem sempre funciona, como prova a razoável rendição para Ain’t No Sunshine, de Bill Withers. Melhor sorte tem Honey Bee, do recém falecido Tom Petty, que ficou bem legal, com destaque para a performance incendiária de Vinnie Moore, que até então andava muito comportado no disco.


Too Rolling Stoned, o subestimado rockão funkeado do igualmente subestimado Robin Trower, faz bonito aqui, de longe um dos melhores números da bolachinha, com mr. Moore debulhando novamente. 



Just Got Paid (ZZ Top) tem um dos riffs mais perfeitos da história do rock e não ia ser o UFO que estragaria isso, não é mesmo? Ótima versão, com ainda mais groove que a original. A bolachinha fecha com It’s My Life, do Animals, numa rendição bacana, ainda que nada especial.


Saldo Final

Como costuma acontecer com discos de covers, The Salentino Cuts não traz absolutamente nada de novo à rica discografia do UFO. Mas tem como trunfo o fato da seleção de músicas ser bem bacana e a banda ter deixado tudo com sua própria cara. Um disco bem divertido, mas nem de longe essencial.


NOTA: 8,16

 
Gravadora: Cleopatra Records (Importado).
Pontos negativos: preferia um disco novo.
Pontos positivos: bom repertório e versões que ficaram com a cara da banda
Para fãs de: Thin Lizzy, Montrose, Ac/Dc
Classifique como: Rock and Roll, Classic Rock, Hard Rock


4 comentários:

  1. Pelo nome do disco, achei q fosse recheado de sobras de estúdio, remixes, regravações, qqr coisa do tipo.
    Gostei das escolhas, mesmo achando q poderiam ser menos óbvios em algumas.
    Agora s[o me resta escutar pra avaliar.
    Valeu!!!
    ML

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    Respostas
    1. Fala, Marcello
      Na verdade até tentei descobrir algo sobre o título do disco, sem muito sucesso...
      Um disco muito divertido a despeito de ser um pouco reticente em relação a esse tipo de lançamento
      Abraço
      Trevas

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  2. Trevopático!

    Gostei MUITO da bolacha! Concordo que "Break On Through" foi uma escolha muito mais que óbvia (e mesmo dispensável) para algum material dos Doors, mas no resto achei as canções bem escolhidas, certeiras e com execuções soberbas!

    Esses velhotes bem que poderiam - e deveriam - aportar por aqui de novo (de preferência num lugar melhor que o Odisseia - maior, sobretudo!).

    Há braços!

    Krill

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  3. Fala, Krill!!!
    O disco é bem divertido, mas esperava por algo autoral dos vovôs.
    Espero que eles voltem aqui, já que naquele show do Odisseia pouco consegui ver, estava superlotado.
    Abraço
    Trevas

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